Categoria Geral  Noticia Atualizada em 02-04-2014

TEM GENTE NOVA NO PLANETA
Pra come�ar, ela j� era esperada. E como! Os primeiros sinais de gravidez foram saudados com euforia pelos pais e a alegria foi dividida com todos. Especialmente com a gente, na qualidade de av�s.
TEM GENTE NOVA NO PLANETA
Foto: www.maratimba.com

A jovem m�e teve uma gesta��o tranquila, sem sobressaltos, at� porque n�o se tratava de "marinheira de primeira viagem". Era a segunda filha vindo fazer companhia � primeira, j� com os seus doze anos. Quer dizer: coisa inteligente, bem planejada... O que n�o d� pra planejar, em absoluto, s�o as emo��es. Quando se soube que era uma princesinha, minha mulher, como av�, quis a primazia da escolha do nome. Eu, pra n�o perder a piada, sugeri o nome da cunhada, a "tiazona" que, �s vezes, provoca inconfess�veis, por�m percept�veis ci�mes na irm�, devido aos dengos para com a sobrinha-neta... Nem houve discuss�o. Primazia concedida. "- O seu nome ser� Mariana. Pronto! Algu�m ousa ser contra?" Claro que n�o! Pareceu-me ouvir, na hora do sufr�gio, meu filho, engra�adinho, elogiando, com certa ironia, a criatividade da m�e: "Ana Maria escolheu Mariana. Muito bem pensado!!"... N�o. Acho que n�o ouvi, n�o. Ele detesta irritar a m�e...

Ent�o, j� sab�amos a quem est�vamos esperando. O pai da crian�a deixou escapar uma nesguinha (assim diria minha m�e) de frustra��o quando anunciou que n�o seria a �ltima gravidez... Na cabe�a de todos ficou a n�tida impress�o: "Ele queria um menino." Entretanto, ningu�m verbalizou os pensamentos. E por que far�amos isso? Se ser� ou n�o a �ltima gravidez � um problema que escapa aos torcedores, n�o � verdade? Gravidezes s�o decididas a dois. N�o foi sempre assim, desde que o samba � samba?

Assim, parentes e amigos j� podiam escolher os presentinhos com objetividade. E foram tantos... Um dos presentinhos "quase passou despercebido". Era um conjuntinho completo com as cores de um certo time de futebol que algu�m trouxe, julgando fazer um agrado especial �quela que estava para chegar. Eu n�o sei como o presenteador decidiu por essa " lembrancinha". Penso n�o ter sido muito f�cil, mas tamb�m n�o t�o dif�cil. Para agradar a quem respiraria pela primeira vez a nossa atmosfera, deveria ser de um time que tivesse a magia de mexer com as emo��es. Deveria ser de um time que representasse bem: afinal estamos no ano da Copa do Mundo neste pa�s varonil. Deveria ser de um time que fosse o orgulho de quase toda a na��o; melhor ainda: um time cuja torcida formasse uma grande na��o. Deveria ser de um time com personalidade tal que n�o deixasse ningu�m indiferente a ele: ou se ama ou se odeia. Enfim, deveria ser de um escrete que tivesse, no m�nimo, a fama de ser o mais querido do Brasil. N�o sei se existe um clube assim no mundo. Ser�??? O que eu posso dizer � que a m�e da Mariana n�o faz parte dessa na��o...



E ela chegou num s�bado. As primeiras horas desse dia foram um misto de alegria e de expecta��o. O l�quido amni�tico jorrou. No popular: "A bolsa estourou". E como se sabe, esse momento � crucial. O obstetra precisa ser acionado. � um �ndice que n�o pode ser tratado como "rebate falso", em hip�tese alguma. De onde a m�e estava at� o hospital, h� um percurso que n�o se faz com menos de uma hora. No carro, esbanjando tranquilidade, a m�e; ao volante, apreensivo, mas com ar de vitorioso, o marid�o; com algumas interroga��es na cabecinha, a filha pr�-adolescente; e, naturalmente, lindona e poderosa, a vov�...E l� foi a comitiva.

A tiazona ligou pra mim pedindo informa��es. Imaginou-me no hospital com os demais. Disse que preferi postar-me na retaguarda. Veio-me � lembran�a a �poca do nascimento do meu �ltimo: fiquei em Mato Grosso do Sul, a dois mil quil�metros de Vit�ria, onde ele nasceu. Vim a conhec�-lo com vinte dias. N�o havia facebook. Agora, n�o. �s vinte e tr�s horas e dez minutos, a vov� ligou com voz embargada: � linda! Alguns minutos depois, eu e tantos outros amigos virtuais poder�amos ver a t�o esperada Coisinha Mimosa e Doce, nas p�ginas do "Facebook"...

S�bado, vinte e dois de mar�o de dois mil e catorze... Seria um dia qualquer n�o fosse o dia em que Mariana fez reboar pelos corredores de paredes brancas do hospital o seu choro primeiro neste Planeta �gua, como quis o Arantes. Coincid�ncia ou n�o "Dia Mundial da �gua". Curiosamente, nesse dia estava sendo encerrado um extenso per�odo de estiagem aqui nesta parte do Brasil, com um aguaceiro de deixar palafiteiros preocupados... E tome chuva! Bem-vinda, Mariana! Junte-se a n�s na tentativa de transformar este mundo em um local bem melhor do que este que estamos entregando a voc�!.


Fonte: Reda��o Maratimba.com
 
Por:  Silvio Gomes Silva    |      Imprimir