Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 21-05-2014

GREVE: O ANTES, O DURANTE E O DEPOIS
Uma categoria profissional declara-se em greve pelos motivos que lhe dizem respeito, tendo antes reivindicado, de forma natural e dial�gica as suas pretens�es junto ao seu �rg�o empregador. Nada conseguindo, lan�a-se m�o desse expediente legal. Pelo me
GREVE: O ANTES, O DURANTE E O DEPOIS
Foto: www.maratimba.com

N�o se pode negar ao cidad�o um direito constitucional que lhe � outorgado. No momento dessas linhas, o Estado de Pernambuco vive os horrores de vandalismos e saques desenfreados que se derramam pelas ruas da cidade de Recife, consequ�ncia direta da greve dos Policiais e Bombeiros daquela localidade. For�as Nacionais e o Ex�rcito foram acionados na �rdua tarefa de conter a todo custo a situa��o que se tornou incontrol�vel, trazendo grandes e irrepar�veis preju�zos especialmente aos comerciantes.



� sabido que n�o s�o todas as categorias profissionais que t�m garantido o seu direto � greve. Isto tamb�m � constitucional e � at� compreens�vel: quiseram os legisladores evitar o caos nos setores considerados mais sens�vel da sociedade. Policiais e Bombeiros est�o relacionados a esses seguimentos "mais sens�veis". Entretanto, n�o ser� preciso raciocinar como um soci�logo para afirmar a ingenuidade imensa de uma Institui��o, seja ela qual for, supor que uma classe de trabalhadores ir� amargar defasagem e achatamentos salariais por um tempo al�m da normalidade, em respeito a uma lei entre tantas outras que n�o s�o devidamente levadas a s�rio neste torr�o.



Admitamos que nem todos que est�o em greve s�o a favor da paralisa��o. Falo bobagens? Penso que n�o! Sei que � impratic�vel; mas experimentem as lideran�as grevistas o uso do voto secreto para ver no que d�... Outro argumento: Por que existem os piquetes? N�o t�m eles a finalidade de for�ar a "participa��o de todos"? Se � medo, ou se � precau��o, n�o vem ao caso. O fato � que toda greve tem o seu antes, o durante e o depois. E isso, acredito, � levado em considera��o pelos menos entusiasmados.



Para muitos profissionais, a greve os apanha de surpresa. Estavam satisfeit�ssimos com a situa��o do antes? N�o!! Envolvidos na rotina do seu trabalho, quem sabe, n�o cogitavam de paralisa��o. Em alguns casos, nem rumores ouviam. Talvez, por terem vivenciado a situa��o no passado, fazem um cotejo e veem saldo positivo no rescaldo do presente. Mas, de repente, instigados com a possibilidade de melhorias em determinados aspectos de seu labor, anuem. E a�, por que n�o? Os argumentos expostos pelos l�deres do movimento mostram o descaso por parte das autoridades (in)competentes e a sua rea��o negativa ao serem confrontados democraticamente. O tempo � prop�cio. Quem sabe faz a hora, n�o espera acontecer, j� dizia Vandr�.



Sejamos francos. O durante da greve n�o � t�o bonito. Um clima nada agrad�vel paira no ar. E por mais que a sociedade entenda os motivos dos grevistas, torcem para que os servi�os que lhe s�o oferecidos pela categoria em causa, voltem � normalidade. O caso do Nordeste que mencionei, � extremismo. Aqui, com a minha categoria em greve, um aluno do ensino fundamental parou-me na caminhada e, na conversa, deixou escapar que n�s, professores, n�o queremos trabalhar... Mostrei-lhe o outro lado da moeda... Evidentemente isto foi ouvido em casa e, sabe l� quantos pais pensam da mesma forma e, claro, tamb�m pode ser uma insignificante minoria.



E o depois da greve? Consideremos a� um calend�rio escolar estropiado, o corre-corre de reposi��o e, para alguns idealistas, a frustra��o de uma gama de conte�dos que n�o receber�o, como consequ�ncia da paralisa��o, o devido encaminhamento ao aprendizado das turmas. E ao final: os itens reivindicados pela categoria foram 100% concedidos? O desgaste das reuni�es em torno da mesa de negocia��o foram compensat�rios? N�o h� d�vida de que greve, mesmo sendo legal e necess�ria, deve ser vista como preju�zo. E no nosso caso, arre! Quantos preju�zos!



Fecho com a douta opini�o de Alexandre Garcia sobre esse tema, no "Bom Dia Brasil": "As autoridades n�o sentem os preju�zos disso. Os preju�zos s�o das crian�as e jovens. Os preju�zos s�o do pa�s. Protestos, manifesta��es e greves s�o alguns dos sintomas s�rios do descaso que sofre a educa��o no Brasil, incluindo a� a desvaloriza��o dos professores. H� 50 anos, uma das principais brincadeiras das menininhas em casa era de professora. A professora era um �cone. A voca��o brotava cedo. Hoje o professor est� desestimulado e mal formado, e a qualidade de ensino � med�ocre. E pensar que � uma das mais nobres profiss�es, porque forma o futuro. Mas isso n�o se traduz na forma��o do educador nem na sua remunera��o."


Fonte: Reda��o Maratimba.com
 
Por:  Silvio Gomes Silva    |      Imprimir