Categoria Policia  Noticia Atualizada em 20-01-2014

Câmeras de posto mostram roubos após PM encerrar baile funk irregular
Festa sem autorização ocorria em via na Penha, na Zona Leste. Cerca de 2 mil pessoas participavam do evento, segundo a PM.
Câmeras de posto mostram roubos após PM encerrar baile funk irregular
Foto: g1.globo.com

Câmeras de um posto de combustível na Penha, na Zona Leste de São Paulo, registraram saques e vandalismo cometidos por um grupo de jovens na noite de domingo (19). Os crimes ocorreram após um baile funk sem autorização, realizado na Avenida Governador Carvalho Pinto, ter sido encerrado pela Polícia Militar (PM). Além do posto, quiosques dentro de um hipermercado foram alvo de depredações.

A PM diz que cerca de 2 mil pessoas participavam do evento e "interditavam o trânsito de forma ilegal, impedindo o sossego público, o direito de ir e vir, entre outros direitos coletivos assegurados em lei". O encontro incomodou moradores da região, que ligaram para a polícia. A corporação diz que agiu, também, porque o evento infringia regras do Programa de Silêncio Urbano (Psiu).

A polícia afirma ter encontrado resistência dos participantes, o que exigiu a utilização de "técnicas de controle de distúrbios para dispersar a multidão". Parte do grupo interditou a Avenida São Miguel com lixo e ateou fogo. Outra parte seguiu para a unidade do hipermercado Extra, na Avenida São Miguel. Os jovens quebraram várias portas de vidro do supermercado. Os participantes do baile também destruíram os quiosques que encontraram pelo caminho.

Uma cliente contou ao Bom Dia São Paulo que, na hora do tumulto, houve pânico. "Houve correria, muito tumulto. Criança ficou chorando com medo. Os caixas ficaram abandonados.

Teve senhora passando mal, criança", afirmou.

Depois de deixar o hipermercado, o grupo foi até um posto de combustível, na Avenida Dom Helder Câmara, a menos de 100 metros do Extra.

No posto, os manifestantes destruíram a loja de conveniência, roubaram produtos, dinheiro e quebraram máquinas de cartões. "Chegaram empurrando um frentista colega meu, pegando dinheiro do bolso dele. Depois, foram até a sala do cartão, levaram dinheiro do meu bolso.

Levamos um susto, porque nunca aconteceu isso aqui", disse o frentista Ângelo de Souza.

O posto funcionava normalmente na manhã desta segunda-feira (20). De acordo com o proprietário, o grupo levou principalmente bebidas alcóolicas, cigarros e doces. O prejuízo ficou entre R$ 10 e R$ 12 mil, como mostrou o SPTV.

O hipermercado informou ter uma equipe de segurança treinada e um circuito interno de câmeras. O centro comercial voltou a funcionar nesta segunda. Algumas lojas aindanão tinham consertado as vitrines.

Espaços públicos

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta segunda-feira (20) que pretende abrir os Clubes da Comunidade (CDCs) para a realização de festas noturnas na capital paulista. De acordo com Haddad, 12 já começaram funcionar à noite como um espaço de convivência e estão liberados para os pancadões, desde que não atrapalhem a vizinhança.

Os endereços dos CDCs que estão abertos durante o dia todo ainda não foram informados pela Prefeitura.

"Nós estamos abrindo 12 CDCs, inclusive à noite. Nosso projeto é iluminar todos os CDCs com iluminação pública, ela [luz] acende com o anoitecer como se fosse uma praça. Nós temos 300 CDCs na cidade, nós estamos colocando iluminação pública e reformando todos para que fiquem um espaço de convivência como uma praça pública", afirmou o prefeito.

O prefeito afirmou que a cidade possui 300 desses equipamentos públicos. "Nem todos [os CDCs] têm vizinhança, moradores que dependem de uma noite de sono para retomar suas atividades no dia seguinte, você pode ser mais liberal com o volume do som. O que não dá pra ser é na frente da casa das pessoas", disse ao ser questionado sobre espaços de lazer que a cidade oferece para os jovens que curtem ouvir som alto nas ruas, como nas festas funk.

No início do ano, Haddad vetou na íntegra um projeto de lei que proibia a utilização de vias públicas para realização de bailes funk e de qualquer outro evento musical não autorizado pela Prefeitura. Ele alegou que os objetivos do projeto 02/2013 já são atendidos pela legislação em vigor, como a lei que proíbe a emissão de ruídos sonoros de aparelhos de som instalados em veículos automotores estacionados.

A ideia da Prefeitura é abrir espaços para que os jovens tenham mais opções de lazer, problema que tem sido discutido com mais ênfase desde o início de dezembro quando encontros marcados por jovens pela internet – os chamados rolezinhos, provocaram tumultos em shoppings da cidade.

Na noite de domingo (20), após um baile funk na Zona Leste de São Paulo ter sido encerrado por perturbação do sossego, grupo realizou saques e depredações na região da Penha.

"Esse projeto inédito de abrir parques, praças e CDCs à noite é pra isso. A gente sabe que a juventude quer curtir a cidade à noite e se não tiver lugar vai ser na rua", observou.

Legislação

No dia 8 de janeiro, Haddad vetou na íntegra o projeto de lei 02/2013, que proíbe o uso de vias públicas para realização de bailes funk e de qualquer outro evento musical não autorizado pela prefeitura.

Mas o veto ocorreu, segundo publicado no Diário Oficial, porque os objetivos do projeto já são atendidos pela legislação em vigor. O prefeito também ressaltou que o artigo 5° do projeto, que previa o encerramento das atividades até as 22h, inviabilizaria eventos como a Virada Cultural e a festa de final de ano na Avenida Paulista.

Haddad afirmou ainda que, no que diz respeito à fiscalização, o objetivo da proposta encontra-se integralmente atendido pela Lei n° 15.777, de 29 de maio de 2013, que proíbe a emissão de ruídos sonoros por aparelhos de som instalados em veículos automotores estacionados.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir