Categoria Policia  Noticia Atualizada em 16-08-2013

"Já sem vida, levaram Amarildo para algum lugar", diz advogado da família
Em segundo depoimento, os policiais que estavam na viatura da UPP em que Amarildo entrou reafirmam que o deixaram na sede da UPP da Rocinha.

Foto: www.paraiba.com.br

A divisão de homicídios do Rio, que investiga o caso Amarildo, quer ouvir mais uma vez o depoimento do soldado da PM que dirigia a viatura em que o ajudante de pedreiro foi levado na favela da Rocinha e depois nunca mais foi visto.

No depoimento desta quinta-feira (15), o policial não conseguiu esclarecer todas as dúvidas sobre o estranho trajeto percorrido pelo carro, desde que deixou a favela.

O delegado da divisão de homicídios, que investiga o desaparecimento de Amarildo, disse que os dados do GPS que estava no rádio do carro da PM já faziam parte do inquérito, mas considerou estranho o percurso da viatura na noite do sumiço do ajudante de pedreiro.

"Causou estranheza. Neste momento, não posso esclarecer para você o conteúdo do depoimento, mas é uma contradição que nós estamos avaliando", declara Rivaldo Barbosa.

Os dois policiais que estavam no carro da PM, soldado Félix Cuba, que dirigia, e a soldado Monteiro, no carona, foram ouvidos nesta quinta-feira (15) na Delegacia de Polícia Judiciária Militar.

Nesse segundo depoimento, os dois voltaram a afirmar que deixaram Amarildo de Souza na sede da UPP da Rocinha e saíram da favela. E alegaram que não detalharam o percurso feito na noite de 14 de julho porque não foram questionados.

Os registros do GPS, revelados com exclusividade pelo Jornal Nacional, mostram que depois de sair de um posto da UPP, com Amarildo, o carro levou menos de três minutos, para chegar à sede da unidade. Vinte e cinco minutos mais tarde, o veículo deixou a Rocinha em direção à Zona Portuária do Rio, por onde circulou durante 47 minutos.

O carro voltou para a Zona Sul e retornou para a área central da cidade duas vezes. No caminho, parou três vezes: no batalhão de choque da PM, por sete minutos; no hospital central da Polícia Militar, por dois minutos; e no batalhão do Leblon, durante seis minutos.

A viatura só voltou para a Rocinha depois das dez da noite.

"Só confirma a impressão que a família tinha. Eles tiram o corpo de Amarildo de dentro da UPP já sem vida e levam para algum lugar da cidade, essa é a impressão que a família tem, porque na Rocinha em lugar nenhum Amarildo está", declara João Tancredo, advogado da família de Amarildo.

O comandante das unidades de polícia pacificadora informou que os dois PMs contaram que deixaram a Rocinha para abastecer o carro no Batalhão de Choque, no centro da cidade, mas no caminho ficaram perdidos.

"Eles receberam a ordem pra seguir até o batalhão de choque. Foram direto para o batalhão de choque, erraram uma entrada na saída do túnel Rebouças, foram parar na rodoviária, na rodoviária eles pediram informação do sargento do batalhão de turismo, retornaram ao batalhão de choque e lá fizeram o abastecimento", diz Frederico Caldas, comandante da UPP.

"É importante a família do Amarildo e a população do estado do Rio de Janeiro ter a convicção, ter a certeza de que a Polícia Civil não vai parar enquanto não solucionar esse caso", declara Martha Rocha, chefe de Polícia Civil - RJ.

A família de Amarildo entrou na quinta-feira (15) na Justiça com uma ação de indenização contra o governo do Rio pelo desaparecimento do pedreiro.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir