Categoria Policia  Noticia Atualizada em 14-01-2014

Polícia abre inquérito para apurar crimes em "rolezinho" no shopping
Adolescente foi detido por suspeita de roubar celular no Shopping Itaquera. Mercadoria de loja foi furtada durante encontro marcado pela internet.
Polícia abre inquérito para apurar crimes em
Foto: g1.globo.com

A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar dois roubos e um furto durante um "rolezinho" que aconteceu no sábado (11), no Shopping Metrô Itaquera, na Zona Leste de São Paulo.
O objetivo é identificar quem aproveita os encontros marcados pela internet para cometer crimes. Os eventos têm ocorrido principalmente em shoppings e ganharam repercussão desde dezembro quando algumas lojas dos centros comerciais fecharem as portas mais cedo. Os organizadores definem os encontros como um "grito por lazer" e negam qualquer intenção ilegal.

"Não há nenhuma proibição para que os jovens se reúnam. Eles têm direito de cantar, passear, paquerar. O que ninguém quer é que eles façam tumulto. Dois ou três aproveitam para roubar os tênis de alguém ou quebrar vidro de uma loja. O receio da gente é nesse sentido", afirmou o delegado Luiz Antonio da Cruz, titular do 65º Distrito Policial, de Artur Alvim.
O delegado disse que os próprios participantes dos encontros podem ajudar a garantir a segurança. "Nós estamos entre dois direitos: de quem vai fazer compras e de quem participa dos encontros. Ninguém fala no direito de passeio. Eles mesmos podem detectar alguém que está entrando no meio para perturbar", afirmou.
Um adolescente foi detido e encaminhado à Vara da Infância e Juventude por suspeita de roubar o celular de uma cliente. "Ele foi detido na área do terminal de ônibus, mas estava com o aparelho e foi reconhecido pela vítima, que disse ter sido agredida e ameaçada. É preciso investigar se mais gente participou dessa ação", disse o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, durante o rolezinho de sábado, uma outra vítima teve a sua correntinha de ouro e sua carteira foram roubadas e uma mercadoria de uma loja foi furtada. A vidraça do estabelecimento ficou danificada.
Nesta terça, Luiz Antonio da Cruz pretende ouvir o chefe da segurança do centro comercial e deve levar as imagens do circuito interno, mas ainda não tem nenhum suspeito chamado a conversar com a polícia. "Esse inquérito foi aberto recentemente vamos tentar identificar algum participante, mas, pelo que vi até o momento, não deu para identificar ninguém."
Em contato com outras delegacias, a polícia investiga se os participantes do "rolezinho" em Itaquera participaram de encontros firmados pela internet em outros shoppings, como o Internacional de Guarulhos. Moradores de outros municípios podem ser chamados a depor por carta precatória.

Enquanto isso, a polícia afirma que continua acompanhando as redes sociais. "Tem todo um acompanhamento das polícias militar e civil. Se vai ter 4 mil participantes, tem que reforçar a vigilância. Nada contra os jovens, mas, quando se junta muita gente, há uma empolgação. Tem aquele que não está de boa cabeça, outro que abusa da situação", afirmou o delegado.
2ª vez
O encontro desse sábado não foi o primeiro ocorrido no centro comercial. Em dezembro, cerca de seis mil adolescentes foram ao centro de compras na noite deste sábado (7). Houve tumulto, a polícia foi acionada e o shopping fechou uma hora e meia mais cedo. Administração do shopping nega que tenha acontecido um arrastão. Na época, um inquérito foi instaurado. Por meio de uma placa de um carro, a polícia chegou a um adolescente que estava em um carro e um homem que aparecia dançando em cima do veículo. Eles foram ouvidos como testemunhas.
Prevenção
A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) afirmou que shoppings escolhidos por jovens como pontos de novos de "rolezinhos" entrarão na Justiça para impedir os eventos. Nesta segunda-feira (13), o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, afirmou ao G1 que haverá ações por parte dos shoppings, em parceria com a Alshop. "Vamos ter mandados de segurança e os shoppings vão fazer um esquema de segurança", disse.
O caminho será o mesmo adotado pelos shoppings Itaquera, Campo Limpo e JK Iguatemi, que ganharam liminares neste fim de semana impedindo as reuniões, sob pena de multa de R$ 10 mil para quem infringisse a determinação.
Entre os shoppings que têm rolezinhos marcados para breve estão o Center Norte e o Metrô Tatuapé. Para Nabil, os "rolezinhos" não podem acontecer dentro dos centros comerciais porque põem em risco e importunam clientes e comerciantes. Ele pede que a Prefeitura de São Paulo ofereça espaços, como o Sambódromo do Anhembi.
O prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou nesta segunda-feira (13) que os shoppings não devem empurrar o problema para a Prefeitura e que é preciso discutir a cidade. "Não adianta ficar [dizendo]: cuida dessas pessoas que o problema é seu. É a cidade que precisa ser discutida e nós precisamos evoluir no sentido de abrir espaços públicos para que as pessoas possam usufruir mais da cidade", disse Haddad.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir