Categoria Policia  Noticia Atualizada em 12-08-2013

"Marcelo nunca mostrou interesse por dirigir e por armas", diz irmão de sargento da Rota
Um dos irmãos do sargento da Rota (tropa de elite da Polícia Militar paulista) Luís Marcelo Pesseghini, 40, contradisse a versão apresentada por uma testemunha à Polícia Civil, na semana passada

Foto: www.paraiba.com.br

, e disse que o policial não havia ensinado o filho, Marcelo Pesseghini, 13, a manusear armas.

O depoimento do irmão, que preferiu não se identificar, foi dado neste domingo (11) ao programa Fantástico, da TV Globo. O adolescente é apontado até o momento, nas investigações, como único suspeito de ter se matado após assassinar o pai, a mãe, a cabo da PM Andréia Pesseghini, a avó e a tia-avó.

"Meu irmão era uma pessoa muito coerente, e o Marcelo nunca mostrou interesse nem quanto a dirigir, nem com armas", disse.

Na última quinta, um policial militar que trabalhava com Andréia afirmou, em depoimento prestado no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que o menino havia aprendido a dirigir com a mãe, e a atirar, com o pai. Em entrevista coletiva sobre esse depoimento, o delegado-chefe da divisão de homicídios, Itagiba Franco, afirmara que a testemunha relatou inclusive ter presenciado situações do tipo.

A reportagem mostrou ainda depoimento de um psiquiatra forense segundo qual "é muito incomum e muito atípico" esse tipo de crime estar vinculado a um menino de 13 anos das condições do estudante. Para o profissional, Daniel Martins de Barros, é recomendável cautela ao fazer esse tipo de relação.

"[Se for Marcelo o autor dos crimes] É o raro, do raro, do raro. A rigor, não se pode afirmar que uma criança é psicopata, pois ela está em processo de formação de caráter", declarou Barros, que completou: "É muita irresponsabilidade afirmar algum diagnóstico a esse menino nesse momento."

Já a pneumologista Neiva Damaceno, chefe do Ambulatório de Fibrose Cística da Santa Casa de São Paulo, disse que Marcelo, portador da doença, fazia tratamento no hospital a cada seis semanas, sempre acompanhado de um dos quatro familiares envolvidos na tragédia.

Conforme a médica, o menino tinha uma rotina diária de fisioterapia respiratória aliada a duas a três sessões de inalação.

"Era um menino muito educado, afetuoso, sorridente", relatou a médica, que se disse "confusa e assustada" ao ter recebido a notícia da chacina e da suposta autoria atribuída a seu paciente.

"Para mim, ele era uma doce criança. Como se pode atribuir um fato tão horrível a essa criança?", questionou. "Esse é o maior desafio que eu já vi. É como se amanhã eu acordasse, pegasse um revólver e saísse promovendo uma chacina", concluiu, sobre a versão apresentada pela polícia.

O delegado do DHPP toma nesta semana mais depoimentos que ajudem a esclarecer a motivação dos crimes. Também durante a semana, o policial deve receber uma resposta da Polícia Científica sobre laudos realizados sobre o caso.

Um deles, por exemplo, é o que tentará traçar a sequência e o horário das mortes. Nesse sábado (10), reportagem do SPTV revelou que legistas acreditam que o sargento da Rota tenha sido assassinado cerca de 10 horas antes dos demais familiares.

Até então, a polícia afirmava que a hipótese mais provável era a de que o PM tivesse sido o primeiro a ser morto, com um tiro na nuca, seguido da mulher e das duas idosas, que dormiam em uma casa ao lado.

Imprensa internacional destaca chacina de família de sargento da Rota
8.ago.2013 - Um dia após destacar que o adolescente suspeito de matar sua família em São Paulo pode ter sido influenciado por uma famosa chacina ocorrida em 1974 em Amityville, vilarejo dos Estados Unidos, o jornal britânico "Daily Mail" destacou que Marcelo Pesseghini pode ter sido "a quinta vítima de um massacre realizado por policiais criminosos que queriam matar sua mãe". O jornal diz que "a polícia de São Paulo é amplamente vista como uma das mais corruptas do mundo e que nos anos recentes policiais se envolveram em vários escândalos" Leia mais Reprodução/Mail Online

Para legista do caso PC Farias, estudante também foi assassinado
O médico legista e professor da Ufal (Universidade Federal de Alagoas) George Sanguinetti, que ficou conhecido por refazer o laudo das mortes do casal Paulo Cesar Farias e Suzana Marcolino e apontar que eles foram assassinados em 1996, afirmou em entrevista ao UOL, publicada neste domingo, que o filho do casal de policiais militares paulistas também foi assassinado junto com os pais.

Ao analisar as fotos da sala em que Marcelo e os pais foram encontrados mortos, Sanguinetti foi categórico ao afirmar que a posição do corpo do adolescente não é compatível com a de um suicídio, e sim, com a de um assassinato.

"Há muita clareza nas posições dos corpos, que mostram que os três foram assassinados. Ao fazer os cálculos de corpos com estatura semelhantes à da mãe e do filho, podemos observar que todos foram mortos por outra pessoa", disse Sanguinetti, explicando em um cenário montado com um colchão no chão e um boneco na posição semelhante à qual Marcelo foi encontrado morto.

"A posição em que o corpo do menino caiu, com a mão direita em cima do lado esquerdo da cabeça e o braço esquerdo dobrado para trás, com a palma mão esquerda aberta para cima, não é compatível com a posição de um suicida, e sim, com a de uma pessoa que foi assassinada. A arma do crime também não está no local compatível, que iria aparecer na foto em cima da cama ou próximo aos joelhos do menino", explicou Sanguinetti.

Fonte: www.paraiba.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir