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Na rota dos protestos, Monumento às Bandeiras vira alvo de pichações
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Escultura ao lado do Ibirapuera já teve homenagem ao cantor Chorão.
Em protesto de índios na quarta, tinta vermelha foi jogada no monumento.
Foto: g1.globo.com As pichações feitas na terça-feira (1°) e quarta-feira (2) no Monumento às Bandeiras, durante um protesto realizado por índios, são o novo capitulo na saga do ponto turístico paulistano. A obra do escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret fica ao lado do Parque Ibirapuera e perto da Assembleia Legislativa, na Zona Sul de São Paulo.
Desta vez, o vandalismo busca questionar o próprio significado da obra, uma homenagem aos colonizadores que realizaram expedições em busca de metais preciosos e índios para escravizar no interior do Brasil nos séculos 17 e 18. Entretanto, temas diversos já levaram a atos contra o monumento também em 2010, 2011 e 2012.
Em maio do ano passado, um dos personagens do monumento teve as unhas pintadas de azul. Em dezembro, havia pichações nos rostos.
O G1 entrou em contato com a Prefeitura de São Paulo para obter um balanço das intervenções na obra e aguarda retorno. Nesta manhã, equipes já cuidavam da remoção da tinta. Apenas com solventes, a Secretaria da Cultura deverá gastar R$ 12 mil. Terá de pagar ainda as equipes terceirizadas contratadas para limpar o monumento.
As pichações não são novidade. Em 2006, o nome "Vicente" foi pichado. Naquele mesmo ano, dois adolescentes foram detidos por pichar a escultura por policiais militares que passavam pelo local. Não há nenhum vigia responsável por proteger o monumento. Pichar é crime previsto na lei ambiental.
Neste ano, outra pichação também chamou a atenção de quem passou pela Avenida Pedro Álvares Cabral. As palavras "Chorão" e "paz" foram escritas após o vocalista da banda Charlie Brown Jr. ser encontrado morto em seu apartamento em Pinheiros.
Protesto
Na quarta, manifestantes jogaram tinta vermelha e picharam a frase "bandeirantes assassinos" com tinta branca. Os autores do vandalismo contra o monumento participavam do protesto dos índios, que começou por volta das 17h30 na Avenida Paulista. No fim do ato, os manifestantes deram um abraço simbólico no monumento.
A obra já havia sido pichada em um protesto na noite de terça-feira (1º) contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, mesmo motivo da manifestação desta quarta-feira. A PEC pode mudar a demarcação de terras no país. Na base da escultura já havia sido escrita a mesma frase: "bandeirantes assassinos", além de uma citação ao nome do projeto.
Monumento
O monumento pichado em São Paulo é feito de granito, um material poroso. A escultura foi inaugurada em 1953. Ele é conhecido popularmente como "Empurra-empurra" ou "Deixa que eu empurro". A obra é uma homenagem às expedições, conhecidas como bandeiras, que partiram de São Paulo rumo ao interior do Brasil.
Os bandeirantes, responsáveis por iniciar o povoamento de parte do território brasileiro sobretudo nos séculos 17 e 18, usaram o aprisionamento dos índios nas próprias bandeiras e também como mão de obra nos assentamentos.
A obra de Brecheret representa um grupo empurrando uma canoa. Além do bandeirante português, estão representados no conjunto o índio, o mameluco e o negro.
Fonte: g1.globo.com
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Por:
Maratimba.com |
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