Categoria Geral  Noticia Atualizada em 05-06-2014

Greve em véspera da Copa do Mundo é "politizada", diz secretário em SP
Secretário de Transportes e sindicalista metroviário discutiram ao vivo. Sindicalista acusou secretaria de corrupção, mas secretário rebateu.
Greve em véspera da Copa do Mundo é
Foto: g1.globo.com

O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e o vice-presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Alex Fernandes, trocaram acusações ao vivo na manhã desta quinta-feira (5), no Bom Dia São Paulo. O secretário disse que o sindicato está politizando a greve do Metrô, que paralisou a cidade nesta quinta, e a deixou para as vésperas da Copa do Mundo. "O sindicalista está extravasando. Como eu disse, a situação é totalmente politizada por eles", disse o secretário. Já o sindicalista acusou a Secretaria de Transportes de corrupção. "Irresponsável é esse governo e essa secretaria, que está alamada na corrupção", criticou. Jurandir Fernandes rebateu: "Quanto à questão da corrupção, há mais de cinco órgãos fazendo todo esse levantamento e fiscalização. Estamos à disposição de colocar todos os dados à mesa".

O representante dos metroviários reclamou que o governo não chamou a categoria para nenhuma negociação. Já o secretário disse que essa afirmação é "totalmente inverídica". "No dia 20 de novembro, nós já havíamos emitido uma nota ao sindicato pedindo que eles antecipassem as reivindicações para que nós tivéssemos tempo de negociar, porque nós já pressentimos naquele momento que a questão era política e que eles iam levar esse fato para as vésperas da Copa do Mundo", destacou Jurandir Fernandes.

O vice-presidente do sindicato afirmou que a categoria faz negociações há meses e que não deixou a discussão para a véspera da Copa. "Nossa pauta de reivindicações foi entregue no dia 15 de abril para ser apreciada tanto pela empresa quanto pela Comissão de Políticas Salariais do governo do estado", apontou.

A secretaria e o sindicato participam de uma nova audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) às 15h30 desta quinta-feira. Mais tarde, os metroviários farão outra assembleia para deliberar sobre a continuação da greve.

Na entrevista ao Bom Dia São Paulo, o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos afirmou também que a paralisação "foi inconsequente", "irresponsável", e que a greve "é totalmente desnecessária". "Começar com 35% [de reajuste salarial]? Existe algum indicador que justifique isso? Tanto não justifica que passaram para 16%. E 16[%] está explicado? Não", disse Jurandir Fernandes.

O secretário defendeu que a proposta do Metrô inclui aumento do ticket-restaurante (que tinha parte do valor descontado do salário) e acréscimo de 17% na cesta básica. Segundo ele, essas alterações, aliadas ao reajuste proposto de 8,7%, fariam com que todos os trabalhadores recebessem um aumento total de 10,6% a 13,3%, alcançando os dois dígitos solicitados pelos metroviários – a categoria pede reajuste de 16,5%.

Segundo Jurandir Fernandes, o governo está aberto a negociações "dentro do bom senso" e vai cobrar se não houver obediência do sindicato em relação à liminar judicial que determina 100% de funcionamento do Metrô durante os horários de pico. Para o sindicalista Alex Fernandes, essa taxa é inalcançável mesmo em tempos sem greve.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir