Categoria Acidente  Noticia Atualizada em 31-07-2013

Maquinista diz que não sabe explicar o que causou acidente de trem
Francisco Garzón disse que não entende por que não ativou freio a tempo.
Maquinista diz que não sabe explicar o que causou acidente de trem
Foto: AFP

O maquinista do trem acidentado em Santiago de Compostela disse, em depoimento à Justiça, que não sabe explicar por que não freou a tempo e evitou a tragédia que matou 79 pessoas em 24 de julho. Trechos do depoimento do maquinista foram divulgados nesta quarta-feira pelo jornal El País.

"Meritíssimo, sinceramente digo que não sei, não estou tão louco a ponto de não frear", disse o maquinista Francisco José Garzón Amo durante seu interrogatório, no domingo, pelo juiz Luis Aláez.
"Você ativou o freio em algum momento?", pergunta o juiz. "Sim, mas já era inevitável", responde o maquinista. "Não tive tempo para nada", reconhece o homem, visivelmente alterado. "Não dou uma explicação porque não entendo até agora (o que aconteceu)", afirma, quando o juiz pergunta por que não reduziu antes a velocidade do trem.

No dia 24 de julho às 20h42 (15h42 de Brasília), o trem procedente de Madri com mais de 250 pessoas a bordo descarrilou em uma curva perigosa a quatro quilômetros da estação de Santiago, uma zona onde a linha, de alta velocidade até esse momento, se transforma em via convencional e a velocidade se limita a 80 quilômetros por hora.

Caixa-preta - As primeiras informações fornecidas na terça-feira pelas caixas-pretas do trem revelaram que ele circulava a 192 quilômetros por hora poucos quilômetros antes do acidente e que freou apenas segundos antes de descarrilar, a 153 quilômetros por hora, se chocando contra um muro de contenção em sua chegada a Santiago.

O áudio gravado nas caixas-pretas também mostrou que o maquinista falava ao telefone no momento do acidente com um funcionário da Renfe, a companhia ferroviária espanhola, que havia telefonado pouco antes "para informar o caminho que deveria seguir ao chegar a Ferrol", seu destino final, informou o Tribunal Superior de Justiça da Galícia. Nesse momento, "parece que o maquinista consulta um plano ou algum documento similar em papel", segundo o tribunal.

Garzón, um maquinista experiente de 52 anos, foi acusado de 79 homicídios por imprudência, mas ficou em liberdade condicional. Em outro áudio obtido pelo El País, Garzón fala com um policial por telefone logo após o acidente. Inquieto, o maquinista pergunta ao policial se alguém morreu. O policial, percebendo que o motorista estava ferido e nervoso, pede para ele não se preocupar com isso no momento. Ele reage perturbado: "Mas como quer que eu me acalme? Com o que eu provoquei, prefiro morrer". Logo depois, os serviços de emergência o levaram para o hospital.

Fonte: veja.abril.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir