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Vídeo mostra agressão a jornalista durante protesto na Tijuca, no Rio
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Ato ocorreu perto do Maracanã na hora da final da Copa do Mundo. Sindicato dos Jornalistas diz que 15 profissionais foram agredidos.
Foto: g1.globo.com Um vídeo publicado na internet mostra um cinegrafista canadense sendo agredido por policiais militares durante o protesto neste domingo (13) na Praça Saens Peña, na Tijuca, Zona Norte do Rio, perto do Maracanã, onde ocorria a final da Copa do Mundo no Maracanã. Nas imagens, Jason O Hara aparece caído no chão em uma das esquinas da praça, quando um PM se aproxima e chuta o rosto do canadense, que usava máscara e capacete para se proteger durante a manifestação.
Além de Jason, segundo o Sindicato dos Jornalistas, outros 14 profissionais da imprensa foram agredidos durante o ato. O protesto era pacífico até o momento em que os manifestantes tentaram sair da praça em direção ao estádio. A PM fez um cerco no local, impedindo a passagem das pessoas e atirou bombas de efeito moral para dispersar a multidão, dando início ao tumulto.
No vídeo, o cinegrafista canadense afirma que, além de ser agredido, ele também teve a câmera roubada. "Agora, estou sem GoPro [marca de um modelo de câmera]. Fui roubado por um policial", diz Jason O Hara.
"Só vi o cassetete no meu rosto", diz fotógrafo
O fotógrafo do Portal Terra, Mauro Pimentel, 28 anos, também diz ter sido alvo de agressões por parte da PM quando fazia uma reportagem sobre a manifestação. Em entrevista ao G1, ele contou como foi a ação da polícia.
"Eles gritaram: "Para trás, para trás", começaram a bater e jogaram o spray de pimenta. Só que eu estava de máscara e continuei fotografando. Foi quando um cara [PM] me deu um chute na perna esquerda. Outro policial me segurou e me empurrou para trás. Só vi o cassetete no meu rosto. O filtro quebrou e a máscara trincou, mas segurou bem a pancada. Se estivesse sem aquela máscara fechada e o capacete estaria, no mínimo, com o nariz quebrado", afirmou Mauro, que conseguiu fotografar o rosto do policial que o teria agredido.
O fotógrafo afirmou ainda que estava identificado como jornalista. "Estava de crachá e com capacete preto escrito "imprensa" e com a logo do Terra. Não tinha como fazer confusão", garantiu o profissional, destacando que a atuação da PM foi diferente neste domingo. "Estou cobrindo as manifestações desde meados do ano passado. Já vi policiais praticando agressões e outros pedindo para agir de forma diferente. Ontem não. Todos estavam hostis desde o início", contou.
Em nota, a Polícia Militar alegou que dados da Inteligência mostravam que um grupo tinha a intenção de se dirigir à entrada do Maracanã, colocando em risco a segurança de milhares de torcedores. A corporação ainda afirmou que todas as denúncias e imagens recebidas relativas a excessos cometidos por policiais militares serão encaminhadas à Corregedoria e apuradas.
Sindicato vai recorrer a ONGs de direitos humanos
Após o protesto, o Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro publicou ato de repúdio à violência da polícia. "Além dos casos de agressões, houve também o cerceamento ao trabalho dos jornalistas e comunicadores em meio à repressão aos atos de protesto realizados na Tijuca. Os profissionais de imprensa foram impedidos de deixar a Praça Saens Peña durante duas horas, junto de cerca de 200 manifestantes. Esse grupo teve de enfrentar, sem possibilidade de refúgio, agressões físicas e o efeito das bombas de gás lacrimogêneo", diz o comunicado.
Com os novos casos de violência policial contra jornalistas e comunicadores registrados neste domingo, o Sindicato dos Jornalistas afirma que 92 profissionais e comunicadores foram vítimas de agressões e cerceamento desde maio do ano passado. O sindicato vai encaminhar uma nova versão atualizada desse relatório às autoridades da Justiça e da Segurança Pública nos níveis estadual e municipal, assim como às autoridades e ONGs de direitos humanos nacionais e internacionais.
Fonte: g1.globo.com
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Por:
Emella Simões |
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