Wozniak escreveu no blog Gizmodo sobre cinebiografia de Steve Jobs. Filme "entretém", mas Kutcher tem visão errada do personagem, afirma.
Foto: g1.globo.com Parceiro de Steve Jobs (1955-2011) na criação da Apple, Steve Wozniak não recomenda o filme sobre a vida do antigo colega. É o que ele escreve em crítica publicada no blog Gizmodo nesta sexta-feira (16), data em que a produção estrelada por Ashton Kutcher estreia nos Estados Unidos. Por aqui, está previsto para 6 e setembro.
O breve texto de quatro parágrafos, no entanto, começa otimista. Elogioso, até. Wozniak, vivido na tela por Josh Gad, cita que as atuações são boas. "Eu me mantive atento e entretido, mas não o bastante para recomendar o filme", diz na terceira frase.
O primeiro alvo claro do autor da resenha é justamente o intérprete de Steve Jobs.
"Suspeito que muito do que está errado com o filme vem da imagem que o próprio Ashton tem de Jobs", especula Wozniak.
Em seguida, tenta se justificar: "Ashton fez algumas declarações falsas e equivocadas sobre mim recentemente (inclusive de que supostamente eu disse que o "filme" era ruim, algo que provavelmente vem do fato de Ashton acreditar nas manchetes da imprensa pop) e [dizendo] que eu não gostei do filme porque fui pago para ser consultor de um outro".
O engenheiro estava agora se referindo ao fato de que vai prestar auxílio a um segundo longa sobre Steve Jobs. Adaptação do livro "Steve Jobs – A biografia" (Companhia das Letras), de Walter Isaacson, este é bancado por um grande estúdio, a Sony, e tem roteiro assinado por Aaron Sorkin, espécie de grife do setor – foi ele quem escreveu o premiado "A rede social", sobre Mark Zuckerberg, fundador do Facebook.
Wozniak aproveita ainda para "se defender". De acordo com ele, o filme não mostra sua verdadeira atuação no controverso episódio em que Steve Jobs simplesmente se recusa a reconhecer a contribuição de alguns de seus primeiros "empregados". Na ocasião, assim que a Apple se torna uma grande companhia, Jobs não autoriza que os rapazes recebam ações da
empresa.
"Eu dei a eles grandes porções de minha própria cota. Porque era o certo", assegura Wozniak no texto. O seu argumento é de que mais gente deveria participar da "divisão de bolo". Por fim, já no último parágrafo, o engenheiro diz: "Me senti mal por muitas pessoas que conheço bem que foram erroneamente retratadas em seu convívio com Jobs e a empresa".
Ele se incomoda, ainda, com o fato de que "Jobs" antecipa certas habilidades que o protagonista só desenvolveria mais tarde, em sua última década de vida, naquela que Wozniak descreve como "iera", quando foram criados o iPod e outros da mesma linha.
Fonte: g1.globo.com
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