Categoria Automóveis  Noticia Atualizada em 30-08-2013

Primeiras impressões: Nissan Altima
Sedã chega em outubro no mesmo segmento de Fusion e Accord. Não atrai por visual nem ousadia, mas se destaca pela direção e conforto.
Primeiras impressões: Nissan Altima
Foto: g1.globo.com

"Pensando em Camry, Accord, Altima ou Fusion?", diz o anúncio no jornal LA Times que apresenta o time do qual o sedã faz parte no mercado americano. A briga será mais ou menos mesma no Brasil, tirando o sedã da Toyota, que se posiciona em uma faixa de preço maior aqui.

A Nissan ainda não revelou quanto o Altima vai custar no país, onde chegará praticamente junto com o "irmãozinho" Sentra, em outubro próximo. Não só pelo tamanho, o Altima se posicionará acima do Sentra, que era o sedã top da montadora no país e cuja versão mais cara custará R$ 72 mil. Não é para se esperar um preço muito abaixo de R$ 100 mil, já que o sedã médio será importado dos Estados Unidos, pagando o imposto a que os carros vindos do México, como o Sentra, estão isentos.

Gravidade zero

A montadora nem pensa que o Altima será um carro de volume no Brasil, ao contrário dos EUA, onde é carro-chefe da marca e um dos 5 automóveis mais vendidos no paîs. No mercado brasileiro, a ideia é que o sedã seja um carro de imagem, basicamente.

Por falar em imagem, o parentesco com o Sentra geração 7 se restringe a alguns recursos visuais, como a grade frontal e os faróis, que o sedã menor herdou. Mas as linhas da quinta geração do Altima, lançada nos EUA em meados do ano passado, também tiveram inspiraçao em outro Nissan vendido naquele país, o Maxima, que é maior, e o Infiniti M, mais luxuoso.

O Altima, no entanto, guarda suas particularidades. Na época do lançamento, a montadora destacou uma série de tecnologias que até então eram restritas à marca premium Infiniti. E falou muito do banco "gravidade zero", criado com inspiração nos usados por astronautas da Nasa, que suportam toda a coluna vertebral e fazem o motorista sentar-se em uma posição mais relaxada, distribuindo melhor o peso. Sendo ou não posição de astronauta, de fato a ergonomia no Altima é muito boa.

Ao volante

A melhor característica do sedã, no entanto, está bem de frente para o banco: a direção elétrica esperta, com assistência para ficar mais leve nas manobras e mais firme em altas velocidades, que responde muito bem ao condutor.

Só não espere emoção. O Altima é um carro para o consumidor que põe o conforto em primeiro lugar e sua modernidade é voltada para não dar trabalho a quem guia. Uma proposta diferente da que a Ford que colar ao novo Fusion, por exemplo.

A versão que o G1 experimentou no último sábado (24) em Irvine, na Califórnia, foi a topo de linha, SL, com motor 3.5 V6, de 274 cavalos a 6.000 rpm e 24,88 kgfm de torque a 4.000 rpm, que não é o bloco que virá para o Brasil. O país terá o 2.5 16V de 184 cv a 6.000 rpm e 35,66 kgfm de torque a 4.400 rpm, que também é vendido nos EUA, claramente superando o V6.

Ambos são equipados com câmbio CVT Xtronic que, na época do lançamento, continha 70% de partes novas. E o Altima mais potente comercializado no mercado americano oferece ainda a possibilidade de troca de marcha na alavanca ou ao volante, com grandes aletas (borboletas), que não existe na versão 2.5.

O carro avaliado também contava com rodas aro 18, faróis de xênon, lanternas em LED, acendimento automático dos faróis, partida sem chave, câmera de ré, detector de ponto cego, que avisa sobre a presença de outros veículos muito próximos, por exemplo, e alerta de mudança de faixa, que detecta o que pode ser um sinal de fadiga do motorista.

Esses recursos são de série também na versão 2.5, exceto pelas rodas, que são aro 17, e os programas de alerta, que são opcionais. Há ainda o sistema que corrige de forma sutil alguma leve escapada traseira nas curvas.
A suspensão do Altima, que é multilink na traseira, não tem um acerto tão macio quanto deverá ser a do Sentra para o Brasil, que, segundo a montadora, atende a pedidos dos consumidores daquele modelo. Mas ela não transfere para os ocupantes nenhum sacolejo -mesmo porque é difícil achar buraqueira nas ruas da Califórnia.

Espaço interno

Como de praxe na categoria, não é só o motorista que viaja confortável. O Altima tem ótimo espaço interno para todos os ocupantes --só não chega a privilegiar quem está atrás, como seu rival no mercado americano Camry. Todos os bancos são em couro, com aquecimento para os da frente.

O visual da cabine é sóbrio e menos atraente que o externo, porém parece mais moderno que o do Sentra, dispensando, na versão avaliada, os detalhes em madeira.

O painel central tem acabamento emborrachado em cinza escuro, tela sensível ao toque, Bluetooth, ar-condicionado bizona (que permite ajuste diferente para condutor e carona) e rádio/CD/MP3 Player da marca premium Bose e entrada USB, que também são de série no 2.5. O teto solar, igual ao do Sentra, é opcional no sedã com motor menor. Faz parte dos itens de série um programa que alerta para pneus vazios e ajuda a calibrar.

Nos EUA, tanto no 3.5 quanto no 2.5, o sistema de navegação também tem de ser pago à parte. Se isso se repetir no Brasil, será mais uma desvantagem frente ao Fusion, que traz o sistema de conectividade Sync de série.

Conclusão

O Altima é um sedã "de família" nos EUA, emparelhando mais com o Camry na sua essência do que com Fusion e Accord.

No Brasil, onde vai se posicionar em uma faixa superior, será carro "de executivo". Vai mostrar que a Nissan tem muito mais a oferecer do que o básico de March e Versa, que se tornaram seu "rosto" no mercado brasileiro atualmente, ainda mais em vias de se tornarem nacionais.

Mas esse outro lado da Nissan, criadora também do superesportivo GT-R, ainda tem um custo muito alto para o padrão local.

E o anúncio no LA Times? Na verdade, ele diz: "Pensando em Camry, Accord, Altima ou Fusion? Pense melhor". E a loja oferece "mais de 948" Mercedes-Benz em estoque.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir