Categoria Policia  Noticia Atualizada em 29-08-2013

PM anuncia troca no comando da UPP da Rocinha, no Rio
Major Edson Santos est� no cargo desde a abertura da unidade em 2012. Outras UPPs ter�o troca de comando, informa comandante das unidades.
PM anuncia troca no comando da UPP da Rocinha, no Rio
Foto: g1.globo.com

A Pol�cia Militar anunciou a troca do comando da Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na Zona Sul do Rio, nesta quarta-feira (28). O major Edson Santos, comanda a unidade desde que ela foi inaugurada, em setembro do ano passado.

A decis�o foi tomada pelo coronel Frederico Caldas durante uma reuni�o com todos os comandantes das unidades pacificadoras, como informou o RJTV. Al�m da UPP da Rocinha haver� mudan�as em outras unidades mas ele n�o disse quais s�o elas. A assessoria da PM disse que o coronel Caldas ainda vai escolher os novos comandantes, tanto da Rocinha quanto das outras unidades.

O coronel Edson Santos disse que pediu para deixar o cargo mas o comandante das UPPs disse que a sa�da dele faz parte do pacote de mudan�as que ser�o anunciadas.

O comentarista de seguran�a da TV Globo, Rodrigo Pimentel, disse ao RJTV que o substituto ser� o tenente coronel Cl�udio Bessa, que comanda a UPP Jacarezinho e deve assumir o cargo em 30 dias. Segundo Rodrigo, o oficial foi escolhido pela atua��o no Jacarezinho e por ter trabalhado no 23� BPM, no Leblon, que engloba a �rea ocupada pela Favela da Rocinha.
A mudan�a ocorre cerca de 40 dias do desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza. A fam�lia acusa policiais da UPP de ter desaparecido com a v�tima, ap�s uma abordagem no dia 14 de julho.

O caso causou o desgaste do major �dson Santos, da UPP, que n�o � suspeito do crime. Moradores da regi�o elogiam a atua��o do oficial na comunidade, mas questionam a trucul�ncia de alguns policiais.

Sobrinho afirma ter sofrido amea�as
Um dos sobrinhos do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, Marcos Vin�cius Dias, de 20 anos, afirma ter sido amea�ado por policiais da Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na Zona Sul do Rio, na tarde de domingo (25). As informa��es s�o do advogado que representa a fam�lia, Jo�o Tancredo. Amarildo est� desaparecido desde 14 de julho, ap�s ser abordado por policiais da UPP.

Segundo ele, o rapaz contou � m�e que estava com a namorada em uma localidade conhecida como 99, na parte alta da comunidade, quando foi abordado por policiais. Marcos Vin�cius disse que os agentes apontaram o rev�lver para a cabe�a dele e perguntaram sobre armas e drogas.

Ao dizer que n�o sabia de nada, os policiais insistiram e ele os chamou de "mentirosos". Em seguida, os agentes teriam chamado o jovem de "folgado" e disseram que ele tinha sorte, "se fosse � noite, teriam sumido com ele".

Jo�o Tancredo afirmou que recomendou ao jovem que ele desse queixa � pol�cia, mas, at� as 9h50, n�o havia informa��es sobre o registro desse caso.

O G1 procurou a assessoria da Coordenadoria de Pol�cia Pacificadora (CPP), mas, at� as 9h40, n�o havia recebido resposta.

Justi�a nega morte presumida
A Justi�a do Rio de Janeiro negou o pedido de declara��o de morte presumida de Amarildo Dias de Souza formulada pela fam�lia do ajudante de pedreiro, que est� aparecido desde 14 de julho. O juiz Luiz Henrique Oliveira Marques sentenciou que "o desaparecimento teria ocorrido quando Amarildo se encontrava em poder de agentes do Estado, o que, por si s�, n�o geraria perigo de vida. N�o foi noticiado qualquer confronto armado, perigo real que justifique a declara��o de morte presumida do mesmo".

A fam�lia entrou com o pedido para que com a declara��o o Estado passasse a pagar uma pens�o em fun��o da morte de Amarildo. Para �rica Dias, sobrinha do ajudante de pedreiro, a not�cia n�o foi boa, mas a luta permanece. "A gente n�o pode desanimar, vamos continuar na luta. Ficamos tristes com a not�cia, n�s precis�vamos da ajuda do juiz", disse.

Acesso � inqu�rito
A Justi�a do Rio autorizou que as corregedorias da PM e da Pol�cia Civil tenham acesso ao inqu�rito da opera��o Paz Armada, que investigou o tr�fico de drogas na favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, como informou o RJTV.

A decis�o � da ju�za Daniella Alvares Prado. Assim como a Divis�o de Homic�dios, as corregedorias tentam esclarecer o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza e ter�o acesso a todos os depoimentos e � �ntegra das grava��es telef�nicas do inqu�rito.

PM j� tinha sido alvo de den�ncias
O soldado Douglas Roberto Vital Machado, que levou o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza at� a sede da UPP da Rocinha para averigua��es no dia do seu desaparecimento, em 14 de julho, j� havia sido acusado de agredir e amea�ar pelo menos dois moradores da comunidade, forjando provas contra eles.
Ainda de acordo com a reportagem, duas v�timas, uma delas um menor, primo de Amarildo, contaram � pol�cia que foram espancadas e sufocadas com sacos pl�sticos ao menos tr�s vezes pelo mesmo grupo que conduziu o ajudante de pedreiro.
A Coordenadoria das Unidades de Pol�cia Pacificadora informou que o comandante da UPP da Rocinha, major Edson Santos, relatou que moradores j� tinham feito reclama��es contra o soldado Douglas Roberto Vital Machado. E que ele foi trocado de posto por causa da abordagem a moradores, considerada exagerada.
Especificamente sobre a den�ncia publicada na reportagem do jornal "O Globo", a assessoria disse que o comandante da UPP n�o tem conhecimento sobre o caso.

A pol�cia vai analisar tamb�m escutas telef�nicas feitas com autoriza��o da Justi�a, durante uma investiga��o sobre o tr�fico de drogas na Rocinha.

Investiga��es
O delegado titular da Divis�o de Homic�dios (DH) da Capital, Rivaldo Barbosa, informou que o ve�culo que teria acompanhado o carro da UPP da Rocinha no dia em que Amarildo desapareceu, n�o retirou o corpo do pedreiro da favela.

"N�o se sustenta, essa hip�tese n�o se sustenta neste momento. Esse carro j� foi identificado, j� foi periciado e a pessoa que dirigia esse carro ela j� prestou depoimento na Divis�o de Homic�dios hoje. N�o h� at� agora nenhum ind�cio que esse carro tenha sido utilizado no transporte de nenhum corpo. A investiga��o � muito complexa. N�s n�o descartamos nenhuma possibilidade do que possa ter acontecido. Em raz�o da complexidade de uma vincula��o entre uma investiga��o, que teve na 15� DP (G�vea) com o desaparecimento do Amarildo, a gente n�o descarta nenhuma possibilidade", afirmou o delegado Rivaldo Barbosa.
A informa��o que um ve�culo teria acompanhado o carro da UPP no dia do desaparecimento do ajudante de pedreiro foi publicada no jornal "Folha de S. Paulo".
Carro da PM circulou por 47 minutos na Zona Portu�ria

Segundo os registros do GPS, tamb�m revelados nesta quarta, com exclusividade, depois de sair de um posto da UPP, com Amarildo, o carro conduzido pelo soldado levou menos de tr�s minutos para chegar � sede da unidade, na parte alta da comunidade. Vinte e cinco minutos mais tarde, o ve�culo deixou a Rocinha em dire��o � Zona Portu�ria da cidade, por onde circulou durante 47 minutos.

O carro voltou para a Zona Sul e retornou para a �rea central da cidade duas vezes. No caminho, parou tr�s vezes: no Batalh�o de Choque da PM, por sete minutos; no Hospital Central da PM, por dois minutos; e no batalh�o do Leblon, durante seis minutos. A viatura s� voltou para a Rocinha depois das 22h.

"Isso � muito grave, esse comportamento � muito grave, e tudo isso foi omitido pela pol�cia nos depoimentos. S� confirma a impress�o que a fam�lia tinha, eles tiram o corpo de Amarildo de dentro da UPP j� sem vida e levam pra algum lugar da cidade, essa � a impress�o que a fam�lia tem, porque na Rocinha em lugar nenhum Amarildo est�", disse Jo�o Tancredo, advogado da fam�lia.

Depois da reportagem do Jornal Nacional, a Delegacia de Pol�cia Judici�ria Militar decidiu ouvir na tarde desta quinta o soldado F�lix Cuba, que dirigia o carro, e uma outra policial, soldado Monteiro, que o acompanhava. Os dois voltaram a afirmar que deixaram Amarildo na sede da UPP da Rocinha, antes de sa�rem da favel. Disseram tamb�m que, no primeiro depoimento, n�o deram detalhes do trajeto percorrido naquela noite, porque n�o tinham sido questionados pelos investigadores.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir