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Amigos e parentes velam corpo de dançarino na Zona Sul do Rio

Douglas Rafael da Silva Pereira será enterrado na tarde desta quinta. Conhecido como DG, ele era dançarino do programa "Esquenta!".
Amigos e parentes velam corpo de dançarino na Zona Sul do Rio

Foto: g1.globo.com

Amigos e parentes de Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, velavam o corpo do rapaz no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio, na manhã desta quinta-feira (24). DG, que era dançarino do programa "Esquenta!", da TV Globo, será enterrado às 15h. O velório começou já na quarta (23).

DG foi encontrado morto na terça (22) em uma creche do Morro Pavão-Pavãozinho, favela pacificada, também na Zona Sul. Na noite desta quarta-feira, o secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame, confirmou que o laudo sobre a causa da morte de Douglas informa que a vítima tinha uma perfuração de arma de fogo, que foi fatal. Revoltada, a mãe dele, Maria de Fátima da Silva, criticou a ação policial e disse ter certeza de que ele foi vítima de policiais da Unidade de Polícia Pacificadora local.

"Ele apanhou muito antes de ser morto. Perto do corpo havia um rastro que mostra que ele foi arrastado. A PM tentou desfazer o local de morte. Se (o laudo) não apontar (o verdadeiro motivo da morte) eu desenterro meu filho. Ele não será esquecido. A UPP é uma farsa, uma maquiagem, uma mentira. Os lábios dele estavam roxos como se tivessem colocado ele no saco e os punhos fechados como se tivesse se defendido", disse.

Moradora do Pavão-Pavãozinho há 40 anos, a telefonista Ana Paula da Silva demorou a assimilar a notícia. "A polícia não pode entrar atirando assim. Lá [na comunidade] tem juiz, advogado, jogador, dançarino. A maioria é trabalhador. Agora está cheio de gringo. Eles vão fazer isso com eles também, entrar na favela atirando?", questionou.

Durante o velório, uma mulher se sentiu mal. Uma ambulância do Samu foi chamada às pressas para o cemitério. Segundo um dos bombeiros, ela teria sofrido uma convulsão.

A morte do jovem causou revolta na comunidade e protestos pelas ruas de Copacabana na noite de terça, com tiros, correria, quebra-quebra e ataque à base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

Beltrame informou que pediu pressa nas investigações e não descartou a possibilidade do envolvimento dos policiais na morte de DG.

Esquenta

Douglas Rafael fazia parte do Bonde da Madrugada, do programa "Esquenta!". Em nota, a apresentadora Regina Casé lamentou a morte e pediu que o crime seja esclarecido. "Eu estou arrasada e toda a família Esquenta está devastada com essa notícia terrível. Uma tristeza imensa me provoca a morte do DG, um garoto alegre, esforçado, com vontade imensa de crescer. O que dizer num momento desses? Lamentar claro essa violência toda que só produz tragédias assim. Que só leva insegurança às populações mais pobres do país. Agora, é impossível saber exatamente o que houve. Mas é preciso que a Polícia esclareça essa morte, ouvindo todos, buscando a verdade. A verdade, seja ela qual for, não porá fim à tristeza. Mas é o único consolo", disse.

A assessoria de imprensa da Globo também se manifestou: "A família Esquenta! está profundamente abalada e triste com a notícia da morte. Perdemos um dos mais criativos dançarinos que já conhecemos em qualquer palco. Desde a primeira temporada do nosso programa, há quatro anos, DG só alegrava nossas gravações. Ele vai sempre ser lembrado em nossas vidas por estas duas palavras: alegria e criatividade".

O policiamento continuava reforçado na noite desta quarta-feira nas proximidades do Morro Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, após o protesto violento da terça (22), quando foi achado o corpo do dançarino.

A confusão se espalhou pelas ruas do bairro, com tiros, bombas, quebra-quebra e a morte de um homem, baleado na cabeça. Um vídeo mostra momentos de tensão no morro, quando policiais militares tiveram de se refugiar numa casa. Veja o vídeo acima.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, Edilson da Silva dos Santos, de 27 anos – durante a manifestação de moradores do Pavão-Pavãozinho já chegou morto ao Hospital Miguel Couto.

Fonte: g1.globo.com

Por: Maratimba.com | Imprimir