Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 10-09-2013

A ARTE DE DAR A VOLTA POR CIMA
Por quanto tempo o Filho Pr�digo ficou fora de casa? Refiro-me, leitor amigo, � conhecid�ssima hist�ria contada por Jesus de Nazar� que Lucas, o evangelista, registrou no cap�tulo XIX.
A ARTE DE DAR A VOLTA POR CIMA

Sim. Quanto tempo ficou aquele rapaz sem ver o rosto do seu velho e sofrido pai?

J� se interessou por essa pergunta? A par�bola n�o diz. Na verdade, isso n�o � relevante. Penso que a resposta mais l�gica seria: Ele ficou o tempo suficiente para cair na gandaia, cair na mis�ria, cair em si e depois voltar e... cair nos bra�os amorosos do seu progenitor!...

Na volta ao lar, o que n�o "caiu" bem foi a rea��o do irm�o mais velho. Faltou sensibilidade; faltou amor; faltou compreens�o para com o gesto perdoador do anci�o que ainda teve de dar explica��es, vejam s�: "Esse seu irm�o estava morto e reviveu, tinha-se perdido e foi achado".

J� pensou na forma como o esbanjador chegou-se ao seu antigo ambiente? Por fora, naturalmente sujo, roupas mal cuidadas, sa�de abalada, cheio de fome, coberto de poeira... Por dentro, por�m um novo indiv�duo, trazendo, para usar a linguagem de Jo�o, o Batista: "frutos dignos de arrependimento". O patriarca, sabiamente, percebe a mudan�a e grita para a criadagem: "Quero festa! Quero m�sica! Quero alegria! O garoto voltou! Meu filho est� de volta!!"...

N�o se recusaria uma festa de recep��o a um filho que voltava consciente do tamanho do estrago que a sua decis�o de "sair de casa" tinha provocado. Quando ele disse: "Eu pequei perante o c�u", resumiu toda a decep��o causada a Deus; e quando disse: "Pequei perante ti, meu pai", destacou a decep��o que atingiu a toda comunidade familiar. Estava assim, dando ao seu fracasso o nome certo, sem aumentar nem diminuir a dimens�o do escorreg�o: "Pequei". Como � dif�cil conjugar esse verbo na primeira pessoa do singular. Na literatura b�blica, ganharam destaque os que assim procederam. Lembro o rei Davi, quando teve um caso com a mulher do seu general. Descoberto na sua "malandragem", ele orou, a tempo de ser perdoado. Estava arrasado, em frangalhos, quando balbuciou: "Contra ti somente pequei e fiz o que � mal perante os teus olhos!". (Salmo 51.4)

Tamb�m n�o se recusaria uma festa a quem voltava consciente de como deveria recome�ar. A parte do discurso ensaiado que o pai nem quis ouvir, estava no cora��o: "J� n�o sou digno de ser chamado de filho... faze-me como um dos teus empregados..." Quem volta assim, n�o vem reivindicar direitos, n�o quer destaques nem evid�ncias pessoais. N�o quer acusar quem quer que seja, pela sua tresloucada decis�o. S� quer um espa�o onde possa, arrependido, desfrutar a b�n��o do perd�o.

Essa hist�ria me veio � lembran�a quando, num culto onde estive, reencontrei um amigo que, por alguma raz�o, interrompeu a sua caminhada na companhia daquele grupo de crist�os onde agora se encontrava. Apoiava-se em muletas. Um acidente automobil�stico deixara-o naquele estado. Conversamos. Sei que ele entendeu quando eu disse: "Se este acidente est� servindo para traz�-lo de volta, bendito acidente..."

Nesse mesmo culto, se encontrava um grupo uniformizado bem expressivo. S�o alunos de uma escola de recupera��o de viciados, conhecida pelo significativo nome "Cristol�ndia". Vez por outra s�o convidados a contar sua hist�ria de vida. Alguns deles, excelentes profissionais que resolveram experimentar, "dar um tapinha" na droga e levaram uma tremenda bofetada que os prostrou, atirando-os no v�cio, na sarjeta, na vida subumana. De "noiados", gastando a vida no devastador v�cio do crack, agora d�o a volta por cima, numa viagem de volta, numa aventura com Jesus...

Voltar, amigo, sempre ser� dif�cil. Mas � preciso. N�o se pode ficar distante do conv�vio saud�vel onde se compartilhou as mesmas alegrias, as mesmas dores, os mesmos temores... Como n�o voltar para um lugar do qual nunca se deveria ter sa�do? Mas, preste aten��o: voltar assim, como o filho pr�digo da par�bola. Com coragem, com consci�ncia e certo de que houve transforma��o. Deixando vis�veis os frutos de arrependimento. A�, sim!...

Som na caixa!!! O filho pr�digo voltou!!!

Fonte: Reda��o Maratimba.com
 
Por:  Silvio Gomes Silva    |      Imprimir