Categoria Geral  Noticia Atualizada em 16-09-2013

Grupos de oposição intensificam crimes na Síria, diz relatório da ONU
Chefe da equipe de investigação é o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro. "Brigadas são formadas por combatentes que entraram" no país, diz ele.
Grupos de oposição intensificam crimes na Síria, diz relatório da ONU
Foto: www.jornalargumento.com.br

Rebeldes que incluem combatentes estrangeiros travando uma "jihad", ou guerra santa, estão cometendo chacinas, crimes e outros abusos no norte da Síria, disseram investigadores de direitos humanos da ONU nesta segunda-feira (16).

"Por todo norte da Síria tem havido um aumento de crimes e abusos cometidos por grupos de extremistas armados antigoverno e também um fluxo de entrada de combatentes rebeldes estrangeiros", disse o chefe da equipe de investigação, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

"Brigadas inteiras são agora formadas por combatentes que entraram na Síria. O Al Muhajireen é uma das ativas", acrescentou.

Os investigadores haviam dito anteriormente que combatentes estrangeiros de mais de 10 países, incluindo do Afeganistão e da região russa da Chechênia, assim como forças da Al-Nusra, ligada à Al-Qaeda, apoiam os rebeldes sírios. O Hezbollah, do Líbano, luta ao lado das forças do governo.

"Agora deve haver mais. A questão é que esses elementos extremos possuem sua própria agenda e certamente não é uma agenda democrática que querem impor", disse o membro da comissão Vitit Muntarbhorn.

Pinheiro, que relata sobre suspeitas de crimes de guerra desde 15 de julho, disse também que o governo do presidente Bashar al-Assad continua sua campanha implacável de bombardeios aéreos e de artilharia por todo o país.

Uma bomba incendiária lançada por um avião de guerra do governo sobre uma escola no interior de Aleppo em 26 de agosto matou pelo menos 8 estudantes e 50 sofreram queimaduras horríveis em até 80% do corpo, disse ele, citando relatos de sobreviventes.

Acordo
Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Rússia concordaram que a Síria deve enfrentar consequências se não cumprir totalmente com a resolução da ONU para entregar seu arsenal de armas químicas, disse o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, nesta segunda-feira (16).

"Se (o presidente sírio, Bashar al) Assad não cumprir o prazo para cumprir os termos, não se enganem, estamos todos de acordo --e isso inclui a Rússia-- que haverá consequências", disse Kerry em entrevista coletiva em Paris com os seus colegas francês e britânico.

Pelo acordo firmado entre Estados Unidos e Rússia, a Síria terá de entregar em uma semana informação sobre seu arsenal de armas químicas para evitar um ataque. Se a Síria não cumprir os procedimentos para eliminar suas armas químicas, a ameaça de uso de força será incluída em uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir