Categoria Geral  Noticia Atualizada em 06-09-2013

Mãe de estudante morta por amigas mantém quarto para matar a saudade
Quase 40 dias após a morte da filha, o local está como a garota deixou. Bianca Pazzinato, de 18 anos, foi assassinada a facadas, em Jataí, Goiás.
Mãe de estudante morta por amigas mantém quarto para matar a saudade
Foto: www.tribunahoje.com

A família da estudante de biomedicina Bianca Pazzinato, de 18 anos, morta por duas amigas em Jataí, no sudoeste goiano, mantém o quarto da jovem da forma como ela deixou no dia do crime, em 29 de julho. "Eu sento na cama dela e fico um tempão sentada. Pego o material de faculdade e fico olhando as provas, as coisas dela. Isso me faz bem, me mata um pouco a saudade", declara a mãe, Adriana Manteli.

Depois de 40 dias da morte de Bianca, a Justiça condenou as duas adolescentes acusadas de assassinar a facadas a estudante a três anos de internação, período máximo permitido pela legislação para punir menores. A sentença proferida na última quarta-feira (4) é um dos principais assuntos comentados na cidade do interior goiano. Muita gente não concorda com a medida. "Muito revoltante. A menina faleceu e elas não vão pagar como deveriam", declarou o administrador Carlos Alberto.

A sentença também decepcionou os pais da jovem morta. "É um sentimento de impunidade. Acho que um crime do jeito que foi teria que ser uma pena mais severa", afirma o pai da universitária, Hércules Pazzinato.

Para populares, deveria haver mudanças nas leis para que haja penas mais rígidas nos casos de menores infratores. "Acho que a partir dos 14 anos a pessoa já sabe o que esta fazendo", ressaltou o comerciante Strauss Alfaix.

Sentença
O processo sobre a morte da estudante reuniu mais de 140 páginas. Conforme determinado pela Justiça, as adolescentes devem cumprir medidas socioeducativas no Centro de Internação em Goiânia, onde estão desde que foram apreendidas, no dia 1º de agosto. Elas vão passar por avaliações psicológicas semestrais.

Nessas ocasiões, caso seja considerado que estão aptas a voltar à sociedade, as adolescentes podem ser liberadas antes de completados os três anos. "Fizeram o que fizeram para ser possível ficar só seis meses detidas", lamenta o pai da jovem assassinada.

Crime premeditado
Aluna de biomedicina da Universidade Federal de Goiás, Bianca foi morta a facadas por volta das 10h30 do dia 29 de julho. Conforme a Polícia Civil, duas amigas da vítima, de 16 e 17 anos, cometeram o crime. O corpo da jovem foi encontrado no mesmo dia na casa da menina mais velha, embrulhado em sacos plásticos debaixo de uma cama.

Após serem apreendidas, as duas suspeitas foram encaminhadas para a capital por pedido do Conselho Tutelar. O órgão temia que a integridade física das suspeitas não pudesse ser resguardada na cidade do sudoeste goiano, já que havia uma forte comoção popular com o crime.

Em entrevista à TV Anhanguera, a adolescente de 17 anos contou que a motivação do assassinato seria a recusa da vítima em manter um namoro. "Ela não ia ficar comigo. Não queria que ficasse com mais ninguém também", declarou. Entretanto, as famílias da menor de idade e de Bianca afirmam que não tinham conhecimento do relacionamento homoafetivo entre elas.

Tia da universitária, Júlia Pazzinato negou que Bianca tivesse qualquer relacionamento amoroso com a suspeita. "Ela não queria envolvimento com essa menina. Bianca era perseguida por ela", ressaltou a parente da vítima.

A Polícia Civil encontrou anotações que reforçaram a suspeita de que o assassinato da estudante foi premeditado. No caderno, estavam listados os objetos que deveriam ser utilizados para matar Bianca, entre eles uma faca, luvas, e até uma barra de ferro.

Antes do crime, a garota de 17 anos tinha escrito uma carta para Bianca declarando seu amor por ela. Na declaração, escreveu: "Te amo muito, não por escolha, meu coração te escolheu sozinho, não me deu chance de defesa".

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir