Categoria Geral  Noticia Atualizada em 18-07-2014

Casal monta sistema de captação de água da chuva em Osasco
Aposentado estima gasto entre R$ 3,5 mil e R$ 4 mil com o sistema. "Objetivo é colaborar para evitar desperdício de água", diz Valdir Albino.
Casal monta sistema de captação de água da chuva em Osasco
Foto: g1.globo.com

Preocupado com uma possível crise de abastecimento, um aposentado de Osasco, na Grande São Paulo, montou, com a ajuda da mulher, um sistema de captação e armazenamento de água da chuva na própria residência. Segundo o ex-analista de suporte em informática Valdir Albino, de 67 anos, o objetivo foi evitar o desperdício de água. A filha dele, Danielle Albino, entrou em contato por meio do VC no G1, o canal interativo do portal de notícias da Globo, para sugerir esta reportagem.

O sistema consiste de duas caixas dágua, de cerca de mil litros cada, instaladas no quintal da casa e que fazem a captação do líquido, acopladas a um pequeno motor elétrico, que bombeia esta água para outras duas caixas d’água e mais seis galões de 200 litros instalados no sótão, utilizados para o armazenamento. O aposentado estima que gastou entre R$ 3,5 mil a R$ 4 mil para montar todo o sistema.
"Mas o objetivo nem é o de economizar dinheiro; é o de cooperar para evitar o desperdício de água, ainda com uma crise dessas pela qual estamos passando", enfatiza. A água captada é utilizada, principalmente, no tanque, em quatro banheiros e em limpeza em geral.

A preocupação com a crise hídrica teve início em março, com as primeiras notícias sobre a seca no Sistema Canteira, um dos principais reservatórios que abastece a capital. "Comecei fazendo um gráfico sistema (Cantareira), que estava em torno dos 20% de sua capacidade. O apresentador do jornal disse então que na mesma época no passado estava em torno dos 60%. Foi quando eu pensei: ‘Esse negócio vai zerar’. Foi quando decidimos a montar este projeto de captação de água da chuva", contou Valdir.

Sem entender nada de sistemas hidráulicos e de construção civil, o casal de aposentados levou adiante o projeto. "Apenas a laje onde estão as caixas d’água foi comprada pronta. Pagamos para os pedreiros e eles encheram a laje. Todo o restante, fizemos sozinhos", revela.
Coincidentemente, o sistema de captação ficou pronto e começou a operar na mesma semana em que o Sistema Cantareira chegou a seu nível 0% e teve início a utilização do chamado volume morto no abastecimento de parte da capital paulista e de regiões da Grande São Paulo. "O dia mais feliz foi quando encheu a primeira caixa abastecida pela chuva", festeja.

A falta de chuvas no período de inverno, no entanto, não afasta de todo a preocupação do aposentado. "Todo dia saio e já dou uma olhada para o céu para ver se vai chover." O plano dele é instalar ao menos mais uma caixa de mil litros para captação e outros seis galões para o armazenamento. "É que estou achando que as caixas de mil litros são pouco", explica.

Medidas

O governo de São Paulo tenta alternativas para minimizar a perda de água no Sistema Cantareira. Desde 1° de abril, o governo do estado oferece um "bônus" para quem economizar água em 31 cidades da Região Metropolitana de São Paulo.
Os consumidores que reduzem em 20% o uso da água em relação à média mensal têm desconto de 30% no valor da conta. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse na quarta-feira (9) não ver "necessidade" na aplicação de multa a moradores que consumirem água em excesso, conforme havia anunciado antes.

O governo tenta fazer com que outros sistemas que abastecem a Grande São Paulo possam enviar água também a consumidores hoje abastecidos pelo Sistema Cantareira. Isso influencia na quantidade de água disponível também nos outros sistemas.
O Alto Tietê, por exemplo, também afetado pela falta de chuvas, opera apenas com 23,9% de sua capacidade. E a Sabesp já admite a possibilidade de também captar o volume morto das represas que integram esse sistema.

Segundo Paulo Masato, diretor da Sabesp, a companhia já está executando intervenções de aproveitamento de novos volumes no sistema Cantareira e no Alto Tietê. "Nós temos mais reservas técnicas disponíveis para serem aproveitadas", afirma.
A recomendação aos moradores destas regiões é para que se evite o desperdício tomando banhos mais rápidos, fechando as torneiras e registros ao se ensaboar no banho ou ao lavar a louça, e evitar o uso da mangueira para a lavagem de carros, quintais ou grandes áreas.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Emella Simões    |      Imprimir