Categoria Policia  Noticia Atualizada em 19-12-2013

Padrasto tinha "ciúme mórbido e doentio" de garota morta, diz delegado
Segundo mãe e amigas da jovem, ele sempre vigiava e ligava para enteada. Os dois foram achados mortos e amarrados a árvore em Pirenópolis, GO.
Padrasto tinha
Foto: g1.globo.com

Testemunhas relataram à Polícia Civil que Joaquim Lourenço da Luz, de 47 anos, tinha muito ciúme da enteada, a estudante de enfermagem Loanne Rodrigues da Silva Costa, 19. Eles foram encontrados mortos e amarrados a uma árvore no Morro do Frota, em Pirenópolis, na região central de Goiás. "As testemunhas e as evidências nos apontam que o Joaquim nutria um ciúme mórbido e doentio pela Loanne. É o tempo todo vigiando ela, ligando no celular dela, nas festas indo atrás dela", afirma o delegado Rodrigo Luiz Jayme, que investiga o caso.

A principal linha de investigação da polícia é de que os dois tenham sido mortos após uma explosão de dinamite provocada por Joaquim. "Corrente, corda, barraca e colchão [objetos achados na cena do crime], era tudo propriedade de Joaquim. A dinamite era da pedreira onde ele trabalhava", afirma o delegado.

Na quarta-feira (18), a mãe da jovem, a faxineira Sandra Rodrigues da Silva, prestou depoimento à polícia e confirmou a preocupação do marido com a enteada. "A mãe disse que desconhecia um relacionamento amoroso entre as vítimas, mas disse que ele sempre ficava ligando no celular da vítima", relata o delegado.

Depoimentos

Outras testemunhas ouvidas pela Polícia Civil, duas amigas de Loanne, também relataram a alta frequência com que o padrasto ligava para a jovem. "Segundo as testemunhas, isso acontecia principalmente quando ela ia para festas de madrugada. Ele ficava ligando sem parar, ia atrás dela", diz Rodrigo Jayme.

Já prestaram depoimento à polícia a mãe e o irmão de Loanne, Luan Rodrigues da Silva Costa, 17, e duas amigas dela. De acordo com o delegado, serão ouvidas outras testemunhas nesta quinta-feira (19), como vizinhos da família. Paralelo a isso, são feitas perícias nos celulares das vítimas, uma máquina fotográfica e no notebook de Loanne, que foi encaminhado para Goiânia. Um perito também deve retornar ao local do crime em busca de mais provas.

Apesar da principal suspeita do delegado ser de que Joaquim tenha premeditado o crime, Rodrigo Jayme não descarta outras possibilidades, como a de duplo homicídio cometido por uma terceira pessoa. "A gente acreditava, e não descartamos também, que o casal foi levado amordaçado para o local do crime e ali teria sido assassinado", ressalta.

Ameaças

A polícia analisa também uma carta anônima recebida por Loanne, com várias ameaças à jovem. Segundo a polícia, a jovem chegou a ficar internada no Hospital de Urgências de Anápolis (Huana) após levar uma paulada na cabeça. A família fez o registro da ocorrência na delegacia da cidade, mas o agressor nunca foi descoberto.

Após o fato, quando já estava em casa se recuperando dos ferimentos, Loanne recebeu o bilhete com ameaças que remetiam à agressão, como: "Como você tem sorte de não ter morrido" e "O inferno te espera".

O bilhete passará por um exame grafotécnico. A caligrafia da carta será comparada, inicialmente, à de Joaquim, mas outros suspeitos também podem ser investigados.

Relacionamento

Apesar de relatar o ciúme, a mãe de Loanne e esposa de Joaquim não crê que o marido, com quem foi casada durante sete anos, tenha sido o responsável pelo crime. "Não quero acreditar que seja ele porque ele era muito bom para minha filha. Minha vida desmoronou.

Desde o dia em que ela desapareceu, estou sem comer e sem dormir. Não consigo fazer mais nada", disse Sandra.

Em entrevista ao G1, o irmão da jovem afirmou que nunca percebeu nada de diferente no comportamento dos dois. "Era como pai e filha. Ele a considerava como filha de sangue e se preocupava muito com ela", relatou Luan. "Estou triste, deprimido. Ela estava feliz, tinha ido no morro pensando em tirar foto, de boa. Não faço ideia do que possa ter acontecido", acrescentou.

Crime

Loanne e Joaquim foram encontrados mortos na terça-feira (17), no Morro do Frota, uma área de preservação ambiental que é ponto turístico de Pirenópolis. De acordo com a Polícia Civil, padrasto e enteada morreram abraçados, sendo Joaquim com o pé acorrentado e Loanne amarrada com uma corda a uma árvore. Uma faca também foi encontrada no local, mas nela não foram encontrados vestígios de sangue, afirma a polícia.

De acordo com o sargento do Corpo de Bombeiro João Pereira Rosa, a jovem e o padrasto tinham ido até o parque na tarde do dia anterior para tirar algumas fotos do local. Como anoiteceu e eles não retornaram, familiares pediram ajuda à corporação.

Cerca de 18 militares trabalharam nas buscas, mas não conseguiram encontrá-los. Os corpos só foram localizados por volta das 13h por um homem que passava pelo local. Ele acionou os bombeiros.

Pertences das vítimas, como celulares e uma bolsa, estavam no local. A perícia localizou ainda uma barraca queimada a 100 metros da cena de crime.

Os corpos de Loanne e do padrasto foram enterrados na manhã de quarta-feira, no cemitério de Pirenópolis. O velório aconteceu durante toda a madrugada com os caixões fechados.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir