Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-07-2014

Vacina protege contra dengue em teste, mas proteção varia por sorotipo
Vacina, que teve eficácia de 56%, foi 1ª a ser testada em um grupo grande. Para o sorotipo 2 da dengue, proteção foi de apenas 35%
Vacina protege contra dengue em teste, mas proteção varia por sorotipo
Foto: www.maratimba.com

A vacina experimental contra a dengue que está atualmente na fase mais avançada de desenvolvimento garantiu, em testes, uma proteção de 56,5% contra a infecção, mas não protegeu igualmente contra todos os sorotipos. Enquanto o grau de proteção contra os sorotipos 3 e 4 foi de 75%, e contra o sorotipo 1 foi de 50%, a proteção contra o sorotipo 2 foi de apenas 35%.

Os resultados de um estudo que testou o produto em 10.275 crianças asiáticas serão publicados na revista científica "The Lancet", na edição desta sexta-feira (11). O estudo também mostrou que a vacina conseguiu prevenir 88,5% dos casos de dengue hemorrágica, que são os mais graves.

Para o infectologista Alexandre Naime Barbosa, professor da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp), o baixo índice de proteção contra o sorotipo 2 pode significar que o número de ocorrências de infecções por esse sorotipo ao longo do estudo não tenha sido suficiente para avaliar com precisão o grau de proteção. Para ele, os resultados são significativos, pois a imunização seria capaz de reduzir em mais de 50% o número de casos sintomáticos.Das 10.275 crianças de 2 a 14 anos que participaram do estudo, 6.851 receberam a vacina contra dengue e 3.424 receberam placebo. Em um período de um ano após a imunização, houve 250 casos de dengue confirmados, 117 no grupo vacinado e 133 no grupo que recebeu placebo. Os dados mostram que a vacina ofereceu uma proteção geral de 56,5% levando em conta os quatro sorotipos.

"Com certeza, mais estudos são necessários, principalmente para tirar a dúvida sobre a baixa eficácia quanto ao sorotipo 2", diz Barbosa. Ele observa que, apesar disso, em regiões em que a situação da dengue é emergencial, onde a rede hospitalar não é capaz de atender com eficácia os casos da infecção, como ocorre no sudeste asiático, a adoção da vacina pode ser estudada.


Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Larissa Carrijo    |      Imprimir