Categoria Ci�ncia e Sa�de  Noticia Atualizada em 14-08-2013

China usa picada de abelhas na medicina e recebe criticas de cientistas
Muitos chineses se submetem a dolorosas sess�es de picadas de abelhas acreditando que curam ou previnem doen�as como a artrose e o c�ncer, mas os especialistas ocidentais desmentem essa cren�a.
China usa picada de abelhas na medicina e recebe criticas de cientistas
Foto: AFP

Wang Menglin, acupunturista que fez das abelhas sua especialidade, submeteu em sua cl�nica de Pequim mais de 27 mil pacientes a esta terapia em que cada sess�o pode implicar dezenas de picadas dolorosas. "Agarramos a abelha entre os dedos, a apertamos contra um ponto do corpo e a pressionamos at� que tire o ferr�o", explicou Wang em seu consult�rio, situado nos arredores da capital chinesa.
As abelhas que ele usa, e que morrem depois de picar o paciente, pertencem a uma variedade importada da It�lia, explicou.

Al�m das t�cnicas de dessensibiliza��o para prevenir rea��es al�rgicas �s pr�prias picadas, n�o existe prova m�dica formal sobre a efic�cia do veneno destes insetos. Para Wang Menglin, trata-se de um m�todo tradicional com efeitos bem reais. "Tratamos pacientes com doen�as que v�o de artrite ao c�ncer com resultados positivos", assegurou.

As picadas de abelha servem, segundo ele, para curar a "maioria das doen�as comuns que afetam os membros inferiores" do corpo, embora tamb�m a t�tulo preventivo.

O portal cient�fico americano sciencebasedmedicine.org n�o duvida em classificar de "charlatanismo" este tratamento que se apresenta como uma panaceia, lembrando que "nenhuma demonstra��o cient�fica justifica o uso" da "apiterapia".Mas os pacientes de Wang Menglin acreditam de p�s juntos no tratamento. Um deles assegura que os m�dicos tinham lhe diagnosticado um c�ncer de pulm�o e um tumor no c�rebro e tinham lhe dado um ano de vida, mas sua expectativa de vida dobrou gra�as �s abelhas. "Desde o ano passado at� agora, acho que (meu corpo) melhorou consideravelmente", declarou � AFP.
Os especialistas da American Cancer Society, organiza��o especializada na luta contra o c�ncer, s�o claros: "n�o existe nenhum estudo cl�nico sobre humanos que mostre efic�cia alguma do veneno das abelhas ou de outros produtos da colmeia para curar ou prevenir o c�ncer", assegurou.

"Confiar neste �nico tipo de tratamento e evitar ou atrasar cuidados m�dicos convencionais pode ter consequ�ncias muito s�rias para a sa�de", advertiu um artigo publicado na p�gina da institui��o na internet.

Segundo o mesmo portal, h� refer�ncias cor�nicas �s propriedades medicinais das secre��es da abelha e at� o pr�prio imperador Carlomagno (742-814) teria se beneficiado de tratamentos com picadas.

Esclerose m�ltipla
Nos pa�ses ocidentais tamb�m foi usado o veneno da abelha para os pacientes que sofrem de esclerose m�ltipla, uma doen�a neurol�gica cr�nica que ataca o sistema nervoso central.

Mas a National Multiple Sclerosis Society, organiza��o americana que ajuda as pessoas que sofrem desta doen�a, adverte que "apesar das antigas afirma��es sobre os benef�cios do veneno de abelha, um estudo de 24 semanas n�o mostrou nenhuma regress�o da doen�a, da paralisia ou do cansa�o (dos pacientes) ou nenhuma melhora do bem-estar".

O veneno de abelha � um dos muitos produtos de origem animal ou vegetal usado na medicina chinesa tradicional, que � responsabilizada por aumentar a press�o sobre as esp�cies amea�adas.

Medicina chinesa
A medicina tradicional � uma parte importante do sistema sanit�rio do pa�s. Muitos pacientes n�o podem pagar rem�dios convencionais. Dispon�vel na maioria dos hospitais e favorita entre os idosos, a medicina tradicional constitui em si uma verdadeira ind�stria, que continua sendo alvo de investimentos importantes e tem o apoio do governo central.

Um setor lucrativo para as empresas especializadas e os praticantes. Em 2012, o setor movimentou 516 bilh�es de iuanes (63 bilh�es de euros), 31% do total da produ��o m�dica no pa�s, segundo o escrit�rio nacional de estat�stica.

Fonte: www.correiodoestado.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir