Categoria Policia  Noticia Atualizada em 16-08-2013

"Foi erro nosso ter arma em casa", diz mãe do suspeito de atirar em colega
Garoto, de 13 anos, está apreendido; para a polícia, tiro foi acidental. Vítima, de 15 anos, está internada em estado grave, em Goiânia.

Foto: g1.globo.com

Familiares do garoto de 13 anos suspeito de atirar em um colega, de 15 anos, em uma escola particular de Goiânia, afirmaram que o menino nunca tinha visto o revólver do pai. "Ele achou a arma por acaso, em cima do guarda-roupa. Foi erro nosso ter uma arma em casa", disse ao G1 a mãe do suspeito, Keila Fernanda. A vítima está internada em estado grave na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), conforme o último boletim médico divulgado nesta sexta-feira (16).

Apreendido na Delegacia Estadual de Apuração de Atos Infracionais (Depai) desde a tarde de quinta-feira (15), quando o incidente aconteceu, o suspeito, segundo a mãe, não para de chorar. "Ele está muito triste, chocado, com mãos geladas, a única coisa que quer saber é como o amigo está", disse Keila.

Aos policiais, o adolescente disse que levou a arma à escola do Setor Novo Horizonte para intimidar um aluno com quem tinha desentendido e o ameaçava há uma semana. A vítima, segundo o estudante, foi atingida acidentalmente. "Após a aula, quando o menino mais novo exibiu a arma, o outro puxou a pistola para ver, sem perceber que o dedo do amigo estava no gatilho", contou a delegada que investiga o caso, Maura Gondo.

Como o menino, a família está muito abalada com o que aconteceu. "Ninguém dormiu essa noite, todo mundo preocupado. Não paramos de rezar e pedir a Deus para que cuide do amigo do meu filho. Não tenho mais lágrima para chorar", ressalta a mãe.

A mulher afirma que o filho é um bom garoto. "Ele é um aluno dedicado, trabalhador, ajuda o pai na fábrica de carroça, nunca se envolveu em briga. A intenção dele não foi matar e nem atirar em ninguém", defende. No entanto, ela reconhece que o adolescente errou ao levar a arma para a escola, mesmo que fosse para se defender de alguma ameaça.
O suspeito, que está no sétimo ano do ensino fundamental, estuda na escola particular desde o início do ano e, conforme Keila, sempre falou em casa da amizade com o adolescente do nono ano. Entretanto, a mulher não conhecia a vítima, pois "eram amigos de escola". A família do menino mais velho confirmou que eles não frequentavam a casa um do outro, que ficavam juntos apenas na unidade de ensino.

Bala alojada

Tia do garoto de 15 anos, Simone Sousa informou que a bala atingiu o lado direito do coração do sobrinho. "Disseram que ele chegou aqui desfalecendo", afirmou. Ainda na quinta-feira (15) o garoto passou por cirurgia, mas a cápsula não foi retirada. Médicos informaram aos parentes que ela está alojada na coluna. Conforme a família, até segunda-feira o menino deve ficar sedado, pois o coração não pode sofrer nenhuma alteração nos batimentos.

Outra tia do estudante, Maria Aparecida Silva explicou que, apesar do estado grave, a situação dele é estável. "A gente está na esperança de que tudo vai dar certo. Ele recebeu uma benção ontem, ele vai sobreviver. Agora, a prioridade é a recuperação dele, depois a gente pensa nas consequências", reforçou.

Simone Sousa declarou que a família está inconformada, pois o menino era muito querido por todos, um garoto sem histórico de brigas. "Foi um susto muito grande. A gente nunca acha que algo desse tipo vai acontecer com a gente, ainda mais em uma escola", alega.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir