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Ex-aluno que atirou na USP queria chocar o mundo, conta estudante

Jovem de 23 anos invadiu campus em S�o Carlos e efetuou disparos. "Ele queria fazer justi�a com as pr�prias m�os", relatou diretor do Caaso.
Ex-aluno que atirou na USP queria chocar o mundo, conta estudante

Foto: g1.globo.com

O ex-aluno que invadiu o alojamento do campus da Universidade de S�o Paulo (USP) em S�o Carlos (SP) com um rev�lver e fez v�rios disparos, na noite de quarta-feira (28), dizia que iria comprar armas e fazer algo grandioso para entrar para a hist�ria. "Ele falava que queria fazer justi�a com as pr�prias m�os, que iria chocar o mundo. Isso j� estava preocupando muito a gente", contou o estudante Rafael dos Santos Ferrer, presidente Centro Acad�mico Armando Salles Oliveira (Caaso). O atirador continua foragido.

Uma testemunha relatou que o ex-aluno esteve na universidade momentos antes e premeditou a a��o. "Simplesmente ele falou que iria vender o notebook, comprar uma arma e iria atirar em quem estivesse na frente dele na USP mesmo. Ele falou abertamente, sem gaguejar. Falou que acabaram com a vida dele e ele ia acabar com a vida de todo mundo. Ele estava sossegado, estava frio", disse o homem que pediu para n�o ser identificado.

De acordo com a Pol�cia Militar, o rapaz armado invadiu o alojamento durante uma feira de profiss�es que ocorria na USP, encurralou quatro estudantes na cozinha e deu uma coronhada na cabe�a de um deles. Horas antes, ele tinha amea�ado funcion�rios da universidade e disse que n�o estava brincando. O aluno ferido foi atendido na Santa Casa e liberado.

O atirador ainda fez v�rios disparos que acertaram as paredes e as janelas do alojamento, mas n�o atingiram ningu�m. Segundo testemunhas, o jovem de 23 anos disse que queria se vingar dos estudantes.

Ex-aluno do curso de ci�ncias exatas, ele trancou a matricula ap�s alegar ter sido v�tima de abuso sexual durante um trote com veteranos, em mar�o.

De acordo com o presidente do Caaso, o atirador j� havia amea�ado um grande n�mero de estudantes e alguns funcion�rios da universidade.

"Ele falava abertamente. A gente passava isso para a dire��o da universidade para tentar pensar essa situa��o de uma forma que desse seguran�a para toda a comunidade. Sab�amos que ele tinha alguns problemas e que negou tratamento psicol�gico. Ele pediu desligamento da universidade e depois quis voltar", contou Oliveira.

Suspens�o das aulas

A Universidade de S�o Paulo (USP) suspendeu as aulas de gradua��o em S�o Carlos (SP), nesta quinta-feira (29), para garantir a seguran�a dos estudantes.

As aulas foram suspensas em todas as unidades (EESC, IAU, ICMC, IFSC e IQSC) por determina��o da presid�ncia do Conselho Gestor do Campus USP de S�o Carlos.

A universidade informou ainda que deve prestar outros esclarecimentos � comunidade conforme os fatos forem apurados. A Pol�cia Civil disse que ainda n�o vai se pronunciar.

O caso

O suposto abuso aconteceu no in�cio da madrugada do dia 4 de mar�o. Depois de uma reuni�o sobre as normas de funcionamento do alojamento onde conseguiu uma vaga, o rapaz entrou em uma �rea que d� acesso aos apartamentos, onde acontecia uma festa.

Segundo o estudante, um grupo foi at� ele e come�ou a gritar. "Eles falavam repetidamente �chupa bixo� e me cercaram, fizeram uma esp�cie de uma roda e n�o tive como sair dali.

Eles aparentavam estar muito embriagados e se faziam de homossexuais, gritavam �bixo homof�bico�. Eu falava para n�o encostarem, mas tr�s deles come�aram a se esfregar em mim e chegaram a abaixar as cal�as. Um deles tamb�m abaixou a cueca. Eles pareciam ter prazer", disse.

Os envolvidos disseram que tudo n�o passou de uma brincadeira durante um trote. O caso chegou a ser registrado pela Pol�cia Civil como estupro e foi alterado para inj�ria depois que, em novo depoimento, o estudante negou que houve qualquer tipo de viol�ncia, at� mesmo sexual, ou que tenha sido obrigado a tirar a roupa. A primeira audi�ncia foi realizada no dia 24 de abril no F�rum Criminal da cidade, mas n�o houve acordo entre os estudantes envolvidos.

Na ocasi�o, uma sindic�ncia foi aberta pela USP que n�o divulgou o resultado. Em maio, a Justi�a pediu que a Pol�cia Civil levantasse mais testemunhas sobre caso, que ainda continua indefinido.

Fonte: g1.globo.com

Por: Maratimba.com | Imprimir