Categoria Policia  Noticia Atualizada em 03-10-2013

Na rota dos protestos, Monumento às Bandeiras vira alvo de pichações
Escultura ao lado do Ibirapuera já teve homenagem ao cantor Chorão. Em protesto de índios na quarta, tinta vermelha foi jogada no monumento.
Na rota dos protestos, Monumento às Bandeiras vira alvo de pichações
Foto: g1.globo.com

As pichações feitas na terça-feira (1°) e quarta-feira (2) no Monumento às Bandeiras, durante um protesto realizado por índios, são o novo capitulo na saga do ponto turístico paulistano. A obra do escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret fica ao lado do Parque Ibirapuera e perto da Assembleia Legislativa, na Zona Sul de São Paulo.
Desta vez, o vandalismo busca questionar o próprio significado da obra, uma homenagem aos colonizadores que realizaram expedições em busca de metais preciosos e índios para escravizar no interior do Brasil nos séculos 17 e 18. Entretanto, temas diversos já levaram a atos contra o monumento também em 2010, 2011 e 2012.
Em maio do ano passado, um dos personagens do monumento teve as unhas pintadas de azul. Em dezembro, havia pichações nos rostos.

O G1 entrou em contato com a Prefeitura de São Paulo para obter um balanço das intervenções na obra e aguarda retorno. Nesta manhã, equipes já cuidavam da remoção da tinta. Apenas com solventes, a Secretaria da Cultura deverá gastar R$ 12 mil. Terá de pagar ainda as equipes terceirizadas contratadas para limpar o monumento.
As pichações não são novidade. Em 2006, o nome "Vicente" foi pichado. Naquele mesmo ano, dois adolescentes foram detidos por pichar a escultura por policiais militares que passavam pelo local. Não há nenhum vigia responsável por proteger o monumento. Pichar é crime previsto na lei ambiental.
Neste ano, outra pichação também chamou a atenção de quem passou pela Avenida Pedro Álvares Cabral. As palavras "Chorão" e "paz" foram escritas após o vocalista da banda Charlie Brown Jr. ser encontrado morto em seu apartamento em Pinheiros.
Protesto
Na quarta, manifestantes jogaram tinta vermelha e picharam a frase "bandeirantes assassinos" com tinta branca. Os autores do vandalismo contra o monumento participavam do protesto dos índios, que começou por volta das 17h30 na Avenida Paulista. No fim do ato, os manifestantes deram um abraço simbólico no monumento.
A obra já havia sido pichada em um protesto na noite de terça-feira (1º) contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, mesmo motivo da manifestação desta quarta-feira. A PEC pode mudar a demarcação de terras no país. Na base da escultura já havia sido escrita a mesma frase: "bandeirantes assassinos", além de uma citação ao nome do projeto.

Monumento
O monumento pichado em São Paulo é feito de granito, um material poroso. A escultura foi inaugurada em 1953. Ele é conhecido popularmente como "Empurra-empurra" ou "Deixa que eu empurro". A obra é uma homenagem às expedições, conhecidas como bandeiras, que partiram de São Paulo rumo ao interior do Brasil.

Os bandeirantes, responsáveis por iniciar o povoamento de parte do território brasileiro sobretudo nos séculos 17 e 18, usaram o aprisionamento dos índios nas próprias bandeiras e também como mão de obra nos assentamentos.

A obra de Brecheret representa um grupo empurrando uma canoa. Além do bandeirante português, estão representados no conjunto o índio, o mameluco e o negro.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir