Categoria Geral  Noticia Atualizada em 03-09-2013

Mais de 90% dos médicos cubanos vão para o Norte e Nordeste
A maioria dos 400 médicos cubanos que desembarcaram no Brasil no fim do mês passado vai trabalhar nas regiões Norte e Nordeste, informou nesta terça-feira o Ministério da Saúde.
Mais de 90% dos médicos cubanos vão para o Norte e Nordeste
Foto: www.dgabc.com.br

Juntas, as regiões receberão 91% dos profissionais contratados para atender no programa Mais Médicos. Nessa primeira fase, 364 cubanos atenderão em unidades básicas de saúde de 187 localidades. Os outros 36 irão para áreas carentes em 26 cidades do Sudeste e seis do Sul. A previsão é de que eles comecem a trabalhar no dia 16 deste mês.

De acordo com o governo, este grupo atende a 29,4% dos 701 municípios que não foram selecionados por nenhum médico ao longo do seleção individual, que deu prioridade a brasileiros com diplomas do Brasil e a brasileiros formados no exterior antes de convocar estrangeiros de países como Espanha, Argentina e Portugal. Até o fim do ano, outros 3.600 médicos cubanos chegam ao Brasil para ocupar outros postos remanescentes.

O Ministério da Saúde utilizou o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) para fazer a distribuição dos profissionais. Entre os 701 municípios que serão atendidos pelos cubanos, 13 têm índice muito baixo de desenvolvimento e 133 têm desempenho baixo. Ja nas 51 localidades de IDH médio e nas nove de desempenho alto, os médicos atenderão em áreas pobres.

Preconceito
A vinda dos cubanos foi alvo de protestos de associações classistas ligadas aos médicos. A Fenam (Federação Nacional de Medicina), a Associação Médica Brasileira (AMB) e o CFM (Conselho Federal de Medicina) criticaram duramente a contratação dos estrangeiros e entraram com ações no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando o programa Mais Médicos. A chegada dos cubanos também foi marcada por confusão e agressões, principalmente em Fortaleza, quando profissionais brasileiros os receberam no aeroporto aos gritos de "escravos".

O governo criticou o preconceito contra a presença dos médicos cubanos no Brasil. Em entrevista para rádios de Minas Gerais, a presidente Dilma Rousseff ressaltou que há também médicos de outros países, além de Cuba. A ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, afirmou que a reação evidencia que ainda existe racismo e que ainda se questiona o lugar que os negros ocupam na sociedade.

Nas redes sociais, muitos internautas apoiaram os programas Mais Médicos e se desculparam pela revolta de alguns profissionais da saúde que chamaram os médicos de "escravo". Em um dos textos mais compartilhados estava o pedido de desculpa pelas manifestações dos médicos nos aeroportos do Brasil. "Médicos cubanos, obrigado pela ajuda e desculpe-nos. Estamos com problema de educação também", dizia um cartaz.

Um dos pontos de forte debate é o salário que o governo pagará para os médicos cubanos. Segundo o governo federal, o acordo com a OPAS (Organização Pan Americana de Saúde) é que os profissionais recebam de R$ 2.500 a R$ 4.000 por mês, ou seja, até 40 % da bolsa formação de R$ 10 mil dada aos médicos brasileiros.

Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir