Categoria Policia  Noticia Atualizada em 03-09-2013

Justiça decreta prisão temporária de ex-aluno que deu tiros dentro da USP
Jovem de 23 anos invadiu campus em São Carlos na última quarta-feira. Universidade reforçou segurança no campus; ex-calouro está foragido.
Justiça decreta prisão temporária de ex-aluno que deu tiros dentro da USP
Foto: g1.globo.com

A Justiça decretou a prisão temporária do ex-calouro da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos (SP) que invadiu o alojamento do campus na noite de quarta-feira (28), deu alguns tiros com revólver e ainda deu uma coronhada em um estudante. O delegado Aldo Del Santo recebeu a resposta ao pedido de prisão no fim da tarde de segunda-feira (2).

Alexandre José Coutinho da Rocha Lima, de 23 anos, está foragido.

O período da prisão temporária é de cinco dias e pode ser prorrogado por mais 30 dias. Em entrevista exclusiva ao G1, o ex-aluno do curso de Ciências Exatas disse que sofre bullying dos estudantes na universidade e na internet há pelo menos seis meses, desde que denunciou ter sofrido um suposto abuso sexual em um trote. Ele afirmou que foi armado à universidade porque estava com raiva. "Eu estava totalmente desequilibrado", disse.

As aulas da graduação foram suspensas no dia seguinte ao ocorrido e a ação do ex-calouro deixou muitos estudantes com medo. "Pensei que fosse morrer, porque ele estava armado e era fácil pegar a gente", disse um dos estudantes que estava no alojamento e não quis se identificar.

Os estudantes retornaram ao campus na sexta-feira (30), mas relataram que a sensação ainda era de insegurança. "A gente fica meio com o pé atrás com o que pode acontecer. Acho que não deveria voltar às aulas porque não pegaram o suspeito de ter feito isso. Eu conheço o pessoal do alojamento, são amigos meus, e eles estão apreensivos também", contou o estudante de física Guilherme Tujera.

Desde o ataque, uma viatura da guarda universitária fica de plantão em frente ao alojamento onde tudo aconteceu. A universidade reforçou a segurança com a ajuda da Polícia Militar. "Em termos de ação emergencial, foi autorizada a entrada da Polícia Militar no campus para fazer uma vigilância, principalmente, um pouco mais próxima dos alojamentos. Isso não significa que vai ter rondas ostensivas e também vai ter implantação de postos avançados da PM dentro do campus", explicou Germano Tremiliosi Filho, presidente do Conselho de Segurança.

Depressão

O ex-aluno do curso de ciências exatas trancou a matrícula alegando que sofre bullyng, desde a denúncia do assédio, supostamente ocorrido em março. Ele disse que estava depressivo pelo fato de ter abandonado a faculdade.

"Praticamente, eu me entreguei mesmo. Eu não fazia mais nada, absolutamente nada.

Acordava, dormia e não saía da cama Ficava ali o dia inteiro. Pedi ajuda várias vezes para a universidade. Pedi para passar com um médico. Pedi para trocar a minha receita, porque a médica da outra vez receitou antidepressivo e tudo. Eu pedi para que eu tivesse esse tipo de suporte, mas eles negaram. Eu estava totalmente abalado e descontrolado, acabei entrando e fazendo aquilo", contou.

O estudante acusa a USP de ter sido negligente na apuração do suposto abuso sexual. "A universidade deveria ter tomado alguma providência, afastado essas pessoas pelo menos enquanto ocorria a sindicância. E não foi feito absolutamente nada", declarou.

Outro lado

A assessoria da USP informou que a universidade ofereceu ao ex-aluno atendimento psicológico e também os auxílios que dispõe para garantir a permanência dele no curso, mas, mesmo assim, ele optou por sair da USP.

Ainda de acordo com a assessoria, a sindicância aberta para apurar o caso da suposta agressão sexual foi concluída e deu origem a um processo administrativo que está em trâmite na universidade.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir