Categoria Automóveis  Noticia Atualizada em 13-11-2013

Primeiras impressões: Range Rover Sport 5.0 V8 Supercharged
SUV da land Rover vai do autódromo para a trilha com facilidade e conforto. Nova geração incrementou proposta dinâmica e ganhou visual próprio.
Primeiras impressões: Range Rover Sport 5.0 V8 Supercharged
Foto: g1.globo.com

Supõe-se que a garagem de um milionário entusiasta de automóveis seja preenchida com alguns dos principais tipos de veículos, um para cada situação: SUV para viagens, hatches esportivos para bancar o piloto (num circuito, de preferência), conversível para dias ensolarados e um sedã luxuoso de segunda a sexta, para atividades triviais. Mas se fosse imposta ao tal milionário a difícil missão de escolher para si apenas um automóvel, é certo que o novo Range Rover Sport executaria bem o papel de cada um deles. É como ter vários carros num só – exceto um conversível, por motivos óbvios.
Lançado em 2005 com o Porsche Cayenne na mira, o Range Rover Sport chegou um tanto desorientado para a briga: tinha apelo e motor de carro esportivo, mas fora construído sobre a base do Discovery, que tem proposta muito mais voltada para o off-road do que para performance. A segunda geração, lançada durante o Salão de Nova York, em março, colocou o Range Rover no caminho certo.
A primeira – e mais valiosa – medida foi dar adeus à plataforma de Discovery e abraçar a estrutura (adaptada a ele) do Range Rover Vogue, construída totalmente em alumínio. Essa revolucionária tecnologia continua sendo impressionante, mesmo já tendo sido vista no mais importante dos Range Rover – afinal, são até 420 kg de emagrecimento em relação à geração anterior e consumo reduzido em até 24%, segundo a marca.
Evoque x Range Rover
Ser praticamente idêntico ao Vogue na primeira geração também não era lá motivo de orgulho – não pela aparência em si, mas pela falta de identidade própria. Agora, em compensação, o Sport é forte candidato a ser o mais belo dos Range Rover, ao unir uma frente que é basicamente o meio termo entre a do Evoque (afilada) e a do Vogue (parruda) a uma traseira que aplica os mesmos elementos do "baby Range Rover", mas numa área maior.
Tomar as principais referências estéticas do carro de entrada e do topo de linha da gama Range Rover reflete também o comportamento dinâmico do Sport, que une o melhor dos dois mundos.
Primeiras impressões
Na primeira curva contornada mais rapidamente, a bordo da versão V8 Supercharged, o condutor se dá conta de outra mudança primordial na segunda geração do utilitário esportivo. Se antes a direção do Range Rover Sport era um tanto lenta (apropriada para um SUV, mas inadequada para um carro com pretensões esportivas), o novo presenteia o motorista com uma reação muito mais arisca e precisa. Isso graças ao modo Dinâmico incorporado ao Terrain Response. Com ele ativado, mudam os parâmetro do acelerador, direção e comportamento da suspensão, que dotada de um controle pneumático firma o carro no chão e permite pouquíssima rolagem da carroceria.
Não é exagero dizer que os ocupantes se sentem num hatch esportivo, e não num utilitário de 2.310 kg e 1,78 m de altura.
O modo como o novo Range Rover Sport acelera também é digno de um carro bem distante da categoria "utilitário": 0 a 100 km/h em 5,3 segundos, ou apenas 1,9 segundo mais lento do que uma Ferrari 458 Italia. A velocidade máxima de 250 km/h também é absurda para um carro de tais proporções, mas saber que o novo modelo está 8% mais aerodinâmico ajudar a entender tal façanha.
Há também o motor a diesel, no caso representado pelo 3.0 V6 de 292 cavalos e 61,2 kgfm de torque. Força e extrema suavidade estão entre suas qualidades, mas já que a escolha é por um Range Sport, e não um Vogue, que seja então um com motor a gasolina, de ronco mais instigante e atributos mais condizentes com a proposta esportiva.
Obviamente o ápice da diversão ao volante e da interação com o "piloto" está na versão 5.0 V8 Supercharged, de 510 cv e 63,7 kgfm; mas o inédito 3.0 V6 Supercharged, de 340 cv e 45,9 kgfm de toque, entusiasma mesmo os mais ávidos por desempenho. Seu ronco é quase tão borbulhante quanto e as trocas de marcha são tão rápidas quanto – a diferença do V6 (R$ 393,5 mil) para o V8 de entrada (R$ 496,5 mil) se justifica, entre outros itens, pela ausência do modo dinâmico.
Quanto à desenvoltura no off-road, qualquer Land Rover dispensa explicações. Basta dizer que suas habilidades fora da estrada não veem limites nas mãos de um usuário comum – ou seja, excetuando-se uma etapa do Rally Dakar, é possível chegar a qualquer lugar com um utilitário da marca. E a crença de que um Land Rover quase tudo pode aumenta quando observamos que os pneus usados são voltados para o asfalto, e não propriamente para aventuras sobre lama.
Seja lá qual for a versão, o conforto interno atinge níveis máximos de requinte e qualidade. E é elogiável a forma como a marca conseguiu criar um ambiente limpo mesmo com tantos recursos disponíveis – o mais notório exemplo é o som premium Meridian, com nada menos do que 23 alto-falantes. Apenas um cliente extremamente exigente (para não dizer chato) sentiria alguma diferença relevante para o interior de modelos como Bentley ou Rolls-Royce.
E se o Range Rover Sport é uma mescla, visual e comportamental, de Evoque e Vogue, um recurso não emprestado de ambos, felizmente, é o seletor de marchas em forma de botão giratório – certas coisas, como alavancas de câmbio, não precisam ser reinventadas.
A única ressalva vai para os modelos equipados com o painel digital: cheio de pompa tecnológica, é difícil de ser lido durante o dia, quando certa dose extra de contraste seria útil. Nas versões mais baratas, recorreu-se aos instrumentos do Evoque, que, no final das contas, são mais simples e (por isso) fáceis de ler.
Vogue ou Sport?
A escolha é orientada em boa parte pelo fator financeiro, é claro – os preços do Sport terminam onde os do Vogue começam –, mas o perfil do comprador também influencia. É notório que o potencial dono de um Sport é mais jovem, enquanto o comprador do Vogue tem outras prioridades além de acelerar loucamente e contornar curvas como se estivesse num autódromo – embora o Vogue também não negue tais tarefas.
Enquanto o Vogue mantém a áurea de SUV mais poderoso do mundo, o Sport sem dúvida se firma como o mais comprometido com comportamento dinâmico sem abrir mão verve aventureira – Porsche Cayenne Turbo e Mercedes ML 63 AMG são tão rápidos e velozes quanto, mas ficam no meio do caminho quando o asfalto acaba.
Se existe alguma crise a ser enfrentada na indústria automotiva – seja financeira, criativa ou tecnológica –, os últimos modelos da linhagem Range Rover mostram que a marca inglesa não tomou conhecimento.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir