Noticias - Pena aplicada a garotas acusadas de matar amiga revolta pai: "Impunidade"

Pena aplicada a garotas acusadas de matar amiga revolta pai: "Impunidade"

Senten�a dada por juiz � a m�xima permitida por lei a menores infratores. Bianca Pazzinato, de 18 anos, foi morta a facadas, em Jata�, GO.
Pena aplicada a garotas acusadas de matar amiga revolta pai:

Foto: g1.globo.com

A Justi�a condenou as duas adolescentes acusadas de assassinar a facadas a estudante Bianca Pazzinato, de 18 anos, em Jata�, no sudoeste de Goi�s, a tr�s anos de interna��o, per�odo m�ximo permitido pela legisla��o para punir menores. A senten�a decepcionou os pais da jovem morta. "� um sentimento de impunidade. Acho que um crime do jeito que foi teria que ser uma pena mais severa", afirma o pai da universit�ria, H�rcules Pazzinato.

Conforme determinado pela Justi�a, as adolescentes devem cumprir medidas socioeducativas no Centro de Interna��o em Goi�nia, onde est�o desde que foram apreendidas, no dia 1� de agosto. Elas v�o passar por avalia��es psicol�gicas semestrais.

Nessas ocasi�es, caso seja considerado que est�o aptas a voltar � sociedade, as adolescentes podem ser liberadas antes de completados os tr�s anos. "Fizeram o que fizeram para ser poss�vel ficar s� seis meses detidas", lamenta o pai da jovem assassinada.

A senten�a foi emitida na quarta-feira (3). Segundo o juiz da Inf�ncia e Juventude, S�rgio Brito Teixeira, a decis�o foi tomada em conformidade com o que o Estatuto da Crian�a e do Adolescente. Por�m, o pr�prio juiz demonstra frustra��o diante das limita��es impostas pela lei.

"O juiz n�o tem uma liberdade em fun��o desse Estatuto da Crian�a que, infelizmente, ao meu ver, est� defasado. Passa uma sensa��o de impunidade aos adolescentes de modo que eles t�m uma certa liberdade em praticar atos violentos como est� ocorrendo hoje em dia", afirma Teixeira.

Bianca foi morta a facadas por volta das 10h30 do dia 29 de julho. Conforme a Pol�cia Civil, as suspeitas de cometer o crime s�o duas amigas da v�tima, de 16 e 17 anos, que est�o apreendidas. O corpo da jovem foi encontrado no mesmo dia na casa da menina mais velha, embrulhado em sacos pl�sticos debaixo de uma cama.

Ap�s serem apreendidas, as duas suspeitas foram encaminhadas para a capital por pedido do Conselho Tutelar. O �rg�o temia que a integridade f�sica das suspeitas n�o pudesse ser resguardada na cidade do sudoeste goiano, j� que havia uma forte como��o popular com o crime.

Elas s� voltaram a Jata� no dia 5 de agosto para prestar depoimento � Justi�a. O interrogat�rio durou menos de uma hora. A adolescente de 17 anos confessou o crime e disse que contou com a ajuda da colega. "Durante uma semana planejamos tudo, pesquisamos na internet como matar uma pessoa".

A menina de 16 anos preferiu exercer o direito de se manter calada, recusando-se a responder �s perguntas. Ap�s a audi�ncia, ambas retornaram a Goi�nia, onde est�o sob cust�dia em um centro de interna��o.

Premeditado

Em entrevista � TV Anhanguera, a adolescente de 17 anos contou que a motiva��o do assassinato seria a recusa da v�tima em manter um namoro. "Ela n�o ia ficar comigo. N�o queria que ficasse com mais ningu�m tamb�m", declarou. Entretanto, as fam�lias da menor de idade e de Bianca afirmam que n�o tinham conhecimento do relacionamento homoafetivo entre elas.

Tia da universit�ria, J�lia Pazzinato negou que Bianca tivesse qualquer relacionamento amoroso com a suspeita. "Ela n�o queria envolvimento com essa menina. Bianca era perseguida por ela", ressaltou a parente da v�tima.

A Pol�cia Civil encontrou anota��es que refor�aram a suspeita de que o assassinato da estudante foi premeditado. No caderno, estavam listados os objetos que deveriam ser utilizados para matar Bianca, entre eles uma faca, luvas, e at� uma barra de ferro.

Antes do crime, a garota de 17 anos tinha escrito uma carta para Bianca declarando seu amor por ela. Na declara��o, escreveu: "Te amo muito, n�o por escolha, meu cora��o te escolheu sozinho, n�o me deu chance de defesa".

Ela contou que Bianca tentou lutar antes de ser morta. "Ela se debateu e queria gritar. Ficou muito desesperada", declarou.

Fonte: g1.globo.com

Por: Maratimba.com | Imprimir