|
E O DIREITO FICOU MUITO CHATO
|
|
Num Estado Democr�tico de Direito, como o pr�prio nome sugere, a ci�ncia do Direito procura balizar a vida em sociedade e a resolu��o de seus conflitos naturais, existentes aonde haja qualquer resqu�cio de agrupamento humano. O Direito propugna ser para a Acontece que o que assistimos nos tempos atuais, e isso j� vem de longa data, processos judiciais e salas de audi�ncia acabaram virando vitrines de academia jur�dica, verdadeiras acr�poles filos�ficas, que muitas vezes chegam a eclipsar totalmente o pr�prio m�rito da demanda. � como se um entusiasmado turista tivesse que assistir pacientemente a um longo debate travado sobre a melhor moldura para a Mona Lisa antes de v�-la pela primeira vez. E agora, com a inven��o do computador, a coisa piorou dramaticamente. A ponto de, muitas vezes, ser recomend�vel a leitura de tr�s para frente de uma pe�a jur�dica, dispensando o pobre leitor de dezenas de laudas de pref�cios e orat�rias in�teis � verdadeira compreens�o do imbr�glio. At� mesmo para escapar da artimanha ou mesmo chatice do popular "Ctrl+C, Ctrl+V". Claro que toda pe�a jur�dica deva, sim, ser muito bem fundamentada. Mas se algu�m necessita de longas cinquenta p�ginas para dizer que seu inquilino n�o est� pagando o aluguel ou que seu cachorro n�o deva ser desterrado do condom�nio � porque o pr�prio demandante n�o est� seguro de suas raz�es. S� faltaria pedir nesse extenso articulado, ap�s o apelo � cita��o do r�u, que algu�m comprasse o p�o no final da tarde. Assim como um pai que, sem titubear, diz "n�o" ao filho, por temer que o mesmo venha a se ferir num enferrujado brinquedo, processos judicias - suas peti��es e decis�es - , assim como salas de audi�ncias e plen�rios, n�o devem convocar seus interessados ao desfile de cansativas e arrastadas teses jur�dicas, mas apenas se dispor a resolver a lide de modo c�lere e direto, em tempo razo�vel. Fonte: Reda��o Maratimba.com
|
| Por: Carlos Eduardo Rios do Amaral | Imprimir |
|
|
 |
