Categoria Geral  Noticia Atualizada em 31-08-2013

Libaneses vivem expectativa e tensão com ataque "iminente" à Síria
Enquanto isso, políticos tentam acalmar a população e evitar que o Líbano sofra consequências ainda maiores.
Libaneses vivem expectativa e tensão com ataque
Foto: portuguese.ruvr.ru

Com a chegada dos inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) ao Líbano neste sábado, vindos da capital síria Damasco, onde encerraram as investigações do suposto uso de armas químicas no dia 21 de agosto, a população libanesa aguarda com um misto de angústia, tensão e expectativa os ataques "iminentes" dos Estados Unidos contra o regime de Bashar al-Assad.

Nos últimos dias, uma série de eventos levou o Líbano a aguardar com ansiedade o desenrolar dos acontecimentos na região, de declarações políticas a ameaças de que o grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do governo sírio, lançaria foguetes contra Israel em retaliação, levando a um aumento do conflito, com "consequências fatais para o Líbano", segundo definiu a mídia libanesa.

O clima de tensão no Líbano vem aumentando a cada dia com novos incidentes e acontecimentos - ruas vazias em muitos bairros, ameaças de atentados à bomba por grupos desconhecidos ligados à Al Qaeda, forte presença do exército pelo país e a capital Beirute, aumento da segurança nos bairros controlados pelo Hezbollah e a fuga de estrangeiros do país.

O governo libanês já vinha tentando se distanciar da crise síria, mas divisões entre partidos pró e antigoverno sírio tornaram a tarefa de neutralidade uma missão quase impossível. Além dos atentados recentes contra sunitas e xiitas, levando a um temor de guerra sectária, o país já sofre com a grande quantidade de refugiados sírios, que chegam a quase 1 milhão, minando a frágil infraestrutura libanesa.

Temendo que os bombardeios aéreos americanos e franceses atingirão também áreas civis, um grande número de sírios atravessou a fronteira libanesa nos últimos dias, contribuindo para um maior nervosismo entre os libaneses.

Hezbollah
De todos, o maior temor no Líbano é que eventuais bombardeios contra a Síria gerem uma reação retaliatória do grupo militante xiita Hezbollah, aliado da Síria, contra cidades israelenses. Israel, por sua vez, já estaria preparando suas defesas contra foguetes disparados por militantes e orienta sua população a tomar medidas preventivas - como o uso de máscaras contra gás e abrigos.

Mas para os libaneses, uma reação militar de Israel contra o Líbano provoca temores de que o governo israelense lançaria amplos ataques em resposta. Vários ministros israelenses, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, alertaram que o governo libanês seria responsabilizado caso o Hezbollah atacasse o país.

Relatos da mídia libanesa de que o Hezbollah já estaria reforçando sua presença na fronteira sul com Israel para um possível ataque elevaram as preocupações da população. O exército libanês também aumentou o número de tropas no sul do país.

Evacuação e segurança
Além do desenrolar político, diplomático e militar, os libaneses viram nos últimos dias a fuga de uma parcela de estrangeiros do país. O Kuwait chegou a enviar um avião na última quinta-feira, para retirar seus cidadãos do Líbano. Companhias aéreas ocidentais também tomaram medidas preventivas e cancelaram vários voos noturnos para Beirute até segunda ordem, aumentando as especulações e medo entre os libaneses.

Temendo ataques de militantes radicais filiados à Al Qaeda e atentados dentro do Líbano e prevendo uma fronteira instável caso a Síria seja atacada pelos EUA e França, o comando do exército libanês enviou um grande contingente de tropas para as fronteiras com a Síria, além de reforçar sua presença na capital e outras cidades.

O próprio Hezbollah aumentou as medidas de segurança nos bairros controlados pelo grupo, com barreiras montadas por militantes que revistavam carros e questionavam pessoas, uma medida anunciada para evitar mais atentados à bomba, como dois recentes em Dahiyeh, ao sul de Beirute, e um dos principais redutos do Hezbollah.

Enquanto isso, políticos tentam acalmar a população e evitar que o Líbano sofra consequências ainda maiores. Mas com um clima bastante tenso, libaneses esperam pelo desenrolar dos próximos dias com ansiedade.

Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir