Categoria Geral  Noticia Atualizada em 14-09-2013

José Dirceu sobre ex-ministro Luiz Gushiken: "entre nós foi o melhor"
Ex-chefe da Casa Civil e um dos réus condenados no processo do mensalão, José Dirceu esteve neste sábado no cemitério do Redentor, zona oeste de São Paulo, para se despedir do amigo e também petista Luiz Gushiken.
José Dirceu sobre ex-ministro Luiz Gushiken:
Foto: noticias.terra.com.br

O ex-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) no governo Lula tinha 63 anos e morreu na noite de sexta-feira no Hospital Sírio-Libanês, na capital, onde estava internado. "Entre nós foi o melhor. Gushiken era o único que dizia para o Lula o que tinha de ser dito nos momentos mais difíceis", afirmou Dirceu.

Para o ex-ministro, o amigo deixou um legado de luta e coragem. "O PT precisa retomar o que o Gushiken pregou na Constituição de 88. Ele foi o responsável pela chegada de Lula ao poder", defendeu. Quanto às acusações de envolvimento de Gushiken no escândalo do mensalão, Dirceu foi categórico. "Ele foi acusado, pré-julgado, condenado, linchado e, posteriormente, absolvido. Ele sempre me deu o braço me estimulando a lutar. Ele dizia que a fase heróica do PT foi o período do mensalão", disse.

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), também esteve no velório. Ele avaliou Gushiken como um negociador muito importante durante o governo do presidente Lula. "Gushiken tinha uma liderança muito grande e sabia compor com as diversas forças políticas", completou.

O corpo de Gushiken será enterrado às 16h deste sábado no cemitério do Redentor. Segundo o Hospital Sírio-Libanês, a causa da morte foi falência de múltiplos órgãos, ocasionada por um sangramento e obstrução intestinal. Gushiken foi internado no início de agosto, primeiramente no Hospital Nove de Julho. Ele era tratado há 12 anos de um câncer de estômago.

Luiz Gushiken
Nascido na cidade de Osvaldo Cruz (SP) no dia 8 de maio de 1950, Luiz Gushiken cursou administração pela Fundação Getulio Vargas entre 1973 e 1979. Escriturário do antigo Banco do Estado de São Paulo (Banespa), onde chegou a assumir o cargo de diretor, presidiu o Sindicado dos Bancários do Estado entre 1985 e 1987.

Além de participar da criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Gushiken foi um dos fundadores do PT em 1980. Deputado federal constituinte por São Paulo, presidiu o partido no final da década de 1980. Durante a Assembleia Nacional Constituinte, foi membro titular de uma subcomissão na Comissão do Sistema Tributário, Orçamento e Finanças. Atuou como deputado durante três mandatos consecutivos até 1999.

Ex-ministro foi investigado
Após participar das campanhas presidenciais de Lula em 1989 e em 1998, Gushiken assumiu a chefia da Secretaria de Comunicação Social no primeiro mandato do então presidente. Deixou o cargo e o status de ministro em 2005, em meio a denúncias de tráfico de influência em contratos que supostamente beneficiaram a Globalprev, de sua propriedade.

Gushiken permaneceu no governo como chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência até novembro de 2006, após a reeleição de Lula, quando pediu exoneração do cargo. Na época, vieram à tona as denúncias do mensalão.

Acusado pelo Ministério Público de crime de peculato, Luiz Gushiken foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A alegação, na época, era que o ex-ministro tinha conhecimento do repasse irregular de R$ 73,8 milhões pelo Banco do Brasil à agência DNA Propaganda, de Marcos Valério. Em 2011, o então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu a absolvição de Gushiken por falta de provas.

Durante o julgamento, o ministro do STF Ricardo Lewandowski disse que o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que acusou Gushiken, em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios em 2003, retirou a imputação quando ouvido em juízo durante o processo. Em maio deste ano, a absolvição de Gushiken foi oficializada pelo Supremo.

Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir