Categoria Policia  Noticia Atualizada em 11-09-2013

Investigado, suposto chefe de fraude é jovem e teve rápida ascensão
Vidal esbanjava dinheiro em baladas, gastando R$ 3 mil em 1 noite, diz PF. Operação Esopo apura fraude que teria desviado cerca de R$ 400 mi.
Investigado, suposto chefe de fraude é jovem e teve rápida ascensão
Foto: g1.globo.com

Pouca idade, extremamente articulado, com impressionante ascensão social e conhecido como "prefeito". Estas são características usadas pela Polícia Federal (PF) para definir o perfil de Deivsion Oliveira Vidal, presidente da organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania (IMDC), investigada por um suposto esquema de fraude na celebração de contratos, em diversas áreas, com órgãos públicos, inclusive o Ministério do Trabalho e Emprego.

Após a deflagração da Operação Esopo, que apura o desvio cerca de R$ 400 milhões, o secretário-executivo e ex-ministro interino do trabalho, Paulo Roberto Pinto, além de servidores da pasta foram exonerados. Ao todo, mais de 20 pessoas foram detidas na operação, sendo 15 delas em Minas Gerais.

Aos 32 anos, de acordo com a Polícia Federal, Vidal mostrou "liderança evidente" neste esquema, participando de todas as decisões e ações supostamente fraudulentas envolvendo o IMDC. Com a facilidade de comunicação, apontam as investigações, o presidente do instituto, exerceu grande influência em todas as etapas, apesar da "pouca idade".

Segundo as apurações, Deivson Vidal conseguiu mudar de vida rapidamente, tornando-se um milionário, com mais de R$ 6 milhões aplicados em um único investimento em um banco. De funcionário da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), que ganhava R$ 800, rapidamente, ele passou a ser presidente de um instituto, que movimentava altos valores.

Esse rápido enriquecimento, segundo a polícia, seria, justamente, proveniente de "negócios escusos" mantidos com o poder público.

Nas investigações, a PF destaca ainda a velocidade com a qual Vidal deixou o bairro de classe média João Pinhheiro, na Região Noroeste de Belo Horizonte, para se tornar proprietário de uma mansão no condomínio de luxo Alphaville, em Nova Lima, na Região Metropolitana. Segundo a quadrilha, assim como o presidente do IMDC, outros integrantes do suposto esquema compartilham o mesmo perfil de jovens, geralmente de origem humilde.

Cada vez ganhando mais dinheiro de forma ilícita, Deivson Vidal gostava de esbanjar sua riqueza, conforme aponta a polícia. Apelidado pelos amigos de "prefeito", habitué de baladas em famosas casas noturnas, ele se gabava, de acordo com as apurações, em dizer que gastou mais de R$ 3 mil em uma única noitada.

Ainda de acordo com a Polícia Federal, Vidal era visto circulando em carros de luxo, inclusive em um modelo que não consta nas tabelas de cotação brasileiras. Além de presidir o Instituto Mineiro de Desenvolvimento e Cidadania, ele é proprietário de outras empresas, como a Conquistar Consultoria Empresarial, que também teria importante papel no esquema, lavando o dinheiro da Oscip.

Deivson Vidal foi preso nesta segunda-feira (9) e está detido na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana. Ele é suspeito de fraude a licitação, peculato, corrupção ativa, falsidade ideológica, sonegação fiscal, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores e formação de quadrilha. As penas máximas dos detidos na operação podem chegar a 30 anos.

O G1 tentou entrar em contato, por telefone, com algum representante do IMDC, mas as ligações não foram atendidas. O advogado do suspeito ainda não foi identificado pela reportagem.

Operação Esopo

A operação Esopo, da Polícia Federal, visa a desarticular um esquema de desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro em 11 estados brasileiros e no Distrito Federal. A suspeita levantada por investigações nos últimos cinco anos é de que o esquema organizado pela Oscip Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania (IMDC), em parceria com diversos servidores públicos e pessoas influentes no governo, além de empresários, teria custado mais de R$ 400 milhões aos cofres públicos, em serviços contratados, porém não prestados à sociedade. 22 pessoas foram presas nesta segunda-feira (9), 15 delas em Minas Gerais.

Entre os presos, há ex-prefeitos, empresários, os diretores da oscip, e pessoas que ocupavam cargos de alto escalão em entidades.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir