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Inquérito sobre 2 mortes em obras do Iguatemi apura homicídio culposo

Acidente no canteiro de expansão do shopping em Campinas foi na segunda. Polícia Científica fez perícia preliminar no canteiro e interditou as obras.
Inquérito sobre 2 mortes em obras do Iguatemi apura homicídio culposo

Foto: g1.globo.com

A Polícia Civil abriu inquérito por homícidio culposo, quando não há intenção de matar, além de acidente de trabalho e desabamento sobre a morte de dois operários em um acidente no canteiro de obras da ampliação do shopping Iguatemi, em Campinas (SP). O delegado titular do 4º Distrito Policial (DP), Mauricio Lucenti Geremonte, também solicitou agendamento dos depoimentos de testemunhas. A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-SP) informou, em nota enviada nesta terça-feira (20), que a diretoria da Polícia Científica fez uma perícia preliminar no local e interditou os trabalhos.

Os operários do primeiro turno da ampliação do shopping foram dispensados do trabalho na manhã desta terça-feira. Os dois serventes de pedreiro morreram na noite de segunda-feira (19) após o desabamento de uma estrutura de concreto de 125 metros quadrados. A peça caiu de uma altura de seis metros sobre as vítimas, que foram soterradas. A continuidade da perícia da Polícia Civil, segundo a SSP-SP, está prevista para ser realizada pelo Núcleo de Engenharia de Campinas nesta quarta-feira (21).

Fiscais do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), vinculado à Prefeitura de Campinas, estiveram no local nesta terça-feira para investigar o ocorrido. Um procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) também foi ao local nesta manhã. Já o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) deve vistoriar o local durante a tarde, segundo o gerente regional do MTE, Sebastião Jesus da Silva.

Desabamento

O desabamento, segundo o tenente Éder Mortatti do Corpo de Bombeiros, ocorreu por volta de 19h e as buscas pelos operários desaparecidos se estenderam até as 22h25, quando os corpos foram encontrados.

De acordo com o oficial, foram utilizadas retroescavadeiras, que removeram a parte mais pesada da estrutura para facilitar o acesso ao local onde eles trabalhavam no momento da queda. Não houve outras vítimas.

Os operários mortos são Manoel Willes Bernardo da Silva, de 34 anos, natural de Landri Sales (PI), e Francisco Célio Pereira da Silva, de 22 anos, natural de Teresina (PI). Ambos trabalhavam como servente de pedreiro, segundo registro do boletim de ocorrência. Os policiais militares que relataram o caso ao delegado Thiago Reis disseram que o arquiteto responsável pela obra informou que os eles faziam a limpeza dos resíduos do preenchimento da laje, quando a estrutura se rompeu. Os corpos estavam no Instituto Médico Legal (IML) de Campinas até as 9h45 desta terça-feira, aguardando liberação.

Hora extra

Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Campinas e região, Francisco Aparecido da Silva, o procedimento de limpeza abaixo da laje recém- concretada não é seguro. "O engenheiro disse que o procedimento é feito rotineiramente e nunca tinha ocorrido nada, mas não é um procedimento correto", afirma. Silva informou ainda que os dois operários que morreram no acidente são do turno diurno e que trabalhavam em regime de horas extras no momento do desabamento. Segundo ele, a jornada excessiva de trabalho foi a principal constatação feita pelo sindicato no local.

Até esta publicação, a Método Construtora não havia divulgado quantos trabalhadores estavam no canteiro no momento do desabamento. Por meio de nota, a empreiteira afirmou que vai apurar as causas do acidente e que prestará todo o auxílio necessário aos familiares dos empregados, inclusive na liberação dos corpos e o traslado para as cidades de origem.

A empresa também se colocou à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos necessários Já o Shopping Iguatemi afirma, em nota enviada pela assessoria de imprensa, que lamenta o ocorrido e afirmou que acompanhará a apuração da construtora contratada. O centro de compras também se colocou à disposição das autoridades para colaborar com a investigação das mortes.

Fonte: g1.globo.com

Por: Maratimba.com | Imprimir