Categoria V�rus & Cia  Noticia Atualizada em 17-03-2014

"Estava com a perna em carne viva", diz amigo de mulher arrastada no Rio
Cl�udia da Silva Ferreira foi baleada no Morro da Congonha, em Madureira. Policiais a colocaram no porta-malas da viatura para lev�-la ao hospital.

Foto: g1.globo.com

Os tr�s policiais militares que socorreram Cl�udia da Silva Ferreira, de 38 anos, no Morro da Congonha, em Madureira, no Sub�rbio do Rio, est�o presos, como mostrou o Bom Dia Rio nesta segunda-feira (17). A auxiliar de servi�os gerais morreu depois de ser atingida por bala perdida durante opera��o policial de combate ao tr�fico de drogas na regi�o.

Testemunhas contaram que Cl�udia foi colocada no porta-malas do carro da pol�cia para ser levada ao hospital. No entanto, durante o trajeto, o porta-malas abriu e o corpo da auxiliar de servi�os caiu, sendo arrastada pela rua. A PM abriu um inqu�rito para investigar os fatos e informou que os policiais estavam sendo ouvidos durante a manh� na Delegacia de Pol�cia Judici�ria e depois ser�o encaminhados ao Batalh�o Especial Prisional da PM (BEP).

Ainda segundo a PM, eles ser�o autuados no artigo 324 do c�digo penal militar, que trata de transgress�o de disciplina. No caso deles, a pena pode se aplicar pela forma como eles socorreram a v�tima.

O jornal Extra publicou nesta segunda (17) o v�deo feito por um cinegragista amador que mostra a mulher sendo arrastada por cerca de 250 metros. Cl�udia da Silva Ferreira teria ficado pendurada no para-choque do ve�culo apenas por um peda�o de roupa.

"Minha filha contou que ela ia comprar R$ 3 de p�o e R$ 3 de mortadela, mas n�o deu tempo de chegar", disse o marido de Cl�udia, que preferiu n�o se identificar por quest�es de seguran�a.

Cl�udia Silva Ferreira, de 38 anos, era m�e de quatro filhos e criava quatro sobrinhos. O vel�rio est� sendo realizado nesta segunda-feira no Cemit�rio de Iraj�, no Sub�rbio. O enterro est� previsto para as 13h. "Interromperam o sonho dela", diz marido.

Segundo a PM, os policiais faziam uma opera��o na comunidade. Houve troca de tiros com traficantes e a auxiliar de servi�os gerais foi baleada. Logo depois, os moradores revoltados protestaram contra a a��o da pol�cia. Dois �nibus foram queimados.

Eles bloquearam a Avenida Ministro Edgar Romero, uma das principais de Madureira. Segundo os moradores, Cl�udia foi baleada no peito e na cabe�a pelos policiais do 9� BPM, que subiram o morro atirando.

"Os policiais chegaram de manh� e j� chegaram atirando nem mandou nada, chegeram atirando e os tiros cairam todos em cima dela. As pessoas gritaram: � mulher, trabalhadora, moradora e eles continuaram atirando", afirmou uma moradora.

Amigos de Cl�udia reclamaram que os PMs demoraram a socorr�-la. Para eles, a v�tima n�o foi socorrida imediatamente ap�s ser atingida: o socorro s� teria sido prestado depois que um traficante foi alvejado.

"No ato em que socorreram, ela n�o estava com a perna ferida quando ela foi colocada no carro da PM, mas quando chegou ao hospital ela estava coma perna direita em carne viva, a gente entende que ela foi arrastada em algum lugar, que n�o foi l�, que n�o tem marca de sangue pelo ch�o, mas a perna dela est� na carne viva. N�o deixaram que ningu�m acompanhasse, muito mal informaram para onde estava levando ela", disse um amigo da v�tima.

Desolado, o marido de Cl�udia lamentou o fato de a mulher n�o ter conseguido realizar seus sonhos. "Extrovertida, guerreira para caramba, determinada no que queria. Infelizmente, o sonho dela n�o vai poder ser realizado agora, �amos tentar eu vou fazer isso, modificar a casa para ela, que ela n�o conseguiu, n�o que ela n�o conseguiu, interromperam o sonho dela", afirmou.

Em nota, a PM contou que Cl�udia da Silva Ferreira teria sido colocada no porta-malas do carro e no caminho do hospital a porta se abriu e foi neste momento em que parte do corpo da moradora acabou sendo arrastado pela rua e provocando mais ferimentos. O comando da PM afirmou que este tipo de conduta n�o condiz com um dos principais valores da corpora��o que � a preserva��o da vida e da dignidade humana.

A Policia Militar informou ainda que os policiais encontraram Cl�udia j� baleada no alto do morro.

Ela ainda foi levada para o Hospital Estadual Carlos Chagas, mas n�o resistiu.
Segundo a PM, na opera��o em Madureira, um traficante foi morto e outro foi ferido e preso. Os policiais apreenderam quatro pistolas, r�dios e drogas na comunidade. A Policia Civil vai investigar de onde partiram os tiros.

Para a fam�lia, a dor se mistura � indigna��o. "A sensa��o � que no morro, na favela s� mora bandido, marginal; inseguan�a, somos tratados como animais", diz um amigo de Cl�udia.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir