Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 18-06-2014

ALQUIMIA DAS PALAVRAS
A interroga��o nos d� novas e infinitas prerrogativas, porque ela concede a chance de um eterno recome�ar.
ALQUIMIA DAS PALAVRAS

A interroga��o nos d� novas e infinitas prerrogativas, porque ela concede a chance de um eterno recome�ar, independentemente de o assunto j� ter - at� mesmo, em muito - se esgotado. A pergunta rebobina o assunto, e a resposta faz uma releitura. Quando uma pergunta ecoa, o universo se abre para uma nova etapa. A etapa de uma nova resposta. Um novo sim, um novo n�o, ou uma nova alguma outra coisa qualquer. Qualquer coisa.

As perguntas nos respondem e nos instigam, nos espetam, nos revelam. Cada pergunta passa o bast�o da palavra e, quem tem a palavra, tem o mundo inteiro. Pelo menos naquele momento. Pelo menos para n�s, que gostamos de escrever, de ler e que reverenciamos a palavra (impiedosa voca��o). O pensamento como mat�ria-prima em uma alquimia singular.

No trato dessa mat�ria, interfer�ncia sensorial, conjun��o astral, alinhamento dos planetas. Acreditamos que pingo � letra e que o que h� transcende o que sempre houve. Porque o momento se expande quando pensamos, o pensamento congela o instante, e a palavra tipifica. E registra.

Ela marca o momento, assim como o beija-flor fica parado em pleno voo, sustentando-se sobre a aparente est�tica de seu bater de asas mais r�pido que nossa simpl�ria percep��o. N�s acreditamos no poder da palavra, como uma m�sica hipn�tica, encantadora de serpentes. E em sua utilidade, como ferramenta que operacionaliza os diversos tipos de comunica��o. � parte a sem�ntica e a semi�tica, � na dan�a do sopro divino que a caneta desenha a letra, aquela insolente, por sobre o papel.

A palavra � a rede de ca�ar borboletas que escolhe e captura, no ar, um pensamento esvoa�ante que, como o beija-flor, reluz aos raios de sol. E que no papel toma pouso, se aquieta e se amolda. Tempestade cerebral, metamorfose criativa. Porque a m�gica est� no sentimento, na interpreta��o, no personal�stico, na infinidade de possibilidades, onde a intui��o � a m�e, as palavras obedecem e isso d� vida ao cen�rio. O cen�rio � o mundo, esse tabuleiro de xadrez. E o mundo todo � branco ou preto, simples e sem gra�a como um c�digo bin�rio.

O que colore � a energia que existe em cada vida, em cada transforma��o, na comunica��o. E na for�a dos elementos. Porque o mundo pulsa ao pulsar de cada cora��o, e o cen�rio se modifica a cada batida de asas de um pensamento azul, ou verde e amarelo (minha sutil homenagem � Copa). A cada insight, a cada palavra ou a cada gota de orvalho solta na natureza. E o enxame das possibilidades se vai com a mesma leveza que viera, e se dissipa em quest�o fracion�ria de segundo, dando espa�o para outro que se aproxima. E roda a engrenagem. E realimenta o ciclo. Um ciclo que se fecha � luz de cada ideia, na for�a da palavra e na leveza do pensamento. E faz o mundo girar.

Fonte: A Autora
 
Por:  Isabella Marinuzzi    |      Imprimir