Categoria Geral  Noticia Atualizada em 21-07-2014

Cresce a pressão sobre Putin por avião abatido na Ucrânia
Holandeses finalmente têm acesso aos corpos. Líderes europeus cobram ajuda russa às investigações e fim do apoio a rebeldes – e ameaçam mais sanções
Cresce a pressão sobre Putin por avião abatido na Ucrânia
Foto: www.maratimba.com

Um grupo de legistas holandeses finalmente conseguiu acesso nesta segunda-feira à cidade de Torez, na região ucraniana de Donetsk, onde está o trem frigorífico com a maioria dos corpos dos passageiros do avião malaio abatido na semana passada. Os três cientistas forenses vão trabalhar na identificação dos 196 corpos guardados no trem. "O armazenamento dos corpos é de boa qualidade", disse Peter Van Vilet, especialista médico legal holandês, responsável pela missão no leste ucraniano, em uma breve declaração, cercado por cinquenta homens armados diante da estação de Torez. O início do trabalho dos legistas coincide com a pressão internacional crescente sobre o presidente russo Vladimir Putin e sobre os rebeldes pró-Rússia para permitir que peritos visitem e inspecionem o local do acidente.

Líderes europeus também cobram de Putin o fim do apoio aos separatistas da região.

Pressão sobre Putin – A Grã-Bretanha alertou Putin nesta segunda de que a economia russa poderá sofrer sanções setoriais a menos que Moscou conceda pleno acesso ao local da queda do avião da Malasyia Arlines e pare de instigar a instabilidade na Ucrânia. O governo britânico, assim como a Casa Branca, afirma que um míssil russo disparado de território ucraniano sob controle de rebeldes pró-Rússia derrubou o voo MH17 da Malaysia Airlines. "Nós deveremos discutir ir mais longe, com medidas setoriais, de nível três", disse o primeiro-ministro David Cameron a repórteres. "Se a Rússia não adotar, no próximo período, medidas tanto em termos de imediata resposta ao desastre, mas também às questões diretamente ligadas à instabilidade no leste da Ucrânia, então vamos argumentar que temos de ir mais longe". A Grã-Bretanha vai defender com firmeza numa reunião de ministros de
Relações Exteriores da União Europeia, na terça-feira, sanções contra a Rússia, disse o porta-voz do premiê britânico.

Outro líder europeu que se manifestou contra as dificuldades impostas pelos separatistas à apuração do desastre foi o primeiro-ministro holandês Mark Rutte. Entre as 298 vítimas da tragédia, 193 eram holandeses. Rutte informou que todas as opções políticas e econômicas estavam sendo cogitadas para pressionar os rebeldes a facilitar o acesso dos especialistas ao local da queda do avião. "Queremos nossos cidadãos de volta e vamos trabalhar para conseguir saber o que aconteceu com eles", disse o premiê ao Parlamento em Haia.

Autoridades ucranianas dizem que a maioria dos corpos já foram encontrados e o primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk confirmou que a Holanda vai ser o país que vai liderar a investigação internacional sobre o caso. "Encontramos 272 corpos. Estamos dispostos a enviar todos os corpos a Amsterdã" para que sejam submetidos a uma necropsia e a todas as análises independentes necessárias, indicou Yatsenyuk, em uma coletiva de imprensa.

Acesso – Os legistas holandeses são os primeiros investigadores internacionais a chegarem à região onde o Boeing 777 caiu. Inspetores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) estiveram no local do acidente, mas o seu acesso aos destroços foi limitado pelos rebeldes separatistas. Outro grupo de 31 investigadores internacionais está agora na cidade de Kharkiv, próxima ao local dos destroços. A equipe, que conta com profissionais da Holanda, Alemanha, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Austrália, deverá chegar ao local da queda "em breve", reporta a BBC.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, ordenou que suas tropas interrompam as operações ao redor do local onde o avião da Malaysia Airlines foi derrubado no leste da Ucrânia, informou a agência Interfax. "Dei a ordem: em um raio de 40 quilômetros do local da tragédia os militares ucranianos devem interromper suas operações e se abster de abrir fogo", declarou Poroshenko durante uma visita nesta segunda ao embaixador da Malásia em Kiev. No entanto, esta decisão não envolve a cidade de Donetsk, que se encontra a 60 quilômetros do local da tragédia, e segue como palco de confrontos.

Combates – Os rebeldes e as forças governamentais ucranianas retomaram hoje os combates nos arredores da cidade de Donetsk, capital da região homônima, onde se ouvem reiterados disparos de artilharia e sirenes de ambulância. Segundo meios de imprensa locais, um prédio de nove andares situado entre o aeroporto e a estação de trem da cidade foi atingindo por um projétil.

Os EUA e outras nações dizem que há cada vez mais provas de cumplicidade russa na derrubada do avião na semana passada. Todas as pessoas a bordo do voo MH17 morreram após o Boeing 777 da Malaysia Airlines ser atingido por um míssil. A Rússia tem sido acusada de fornecer aos rebeldes separatistas armamentos antiaéreos que teriam sido usados no ataque. Moscou nega as acusações.


Fonte: veja.abril.com.br
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir