Categoria Geral  Noticia Atualizada em 24-06-2014

Manifestantes presos pertencem à organização criminosa

Manifestantes presos pertencem à organização criminosa
Foto: g1.globo.com

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, disse que os dois manifestantes detidos em um protesto contra a Copa do Mundo "são os primeiros black blocs presos em flagrante em SP" e que isso é uma resposta ao descumprimento da lei.
Rafael Marques Lusvarghi, 29, e o estudante Fabio Hideki Harano, foram presos durante uma manifestação realizada nesta segunda-feira (23) na avenida Paulista. Segundo Grella, eles foram indiciados por suspeita de pertencer a uma organização criminosa. A pena, segundo a lei, varia de 3 a 8 anos de prisão.
É considerado uma organização criminosa a associação de quatro ou mais pessoas, ainda que informalmente, com objetivo praticar crimes.
Os dois manifestantes detidos estão presos provisoriamente no Deic (delegacia que investiga o crime organizado). Eles devem ser transferidos nesta terça-feira (24) a um CDP (Centro de Detenção Provisória).
De acordo com o secretário, a dupla portava material explosivo e incitava manifestantes à violência. "Foram presos em flagrante", afirmou Grella. Segundo o secretário, mais dois supostos black blocs e 22 integrantes do MPL (Movimento Passe Livre) deverão prestar depoimento ao Deic.
Os advogados tanto de Lusvarghi quanto de Harano não foram encontrados para comentar a declaração do secretário de Segurança Pública de São Paulo. Durante a madrugada, a advogada Tatiana Luz, que acompanhou Lusvarghi na delegacia, disse que este era o terceiro protesto que ele participava. No primeiro ato anti-Copa que participou, no dia 12, na Radial Leste, o professor foi atingido por dois tiros de bala de borracha. "Ele é um manifestante pacífico e não é adepto da prática black bloc", defende a advogada.
Lusvarghi disse à advogada que estava próximo à rua Haddock Lobo quando foi abordado, por volta das 19h, por três homens sem identificação que começaram a bater nele.
Após revidar a agressão, o professor disse que foi golpeado, desmaiou e quando acordou estava algemado. Ele foi levado em um Santana preto a delegacia, segundo informações da advogada, que ainda não sabe informar se professor foi preso por policiais militares ou civis à paisana.
"Ele não sabe a origem do artefato que a polícia apreendeu. Ele carregava uma sacola branca com água, MP3 e celular", disse Luz.
O advogado Luis Rodrigues da Silva, que representa o estudante Harano, disse que o cliente estava indo embora quando ouviu um barulho de explosão na área externa da estação do metrô. Em seguida, o estudante foi abordado por homens à paisana que se identificaram como policiais.
Segundo Silva, a polícia alega que o estudante carregava um artefato explosivo pequeno na mochila. "Ele carregava uma máscara de gás como a que vocês da imprensa usam para se proteger durante protestos", explicou o advogado.
Ele ressaltou também que o cliente não quebrou nada nos protestos, é funcionário da USP e estudante. "Ele luta por uma coisa que não concorda como essa Copa do Mundo absurda feita em um país pobre. Ele estava no protesto e eu também", disse o advogado.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir