Categoria Geral  Noticia Atualizada em 14-07-2014

Represas que abastecem 9 milhões em SP usam reserva técnica de água
A água do chamado volume morto fica abaixo das comportas da represa. Governo não fala em racionamento e garante abastecimento até março.
Represas que abastecem 9 milhões em SP usam reserva técnica de água
Foto: topnews.com.br

O nível de água do Sistema Cantareira, formado por cinco represas, está hoje em 18,2%, ou seja, a água que nove milhões de moradores da região metropolitana de São Paulo, abastecidos pelo sistema está vindo da reserva técnica - o chamado volume morto, água que fica abaixo das comportas e só saem da represa por um sistema de bombeamento mecânico inaugurado em maio.

As bombas entraram em operação há dois meses, quando a capacidade do Cantareira estava em 8,2%. Com o acréscimo do volume morto, a quantidade de disponível subiu para quase 27% (26,8%). Mas a quantidade de chuva foi pequena. Só um terço do que costuma chover no período. Por isso, o nível continuou caindo sem parar, até chegar a pouco mais de 18%. Sobrou agora a água do volume morto.

"Nós estamos no vermelho. Estamos usando o limite do cheque especial. Nós não podemos estourar o limite que é o volume morto. Acabou o volume morto não tem água. Aí não tem como correr no gerente para pedir ampliação desse volume", explica o professor da Unicamp, Antônio Carlos Zuffo.

Saber até quando vai durar a água do Cantareira depende de uma resposta: saber quando vai voltar a chover para valer.

"Sou um pouco otimista com isso. Estamos com várias medidas que está começando a melhorar a situação. Na minha opinião não vamos chegar num ponto extremamente crítico. Todo mundo espera que a gente tenha chuva né. Se não tiver chuva, realmente, nós vamos ter que tomar cerveja porque água não vai existir", afirma o professor do Centro Internacional de Referência em Reuso de Água da USP, Ivanildo Hespanhol.

O governo paulista diz que o abastecimento está garantido até março do ano que vem e não vai ser preciso fazer racionamento.

"Nós temos ainda as represas do Guarapiranga, do Rio Grande, estamos executando ações de intervenção de ampliação da capacidade das duas estações. Mas nós temos a expectativa de que, como tem uma anormalidade climática, a chuvas, que começam na região Sudeste em outubro, retomem a sua normalidade e aí vamos passar mais essa crise hídrica, essa escassez de chuva e passar o ano", fala o diretor da Sabesp, Paulo Masato.


Mas para o professor da Unicamp o racionamento tem que começar agora. "Acho que deveria começar o racionamento porque nós não sabemos se as chuvas começam em outubro ou se começarem qual é a quantidade".

Enquanto isso, o céu cinza traz esperanças, mas o solo está tão seco que vai funcionar como uma esponja e vai absorver a água que vier e só depois de chover bastante é as represas vão começar a encher de novo.

Fonte: topnews.com.br
 
Por:  Emella Simões    |      Imprimir