Categoria Música  Noticia Atualizada em 30-08-2013

Capital Inicial planeja Rock in Rio há 2 meses: "Se dá errado, é mico mundia"
G1 viu ensaio do grupo que fará seu 4º show no palco principal do evento. Dinho diz ter vendido mais CDs do que bandas que vão tocar depois deles.
Capital Inicial planeja Rock in Rio há 2 meses:
Foto: g1.globo.com

No telão, Brasília é incendiada por monstros de filme japonês. À frente, Dinho Ouro Preto canta sobre "saquear" a cidade, com a equipe de som atenta a todos os detalhes. A cena, vista por oito pessoas em um ensaio na Zona Oeste de São Paulo, na quarta-feira (28), vai se repetir para 85 mil no dia 14 de setembro, no Rock in Rio.

O Capital Inicial planeja há dois meses a apresentação no festival, conta Dinho ao G1, no intervalo do ensaio. Imagens do telão estão sendo feitas por equipe responsável por produções de Rod Stewart e Black Sabbath, diz o cantor. A parafernalha e a potência do som são as mesmas das atrações internacionais, a banda garante. O Capital reconhece a importância do evento para sua carreira - já tocou no Rock in Rio 1991, 2001 e 2011.

"Não tem como não ficar ansioso. Se algo dá errado lá em Bauru, ok. Aqui no Rock in Rio, não dá. Se algo dá errado, é um mico mundial", diz o baixista Flávio Lemos. Dinho conta que o "batimento cardíaco vai mais alto no Rock in Rio". "Tem jornalistas do mundo inteiro, as bandas todas olhando, sendo transmitido online para o mundo, não são só aquelas 80 mil", lista o cantor, subestimando em 5 mil pessoas o público que o evento vai receber a cada dia.

"Saquear Brasília"

O repertório também é planejado com precisão. Metade é de hits que já foram tocados no Rock in Rio 2011, que "não pode deixar de tocar senão vai levar ovada", justifica Dinho.

Outra metade será dividida entre antigas que não rolaram há dois anos, uma homenagem "secreta" e três músicas do disco mais recente, inclusive "Saquear Brasília". A faixa " tem um apelo político que a gente gosta", diz Dinho.

A banda diz que mostrar marcos da cidade pegando fogo no vídeo de animação durante "Saquear Brasília", no contexto de protestos brasileiros de junho em que pessoas tentaram incendiar o prédio do Itamaraty, não vai ser mal interpretado. "A música foi feita nove meses antes de aquilo acontecer. Não tem intenção de estimular as pessoas a quebrarem", explica Dinho. Os "monstros" do telão e da letra que destroem e saqueiam Brasília, ele explica, representam políticos, não manifestantes.

Fim do "complexo de vira-lata"

O Capital só não tocou no Rock in Rio 1985. Nos últimos dois, teve o show entre os mais bem cotados do festival. "Os brasileiros, em termos de showbusiness, não precisam ter complexo de vira-lata", diz Fê Lemos. "No Brasil, somos mais conhecidos do que bandas que vão tocar depois de nós. Se você pegar Florence and the Machine, beleza, todo mundo conhece "The dog days are over". Mas o Capital tem mais músicas conhecidas, e vendeu mais discos no Brasil do que ela. Aliás, vendeu mais discos que as três bandas somadas que vão tocar depois de nós", completa Dinho.

"Estrelas" de cinema

Mesmo sem disco novo em 2013 ("Saturno" é do fim 2012), o Capital ganhou holofotes em ano de Rock in Rio por meio do cinema. "Somos tão jovens", filme sobre Renato Russo na época em que tocou com Fê e Flávio no Aborto Elétrico, é um dos maiores sucessos nacionais deste ano. Os personagens que interpretam Fê e Flávio são importantes na história.

O baixista e o baterista dizem que o filme mostra a história "bem próxima" do que aconteceu, mas não exatamente. Flávio diz que a noite em que Renato Russo foi à casa dele para se declarar apaixonado por ele, cena marcante no longa, realmente aconteceu. Já Fê diz que o fim do Aborto Elétrico não incluiu episódios mostrados no filme: "Quando eu vou pedir desculpas, eu não me ajoelho. Ridículo. Não há essa cena dramática."

"Eu fiquei como vilão da história, né? Mas acho que eu era meio pavio curto mesmo. Era muito idealista", diz o baterista. Mas "o filme não é a vida real", Fê resume. Na vida real, "Veraneio vascaína", que veio do repertório do Aborto Elétrico, estará no Rock in Rio 2013. Já "Que país é esse?", que em 2011 foi acompanhada de críticas a José Sarney, não está prevista. A grande "revolta" deve ficar mesmo com os monstros de "Saquear Brasília".

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir