Categoria Policia  Noticia Atualizada em 15-05-2014

MP denuncia pai, madrasta e amiga do casal
Promotores do MP de Tr�s Passos concedem entrevista sobre caso Bernardo
MP denuncia pai, madrasta e amiga do casal
verquilombo.blogspot.com

Est�v�o Pires

J� indiciados pela Pol�cia Civil no caso da morte do menino Bernardo Boldrini, o pai da crian�a, o m�dico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e a assistente social Edelv�nia Wirganovicz, foram denunciados � Justi�a pelo Minist�rio P�blico do Rio Grande do Sul. O an�ncio foi feito nesta quinta-feira (15) em Tr�s Passos, na Regi�o Noroeste do estado, pela promotora de Justi�a Dinam�rcia Maciel de Oliveira.

Evandro Wirganovicz, irm� de Edelv�nia, tamb�m foi acusado de envolvimento no assassinato. Para o MP, o homem de 31 anos foi denunciado por ter cavado a cova vertical onde foi escondido o corpo da v�tima. Os tr�s primeiros responder�o por homic�dio quadruplamente qualificado (motivos torpe e f�til, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da v�tima) e todos por oculta��o de cad�ver.

"Leandro Boldrini, Graciele Ugolini e Edelv�nia Wirganovicz mataram Bernardo Uglione Boldrini. Leandro foi o mentor intelectual desse crime. Ele tinha o dom�nio do fato. A decis�o da morte do filho foi dele. A prova existe", sintetizou a promotora na coletiva � imprensa. Dinam�rcia disse ainda que Leandro manipulou a esposa para que ela matasse Bernardo.

O MP ainda acusou Leandro Boldrini de falsidade ideol�gica. "No dia 6 de abril, sabendo que seu plano tinha dado certo e que seu filho estava numa cova vertical coberto por soda c�ustica e pedras, Leandro Boldrini vai com a desfa�atez de um criminoso na Delegacia de Pol�cia de Tr�s Passos e comunica que se filho est� desaparecido. Ele faz um Boletim de Ocorr�ncia, que � um documento p�blico, com uma informa��o que ele sabia ser falsa. Era um engodo para fazer a pol�cia, o Minist�rio P�blico e o Conselho Tutelar procurar o menino pelas ruas", detalhou a promotora.

Dinam�rcia ainda relembrou ter recebido o menino em janeiro. O garoto queixava-se de falta de afeto por parte do pai e da madrasta. Ela ressalta que protocolou um pedido para que a crian�a fosse transferida para a aguarda da av� materna, que reside em Santa Maria. "Em 16 de fevereiro, com o invent�rio aberto, o doutor [Leandro Boldrini] foi chamado em seu consult�rio para que viesse ao F�rum de Tr�s Passos para participar da audi�ncia. Ele me disse: �N�o concordo, � meu �nico filho, n�o entrego o Bernardo�. E voc�s sabem o que aconteceu depois.

A promotora afirmou ainda que uma testemunha teria relatado um coment�rio da av� paterna de Bernardo, m�e de Leandro, que causou "perplexidade" ao MP. "Uma vizinha da fam�lia de Leandro Boldrini na cidade de Campo Novo [cidade natal do m�dico] procurou instantaneamente a pol�cia para informar sobre uma manifesta��o da av� paterna de Bernardo. Ela disse que a av� falou a todos que procuravam por Bernardo, que n�o adiantava procurar, que ele deveria estar morto j�. E que seria uma ben��o encontr�-lo morto, porque o menino iria incomodar muito o Leandro ainda", detalhou. "Um absurdo", comentou.
Al�m dela, o subprocurador-geral de Justi�a para Assuntos Institucionais, Marcelo Dornelles, tamb�m participou da entrevista coletiva. O an�ncio ainda foi acompanhado pela delegada Caroline Bamberg Machado, titular da Delegacia de Pol�cia de Tr�s Passos e respons�vel pelo inqu�rito que apurou o caso, al�m da delegada Cristiane de Moura e Silva Bauss, titular da Delegacia Regional de Tr�s Passos, que tamb�m auxiliou nas investiga��es. Dinam�rcia ser� transferida para S�o Luiz Gonzaga e vai deixar a Promotoria de Tr�s Passos. Com isso, o nome da nova promotora do caso ser� divulgado ainda nesta quinta-feira (15).

Bernardo Boldrini foi encontrado morto no dia 14 de abril, enterrado em uma cova rasa em um matagal em Frederico Westphalen, no norte ga�cho, a cerca de 80 km de Tr�s Passos, cidade onde morava com o pai, a madrasta e a meia-irm�. Ele estava desaparecido desde 4 de abril.

Os tr�s suspeitos est�o presos desde o dia em que o corpo do menino foi encontrado enterrado. No �ltimo s�bado (10), foi preso tamb�m Evandro Wirganovicz, irm�o de Edelvania, por suspeita de participa��o no caso. Leandro, Graciele e Edelv�nia foram indiciados por homic�dio qualificado e a participa��o do quarto ainda � investigada pela pol�cia.

Denunciados pelo Minist�rio P�blico
- Leandro Boldrini: atuou no crime de homic�dio e oculta��o de cad�ver como mentor, juntamente com Graciele. Ele tamb�m auxiliou na compra do rem�dio Midazolan em comprimidos, fornecendo a receita azul. Leandro e Graciele arquitetaram o plano, assim como a hist�ria para que tal crime ficasse impune. Ele responder� tamb�m por falsidade ideol�gica por ter registrado um boletim de ocorr�ncia com informa��o falsa, j� que, segundo o MP, ele sabia da localiza��o do filho.

- Graciele Ugulini: mentora e executadora do delito de homic�dio, bem como da oculta��o do cad�ver.

- Edelv�nia Wirganovicz: executora do delito de homic�dio e da oculta��o do cad�ver.
- Evandro Wirganovicz: envolvimento no homic�dio e oculta��o de cad�ver.

Qualificadores
- Motivo torpe: uma vez que Leandro e Graciele n�o queriam partilhar com Bernardo os bens deixados pela m�e da crian�a. Em rela��o � Edelv�nia, a torpeza fica evidenciada, conforme a den�ncia, pelo fato de ela ter aceitado participar do homic�dio mediante paga ou recompensa. Ela recebeu de Graciele a quantia de R$ 6 mil, al�m da promessa de aux�lio financeiro para aquisi��o de um im�vel.

- Motivo f�til: j� que Bernardo era filho do casamento anterior de Leandro, ele representava "um estorvo" para a nova unidade familiar estabelecida entre o pai e a sua madrasta, conforme a den�ncia.

- Emprego de veneno: segundo o MP, os acusados ministraram superdosagem do Midazolam a Bernardo.

- Dissimula��o e recurso que dificultou a defesa da v�tima: Bernardo, sem condi��es de saber das inten��es homicidas, foi conduzido at� Frederico Westphalen e recebeu superdosagem, via oral e intravenosa, do medicamento.

Entenda
Conforme alegou a fam�lia, Bernardo teria sido visto pela �ltima vez �s 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de dist�ncia da resid�ncia da fam�lia. No domingo (6), o pai do menino disse que foi at� a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho n�o estava l� e nem havia chegado nos dias anteriores.
No in�cio da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infra��o foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os munic�pios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em dire��o a Frederico Westphalen. O Comando Rodovi�rio da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.
"O menino estava no banco de tr�s do carro e n�o parecia amea�ado ou assustado. J� a mulher estava calma, muito calma, mesmo depois de ser multada", relatou o sargento Carlos Vanderlei da Veiga, do CRBM. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.

O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a pol�cia come�ou a investigar o caso. Na segunda-feira (14), o corpo do garoto foi localizado. De acordo com a delegada respons�vel pela investiga��o, o menino foi morto por uma inje��o letal, o que ainda precisa ser confirmado por per�cia. A delegada diz que a pol�cia tem certeza do envolvimento do pai, da madrasta e da amiga da mulher no sumi�o do menino, mas resta esclarecer como se deu a participa��o de cada um.

MP denuncia pai, madrasta e amiga do casal pela morte de Bernardo
Irm�o da assistente social tamb�m foi acusado pela promotoria.
Menino de 11 anos foi encontrado enterrado morto em 14 de abril.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir