Categoria Geral  Noticia Atualizada em 28-07-2014

Reabertura de inquérito sobre morte de mãe de Bernardo é neg
Juiz disse que não foi apontada nenhuma nova prova que altere panorama. Família sustentou que provas indicariam que mulher não cometeu suicídio.
Reabertura de inquérito sobre morte de mãe de Bernardo é neg
Foto: g1.globo.com

A Justiça de Três Passos negou o pedido de desarquivamento do inquérito policial sobre a morte de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Boldrini, ocorrida em 2010. A defesa da avó materna do garoto, Jussara Marlene Uglione, pediu a reabertura sustentando terem surgido novas provas indicando que a mulher não teria cometido suicídio, mas sido assassinada.
Entretanto, o juiz Marcos Luís Agostini disse que não foi apontada nenhuma nova prova que altere o panorama probatório. O magistrado acolheu a manifestação do Ministério Público, referindo a inviabilidade da reabertura do inquérito. "Nem mesmo o órgão acusador vislumbra a presença dos requisitos estabelecidos na lei, isto é, prova formal e substancialmente nova que altere o panorama probatório identificado no momento em que os autos foram arquivados", analisou o juiz em despacho.
O pedido de desarquivamento ocorreu após o assassinato de Bernardo, encontrado morto no dia 14 de abril, enterrado em um matagal em Frederico Westphalen, no norte gaúcho, a cerca de 80 km de Três Passos, onde morava. Ele estava desaparecido desde 4 de abril. O pai, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, a assistente social Edelvania Wirganovicz e seu irmão Evandro Wirganovicz estão presos e são réus pela morte do menino.

A solicitação da família de Odilaine foi baseada em lesões no antebraço direito e lábio inferior da mulher, bem como vestígios de pólvora na mão esquerda da vítima, que era destra, entre outras alegações sobre as informações do laudo pericial. Também levantou suspeita sobre o perito que realizara a necropsia, por ser sogro de um primo de Leandro Boldrini.

Citando o parecer do Ministério Público, o magistrado registrou que a presença de pólvora na mão esquerda da vítima foi esclarecida pelo perito, pois a mão direita, que segurava o revólver, foi auxiliada pela outra mão, estando a esquerda sobre a primeira. Segundo ele, as duas equimoses arroxeadas no antebraço direito da vítima são decorrentes das punções venosas realizadas no hospital local após o disparo. Além disso, Marcos Luís Agostini entendeu não haver prova de amizade ou vínculo de familiaridade entre Leandro Boldrini e o perito que examinou o corpo.

Entenda
Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No dia 6 de abril, o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.
O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. No dia 14 de abril, o corpo do garoto foi localizado. De acordo com a delegada responsável pela investigação, o menino foi morto por uma injeção letal.
O processo criminal
No dia 16 de maio, a Justiça aceitou a denúncia contra os suspeitos. Leandro Boldrini, Graciele Ugulini e Edelvânia Wirganovicz são réus por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima). Os três mais Evandro Wirganovicz respondem na Justiça por ocultação de cadáver.
No mês passado, a Justiça negou um novo pedido de liberdade para Leandro Boldrini, no processo sobre o assassinato do filho. O pedido de habeas corpus foi feito pelo advogado de Leandro, Jader Marques.
Segundo o Tribunal de Justiça (TJ-RS), o defensor alegou "falta de requisitos para manter a prisão cautelar do acusado", além de solicitar a transferência do processo da Comarca de Três Passos para Frederico Westphalen, onde o menino foi encontrado morto.
Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi morto com uma superdosagem de um sedativo e depois enterrado em uma cova rasa.
O inquérito apontou que Leandro Boldrini atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Ainda conforme a polícia, ele também auxiliou na compra do remédio em comprimidos, fornecendo a receita azul. Leandro e Graciele arquitetaram o plano, assim como a história para que tal crime ficasse impune, e contaram com a colaboração de Edelvania e Evandro, diz a polícia.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir