Categoria Policia  Noticia Atualizada em 14-08-2013

Justiça de Colombo aceita denúncia de 16 suspeitos de tortura no Paraná
Entre eles estão 13 policiais civis, um delegado, um ex-PM e um PM. Outros cinco suspeitos ainda não tiveram a denúncia do MP-PR aceita.
Justiça de Colombo aceita denúncia de 16 suspeitos de tortura no Paraná
Foto: g1.globo.com

A 1ª Vara Criminal de Colombo, na Grande Curitiba, aceitou a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR) de 16 das 21 pessoas suspeitas de terem torturado os quatro homens apontados pela Polícia Civil como autores da morte da adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos.

A denúncia foi acatada na sexta-feira (9) e a informação foi confirmada ao G1 pelo coordenador estadual do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Leonir Batisti, nesta quarta-feira (14).

Segundo Batisti, os outros cinco suspeitos foram desmembrados do processo na cidade porque teriam cometido as torturas em cadeias de Araucária e Campo Largo, também na Região Metropolitana. Contudo, os juízes das varas desses municípios não acataram a denúncia.

Desde então, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) tenta resolver o "conflito", conforme o coordenador.

"Eles [ os juízes] entenderam que não devem se manifestar e que Colombo deve aceitar todos os denunciados. Isso é uma questão técnica e ocorre porque a Justiça diz que as pessoas devem ser julgadas no lugar onde cometeram o crime. Mas existem outros fatores, que talvez ela [a juíza de Colombo] não tenha levado em consideração", explica Batisti.

Entre os 16 suspeitos que serão julgados em Colombo estão 14 policiais civis, entre eles, o delegado responsável pela investigação inicial do caso da menor, um ex-policial militar e um policial militar. Os outros cinco são dois guardas municipais, dois presos de confiança e um agente carcerário.

Entenda o caso

Tayná desapareceu no dia 25 de junho. Dois dias depois, quatro homens, que trabalhavam em um parque de diversões da cidade, foram presos. À época, a polícia informou que eles haviam confessado que violentaram e mataram a garota. Dias depois, a perita da Polícia
Científica, que estava no momento em que o corpo dela foi encontrado, afirmou não ter encontrado indícios de estupro.

A partir daí, as investigações tomaram outro rumo e toda a equipe da delegacia responsável foi afastada. Houve, inclusive, a denúncia de que a confissão ocorreu sob tortura, e 14 policiais foram presos. Entretanto, o MP apresentou denúncia contra 21 suspeitos, sendo 16 policiais civis, um policial militar, dois guardas municipais e dois presos de confiança.

Além da denúncia por prática de tortura, alguns foram acusados por falso testemunho, lesão corporal de natureza grave e abuso de autoridade e crime de natureza sexual.

A repercussão do caso e dos possíveis erros na investigação inicial acabou respingando na cúpula da Polícia Civil. O então delegado-geral, Marcus Vinicius Michelloto foi substituído por Riad Braga Farhat, que comandava a Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc).

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir