Categoria Politica  Noticia Atualizada em 18-11-2013

Em voo, presos do mensalão foram algemados e proibidos de co
Nove dos condenados foram transferidos para Brasília, no sábado (16). Justiça deve decidir nesta segunda (18) onde cada um vai cumprir pena.
Em voo, presos do mensalão foram algemados e proibidos de co
Foto: g1.globo.com

Os nove condenados no processo do mensalão que tiveram a prisão decretada e foram transferidos para Brasília no sábado (16) viajaram algemados no avião da Polícia Federal e foram proibidos por agentes que os escoltavam de conversar uns com os outros, de acordo com reportagem do Fantástico.

O uso das algemas chegou a ser contestado pelos advogados de defesa. A Polícia Federal alega que se trata de uma regra de segurança.
A aeronave da PF partiu de Brasília no início da tarde de sábado para buscar os condenados que tiveram a ordem de prisão decretada na véspera pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-ministro José Dirceu e o deputado licenciado José Genoino (PT-SP) embarcaram no jato em São Paulo. Os outros sete réus, entre eles o operador do mensalão, Marcos Valério, foram apanhados na capital mineira.
Na trecho final da viagem, entre Belo Horizonte e Brasília, os nove presos sentaram-se nas poltronas das janelas. Ao lado de cada um deles estava um agente da Polícia Federal. Antes da decolagem, todos foram algemados.

José Roberto Salgado, ex-dirigente do Banco Rural, ficou na primeira fileira. Atrás dele, pela ordem, estavam Cristiano Paz, ex-sócio de Marcos Valério; Katia Rabelo, ex-presidente do Banco Rural; José Genoino; José Dirceu; Romeu Queiroz, ex-deputado pelo PTB; Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Marcos Valério; Ramon Rollerbach, ex-sócio de Marcos Valério; o operador do mensalão, Marcos Valério, foi quem ficou mais atrás.

A aeronave da PF que trouxe os detentos pousou em Brasília por volta das 17h45. Os presos deixaram o avião e ingressaram em um microônibus branco com vidros escuros. Somente às 19h o veículo deixou o terminal aeroportuário, escoltado por três carros da PF, em direção ao Complexo Penitenciário da Papuda. Para lá foram levados ainda Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL, atual PR; e Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT. Os dois, que também tiveram as prisões decretadas, haviam se entregado à polícia em Brasília.

O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, também teve a prisão decretada mas continua foragido. De acordo com a família, ele foi para a Itália. O nome dele está na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional.
Primeiro dia na prisão
No Complexo Penitenciário da Papuda estão os nove homens presos. Eles estão na ala federal do Centro de Detenção Provisória, divididos em dois grupos: um de cinco e outro de quatro presos. Cada cela tem 12 m2, um sanitário no chão, um cano de água fria para o banho e quatro camas de concreto.

Durante a madrugada deste domingo, José Genoino passou mal e precisou ser atendido por um médico – durante o vôo para Brasília, ele já havia tido uma crise de pressão alta. Por conta disso, no começo da tarde o advogado de Genoino, Luiz Fernando Pacheco, entrou com um pedido no STF para que o ex-presidente do PT cumpra a pena em regime domiciliar – ele foi condenado a 6 anos e 11 meses em regime semiaberto.

O advogado divulgou ainda uma frase de Genoino em que ele afirma que sua prisão em regime fechado, no Complexo da Papuda, é uma "arbitrariedade", diz estar "muito doente" e que corre risco de morrer na prisão.
"Estamos presos em regime fechado, sendo que fui condenado ao semiaberto. Isso é uma grande e grave arbitrariedade, mais uma na farsa surreal que é todo esse processo, no qual fui condenado sem qualquer prova, sem um indício sequer", disse Genoino, segundo seu advogado. "Sou preso político e estou muito doente. Se morrer aqui, o povo livre deste país que ajudamos a construir saberá apontar os meus algozes."

Além de Genoino, Delúbio Soares também recebeu os advogados. Os parentes dos presos só poderão fazer visitas a partir de terça-feira (19).

Katia Rabelo e Simone Vasconcelos
As duas mulheres estão presas na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Elas foram transferidas da Papuda, que não tem área feminina, na noite de sábado.

Por enquanto, nenhum dos presos começou a cumprir a pena formalmente. O juiz titular da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Ademar de Vasconcelos, recebeu as cartas de sentença dos presos neste domingo. Só com esses documentos ele pode analisar a situação de cada condenado e determinar onde cada um vai cumprir a pena, o que deve acontecer nesta segunda (18).

Os condenados em regime fechado devem ir para a ala 1 do presídio. Quem for cumprir a pena em regime semiaberto deve ir para o Centro de Internação e Reeducação, também na Papuda. As duas mulheres devem ir para um presídio feminino.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir