Categoria Geral  Noticia Atualizada em 16-05-2014

Com água do volume morto, nível do Sistema Cantareira chega a 26,7%
Reserva começou a ser captada na quinta-feira (15). Sabesp passou a contar 18,5 pontos percentuais do volume morto.
Com água do volume morto, nível do Sistema Cantareira chega a 26,7%
Foto: g1.globo.com

O nível do Sistema Cantareira, que abastece a grande São Paulo, subiu 18,5 pontos percentuais nesta sexta-feira (16), dia em que a Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) divulgou o primeiro balanço após o início da captação de água do volume morto, na quinta-feira (15).

Com isso, o índice chegou a 26,7%, mesmo número registrado no dia 5 de janeiro. Na data, não era considerado o volume morto.

A captação foi inaugurada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em Joanópolis (SP) numa tentativa de evitar o desabastecimento do Sistema Cantareira. Segundo o governo, serão bombeados 182 milhões de metros cúbicos de água. O total da reserva técnica é de 400 milhões de metros cúbicos.

"Trabalhamos sempre com o momento mais difícil, estamos extremamente conservadores, trabalhamos com a mínima da mínima para poder chegar aos períodos das águas. Passaremos o período da seca e chegaremos nas próximas águas", afirmou o governador durante entrevista coletiva, na quinta.

Estratégias contra a falta de água

O governo oferece bônus de 30% para quem economizar 20% de água e já prometeu que haverá multa para quem gastar mais do que de costume, estratégia criticada por advogados da área de defesa do consumidor.

Em alguns bairros, o governo mudou o fornecimento de água para que as residências sejam abastecidas por represas que não sofrem com a falta de água. A Sabesp afirma não haver racionamento, mas são vários os moradores de bairros da capital, em especial da Zona Norte, que relatam que ficam sem água durante a noite e em alguns momentos do dia.
A retirada do volume morto, no entanto, é uma das principais apostas para que a Grande São Paulo não fique sem água até a próxima estação de chuvas, que começa em outubro. Confira, abaixo, perguntas e respostas sobre o volume morto.

O que é?

O volume morto é um reservatório com 400 milhões de metros cúbicos de água situado abaixo das comportas das represas do Sistema Cantareira. Conhecida também como reserva técnica, essa água nunca foi utilizada para atender a população.

Por que usar essa água?

A Região Metropolitana de São Paulo enfrenta uma crise de abastecimento por causa da falta de chuvas e dos consequentes recordes de queda no nível do Cantareira. O governo do estado tentou fazer desvios para usar a água de outras represas, mas essas manobras não foram suficientes para atender toda a população da Grande São Paulo. Após o nível do sistema atingir um patamar preocupante, a Sabesp fez obras para conseguir bombear a água do volume morto.

Por que o nível do reservatório ficou tão baixo?

Segundo o governo paulista, o mês de janeiro teve apenas 87,8 milímetros de chuva, o pior índice em 84 anos – a média histórica é de 260 milímetros. Para a oposição, a falta de investimentos na ampliação do Cantareira provocou o atual colapso.

O que foi feito para retirar o volume morto?

A obra com 3 km de tubulações e sete bombas flutuantes está orçada em R$ 80 milhões e vai tornar útil a reserva de 400 milhões de metros cúbicos de água que fica abaixo do nível das comportas.

Por que a reserva nunca foi usada?

O reservatório nunca foi utilizado porque o sistema de bombeamento não chegava a essa profundidade. A Sabesp faz um serviço emergencial desde o dia 17 de março para retirar água. As obras ficaram prontas nesta quinta.

Quantas pessoas o Cantareira abastece?

O Sistema Cantareira atende uma população de 8,45 milhões de pessoas na capital paulista e Região Metropolitana de São Paulo. Mais 1,41 milhão de pessoas que não são atendidas pela Sabesp recebem água da represa.

Qual será a nova capacidade do Cantareira?

Com o uso do volume morto, a quantidade de água será suficiente para elevar o nível do sistema em 18,5 pontos percentuais, segundo estimam os técnicos da Sabesp. Restariam sem uso no fundo do reservatório outros 10 pontos percentuais.

Quanto tempo dura o volume morto?

Com o volume morto, a Grande São Paulo terá abastecimento garantido até, pelo menos, novembro, segundo a Agência Nacional de Águas.

Água é boa para consumo?

Especialistas dizem que a água pode estar contaminada, inclusive com metais pesados, sendo imprópria para beber. Já o governo paulista diz que foram realizados testes que comprovaram a qualidade da água.

A conta ficará mais cara?

O consumidor que gastar acima da média pagará 30% a mais, segundo proposta do governo que deve ser regulamentada pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp). Não há previsão para o início da cobrança. Já os consumidores de 31 cidades atendidas pela Sabesp que conseguirem economizar 20% receberão um desconto de 30%.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir