Categoria Policia  Noticia Atualizada em 15-08-2013

Exclusivo: GPS revela trajeto de carro da PM onde estava Amarildo
Jornal Nacional teve acesso com exclusividade �s informa��es. Nesta quarta-feira completou 1 m�s do desaparecimento do pedreiro.
Exclusivo: GPS revela trajeto de carro da PM onde estava Amarildo
Foto: g1.globo.com

O desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, na Rocinha, na Zona Sul do Rio, completou, nesta quarta-feira (14), um m�s, depois de ter sido levado para averigua��o por policiais da Unidade de Pol�cia Pacificadora na comunidade. H� duas semanas, a Pol�cia Civil informou que o GPS do carro que conduziu Amarildo de Souza estava quebrado. O Jornal Nacional teve acesso com exclusividade ao trajeto que o carro que levava Amarildo fez no dia 14 de julho.

O GPS, de fato, estava quebrado, mas o Jornal Nacional descobriu, nesta quarta-feira, que havia outro GPS ligado ao r�dio do carro.

Imagens

Imagens de c�meras de seguran�a mostram a �ltima vez em que Amarildo foi visto. Passava das 19h da noite de domingo (14), quando ele deixou um dos postos da UPP da Rocinha, na parte baixa da comunidade.

Segundo PMs que trabalham no local, foi a viatura [que aparece nas imagens] que levou o ajudante de pedreiro do posto at� a sede da UPP, no alto da Rocinha, para uma averigua��o.

Ainda de acordo com policiais militares, ele foi liberado logo em seguida.

N�o h� imagens da chegada de Amarildo � unidade. As duas c�meras de seguran�a � que monitoram a entrada e a sa�da - n�o estavam funcionando.

No dia 1� de agosto, a Pol�cia Civil divulgou a informa��o de que o aparelho de GPS � que registra o deslocamento do ve�culo � estava inoperante. No mesmo dia, o secret�rio de Seguran�a do Rio, Jos� Mariano Beltrame, disse que os defeitos nos equipamentos seriam investigados.

"�, isso a� sem d�vida nenhuma pode trazer esse preju�zo, agora isso tamb�m, tenho certeza que est� indo para dentro da investiga��o, efetivamente ver a motiva��o disso. Se foi sem d�vida uma falha t�cnica, se h� um laudo que diga que esses defeitos aconteceram n�o em decorr�ncia do evento e sim por outra motiva��o. Todas essas coisas est�o sendo carregadas pra dentro dessa investiga��o. E dizer � sociedade, mais uma vez, que punir n�o � problema para n�s. Vamos punir, se forem policiais, n�o tenham d�vida disso. E se forem outras pessoas ser�o entregues � Justi�a para que tamb�m paguem e cumpram pela pr�tica do que eles fizeram", disse Beltrame, na �poca.

No entanto, o Jornal Nacional teve acesso, com exclusividade, a dados de GPS entregues a respons�veis pelo inqu�rito. De acordo com investigadores, s�o informa��es do carro da pol�cia onde estava Amarildo. Os dados mostram o trajeto feito pelo ve�culo.

�s 19h22, o carro sai do posto da UPP com o ajudante de pedreiro e, em menos de tr�s minutos, chega � sede da unidade. Cinco minutos depois, o carro deixa o local e retorna para o posto, onde fica por um minuto at� voltar, novamente, � sede da UPP. A viatura permanece no local por mais cinco minutos e come�a a descer o morro �s 19h37.

No meio do caminho, o carro faz uma parada de quatro minutos numa �rea movimentada da Rocinha, conhecida como curva do "S". Em seguida, deixa a favela, passa pela Zona Sul e vai em dire��o � Zona Portu�ria da cidade. O carro circula durante 47 minutos e, �s 20h37, retorna para a Zona Sul. Na Lagoa, d� meia volta e segue para o Centro do Rio. Uma hora e doze minutos depois de ter deixado a Rocinha, o carro para pela primeira vez: no Batalh�o de Choque (BPChq) por sete minutos.

Ao sair do batalh�o, o carro volta para a Zona Sul pelo T�nel Rebou�as, mas pega o retorno e vai para a Zona Norte. O ve�culo permanece por dois minutos nas proximidades do Hospital Central da Pol�cia Militar e do Morro de S�o Carlos, uma comunidade pacificada, no Centro.

Depois, retorna para a Zona Sul. Destino: o 23� BPM (Leblon). A viatura fica parada por seis minutos e segue para a Rocinha.

Os registros do GPS - entregues a investigadores - terminam � meia noite do dia 15 de julho, pouco mais de 24 horas ap�s o sumi�o de Amarildo. Os dados revelam que, neste per�odo, o carro n�o deixou mais a favela.

Soldado omitiu fatos em depoimento

O Jornal Nacional teve acesso tamb�m ao depoimento do policial que dirigia o carro na noite do dia 14 de julho. O soldado Sidnei F�lix Cuba omite informa��es, mas sem entrar em contradi��o. Ele confirma que, com outros tr�s policiais, levou um homem � sede da UPP da Rocinha, na parte alta da comunidade.

Mas, ao contr�rio do que mostra o GPS, n�o lembra de ter voltado, minutos depois, � sede da unidade.

O PM tamb�m afirmou que o carro n�o foi emprestado a outro policial e que permaneceu at� as 20h na favela, quando foi abastecer o ve�culo no Batalh�o de Choque, no Centro. S� que o soldado n�o deu detalhes do trajeto e omitiu ter passado pela Zona Portu�ria do Rio, pelo Hospital da Pol�cia Militar e pelo Batalh�o da PM, no bairro do Leblon. Tamb�m n�o disse a que horas voltou para a Rocinha.

Outro detalhe que chama a aten��o: o GPS informa que o carro ficou sete minutos no Batalh�o de Choque e que, depois, a viatura levou uma hora e oito minutos para seguir de l� at� a Rocinha. No depoimento, o policial n�o explica o porqu�. Era um domingo, quando n�o costuma haver tr�nsito.

Investigadores v�o pedir que peritos analisem as informa��es coletadas pelo aparelho de GPS. Segundo a Pol�cia Civil, dos 22 carros da UPP da Rocinha, quatro n�o t�m o equipamento. A Divis�o de Homic�dios, que investiga o caso h� 12 dias, trabalha com duas hip�teses para o crime: Amarildo pode ter sido morto por policiais militares ou por traficantes.

Dados est�o no inqu�rito, diz secretaria

O secret�rio de Seguran�a do Rio, Jos� Mariano Beltrame, informou que n�o podia gravar entrevista e se manifestou em nota, que foi enviada pela assessora de imprensa Ana Miguez. Ela confirmou que estava quebrado o GPS instalado no carro que levou Amarildo at� a sede da UPP da Rocinha.

Pela primeira vez, no entanto, a secretaria menciona a exist�ncia de outros dois aparelhos capazes de enviar sinais de localiza��o: um fica no r�dio do ve�culo; o outro em um r�dio port�til utilizado pelos policiais. A nota informa ainda que todos os dados do GPS foram anexados ao inqu�rito da Divis�o de Homic�dios.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir