Categoria Geral  Noticia Atualizada em 14-03-2014

MP acha soda cáustica em posto de resfriamento que fraudava leite no RS
Segundo investigação, 300 mil litros de leite com formol foram a SP e PR. Proprietário de posto de resfriamento do produto foi preso em Condor (RS).
MP acha soda cáustica em posto de resfriamento que fraudava leite no RS
Foto: g1.globo.com

O Ministério Público apreendeu soda cáustica no posto de resfriamento investigado por adulteração de leite em Condor, no Noroeste do Rio Grande do Sul. O produto foi recolhido na manhã desta sexta-feira (14), na quarta fase da Operação Leite Compensado, que investiga fraudes no produto. O dono do posto foi preso. Segundo o MP, 300 mil litros de leite adulterado foram enviados a Guaratinguetá, em São Paulo, e Lobato, no Paraná, e colocados no mercado.

É a quarta operação em 10 meses que flagra o esquema no Rio Grande do Sul. O MP relatou ainda flagrantes do transporte de leite no interior do estado, que ocorria de forma irregular e sem higiene. O produto era removido das pequenas propriedades rurais em um caminhão. Em um posto de combustíveis de Entre-Ijuís, transportadores retiravam o leite para transferir a outro veículo maior. Entretanto, o trabalho era feito sem condições de higiene e com equipamentos sujos.

Responsável pela investigação, o promotor Mauro Rockebach alertou para os perigos do consumo do produto. "O perigo é da comunidade, da sociedade, não é da indústria. Tamanha a desfaçatez com a saúde da população. Está sendo avisada a indústria que o leite está com uma substância cancerígena, ela omite a informação, manda para consumo, se nega a retirar da oferta", afirmou o promotor durante entrevista coletiva.

Segundo o MP, o produto adulterado foi distribuído para a fábrica das marcas Parmalat, em SP, e Líder, no PR. Os lotes do produto não foram divulgados, mas os consumidores podem observar as datas de fabricação das duas marcas: 13 e 14 de fevereiro, para leite longa vida. Procurada pelo G1, a assessoria da Líder informou que está apurando a denúncia. A Parmalat foi procurada, mas ainda não se manifestou.


O dono do posto de resfriamento começou a ser investigado há um mês, quando foram coletadas 53 amostras de leite cru armazenadas no posto de resfriamento. Documentos repassados pelo Ministério da Agricultura constataram que 12 amostras apresentaram a presença de formaldeídos (formol).

Em fevereiro, as empresas Campezina e LBR foram notificadas pelo MP, Ministério da Agricultura, após análises em laboratórios. A Campezina atendeu ao pedido e não comercializou os produtos. Já a LBR, que responde pelas marcas Parmalat e Líder, enviou o leite adulterado para o mercado.

Além de Condor, a operação é realizada nas cidades de Ijuí, Santiago, Santo Augusto, São Luiz Gonzaga, Santo Ângelo, Panambi e Tupanciretã, na Região Noroeste e nas Missões, onde são cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão. Promotores também fiscalizaram um posto de combustíveis de Entre-Ijuís onde transportadores faziam a troca do produto de um caminhão para outro, sem condições de higiene. A ação tem apoio da Polícia Civil e Brigada Militar.

Em maio do ano passado, o órgão desencadeou a primeira edição da Leite Compensado. As investigações revelaram um esquema que adulterou mais de 100 milhões de litros do produto. O MP descobriu que transportadores estavam adicionando água e ureia, substância usada para disfarçar a perda nutricional e que contém formol em sua composição, ao leite cru, no caminho entre a propriedade rural e a indústria. Com isso, conseguiam aumentar os lucros em até 10%.

Embora a Justiça tenha condenado seis pessoas em dezembro de 2013, a adulteração de leite continuou no estado. Desde o ano passado, foram descobertos três núcleos de adulteradores de leite, em seis municípios gaúchos: Ibirubá, Ronda Alta, Boa Vista do Buricá, Horizontina, Guaporé e Três de Maio.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir