Categoria Geral  Noticia Atualizada em 04-06-2014

G7 ameaça aumentar sanções contra Rússia por crise ucraniana
Miliciano armado da autoproclamada República Popular de Donetsk monta guarda em um posto de controle
G7 ameaça aumentar sanções contra Rússia por crise ucraniana
Maxim Zmeyev/Reuters

Luke Baker e Mike Peacock,

Bruxelas - As principais nações industrializadas do mundo ameaçaram nesta quarta-feira impor sanções mais duras à Rússia se o país não ajudar a restaurar a estabilidade no leste da Ucrânia, onde milícias pró-Rússia continuam atuando à vontade.

Embora a Ucrânia tenha conseguido realizar uma eleição presidencial essencialmente pacífica no mês passado, a situação no leste, perto da fronteira russa, continua volátil, com grupos armados atacando forças do governo ucraniano e ocupando edifícios estatais.

"Estamos prontos para intensificar sanções específicas e cogitar significativas medidas restritivas adicionais para impor custos maiores à Rússia caso os eventos nos forcem a fazer isso", declarou o G7 em um comunicado depois das conversas no fim da tarde em Bruxelas.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que as potências ocidentais irão verificar "repetidas vezes" se a Rússia está fazendo o que pode para estabilizar a situação depois de ter anexado a península da Crimeia em março.

"Não podemos nos dar ao luxo de uma desestabilização ainda maior na Ucrânia", declarou Merkel a repórteres. "Se não tivermos progressos nas questões que temos que resolver, há a possibilidade de sanções, até de sanções pesadas de fase 3", disse ela, referindo-se a restrições em comércio, finanças e energia.

Até agora, os Estados Unidos e a União Europeia impuseram medidas relativamente brandas, como proibições de viagem e congelamentos de bens, contra dezenas de autoridades russas em reação à anexação da Crimeia, no leste da Ucrânia.

Houve ameaça de novas medidas se as eleições de 25 de maio fossem afetadas, mas o pleito ocorreu bem e o novo presidente, Petro Poroshenko, será empossado no sábado.

Alguns viram isso como uma indicação de que a Rússia está cooperando mais, reduzindo a ameaça de novas sanções. Mas a declaração desta quarta-feira sugere que o Ocidente ainda não está convencido de que o presidente russo, Vladimir Putin, está fazendo o suficiente para acalmar a situação.

Embora Putin tenha sido cortado do G7 – esta foi a primeira reunião sem a Rússia desde que o país se juntou ao clube em 1997 – ele irá se encontrar com Merkel, o presidente francês, François Hollande, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, na comemoração do Dia D na França ainda nesta semana.

Indagada sobre as conversas bilaterais e se elas despertam quaisquer temores no presidente dos EUA, Barack Obama, que tem evitado explicitamente qualquer contato com Putin, uma autoridade norte-americana disse não ser importante com quem Putin se encontra, mas "o que as pessoas dizem nestas reuniões".

Antes da cúpula do G7, Obama se encontrou com Poroshenko em Varsóvia e o declarou uma "escolha sábia" para liderar a Ucrânia, parte dos esforços de EUA e UE para fornecer apoio moral e financeiro à nova liderança.

Poroshenko, milionário da indústria de chocolate, disse estar disposto a encontrar Putin para conversas de paz nos bastidores da comemoração do Dia D na Normandia, embora ainda nenhuma reunião tenha sido marcada.

Além de política externa, a cúpula de dois dias do G7 também incluirá discussões sobre políticas econômicas, comércio, clima e energia.

Uma das discussões mais delicadas será sobre a segurança energética, particularmente na Europa, que depende da Rússia para cerca de um terço do seu petróleo e gás - o que dá a Moscou influência sobre a UE e os seus 500 milhões de habitantes. (Reportagem adicional de Roberta Rampton, Jan Strupczewski, Robin Emmott e Barbara Lewis, em Bruxelas; de Noah Barkin e Stephen Brown, em Berlim)

G7 ameaça aumentar sanções contra Rússia por crise ucraniana
Países ameaçaram sanções mais duras se a Rússia não ajudar a restaurar a estabilidade no leste da Ucrânia

Fonte: http://exame.abril.com.br/
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir