Categoria Geral  Noticia Atualizada em 26-09-2013

Juiz nega pedido para barrar parentes de vítimas nas audiências da Kiss
Requerimento foi apresentado por advogado após manifestação de mãe. Outros cinco sobreviventes foram ouvidos nesta quarta em Santa Maria.
Juiz nega pedido para barrar parentes de vítimas nas audiências da Kiss
Foto: www.bahianoticias.com.br

Uma discussão sobre a presença de familiares das vítimas marcou a audiência desta quarta-feira (25) sobre a tragédia na boate Kiss na Justiça de Santa Maria. A defesa de um dos quatro réus no processo criminal solicitou que os parentes fossem impedidos de assistir aos depoimentos, mas o pedido foi negado pelo juiz Ulysses Louzada.

O requerimento foi apresentado pelo advogado depois que a mãe de um dos 242 mortos no incêndio fez um comentário durante o depoimento de uma das vítimas. Pouco antes, o juiz havia determinado que a mulher se retirasse do Salão do Júri do Fórum, a pedido de outro advogado.

Nesta quinta-feira (25), mais cinco sobreviventes do incêndio prestaram depoimento. O primeiro a depor foi um porteiro da boate que disse ter ajudado no resgate das vítimas. Quando indagado sobre o controle de público, ele falou que, quando a casa estava cheia, recebia ordem para só permitir a entrada de mais pessoas mediante a saída de outras.

Em seguida, dois frequentadores também fizeram o seu relato sobre a tragédia. Um deles disse que não frequentava muito a Kiss porque o local estava sempre lotado assim como na madrugada de 27 de janeiro. Ambos disseram nunca ter visto outras apresentações com fogos durante as festas, apenas artefatos pirotécnicos em bebidas, oferecidas a aniversariantes. Nesta quinta (26), mais seis pessoas devem ser ouvidas.

Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro, resultou em 242 mortes. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco.

O inquérito policial indiciou 16 pessoas criminalmente e responsabilizou outras 12. Já o MP denunciou oito pessoas, sendo quatro por homicídio, duas por fraude processual e duas por falso testemunho. A Justiça aceitou a denúncia. Com isso, os envolvidos no caso viram réus e serão julgados. Dois proprietários da casa noturna e dois integrantes da banda foram presos nos dias seguintes à tragédia, mas a Justiça concedeu liberdade provisória aos quatro em 29 de maio.

Veja as conclusões da investigação
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso no palco
- As faíscas atingiram a espuma do teto e deram início ao fogo
- O extintor de incêndio do lado do palco não funcionou
- A Kiss apresentava uma série das irregularidades quanto aos alvarás
- Havia superlotação no dia da tragédia, com no mínimo 864 pessoas
- A espuma utilizada para isolamento acústico era inadequada e irregular
- As grades de contenção (guarda-corpos) obstruíram a saída de vítimas
- A casa noturna tinha apenas uma porta de entrada e saída
- Não havia rotas adequadas e sinalizadas de saída em casos de emergência
- As portas tinham menos unidades de passagem do que o necessário
- Não havia exaustão de ar adequada, pois as janelas estavam obstruídas

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir