Categoria Geral  Noticia Atualizada em 28-07-2014

Candidatos ao governo do ES veem alcance ágil e barato.
Governáveis não falam abertamente de estratégias contra boatos na web. Para especialista, as eleições prometem debates calorosos e passionais.
Candidatos ao governo do ES veem alcance ágil e barato.
Foto: Divulgação

Os candidatos ao governo no Espírito Santo têm investido nas redes sociais como uma ferramenta de campanha eleitoral e veem nestas plataformas uma forma de alcance ágil e barato. A menos de cinco meses para as eleições, Camila Valadão (PSOL) e Mauro Ribeiro (PCB) disseram ao G1 que não planejam nenhuma estratégia especial em casos de insultos e boatos na internet, mas se preparam para apresentar propostas de governo. Casagrande (PSB) afirmou que pretende fazer uma campanha baseada no próprio programa político, sem ataques a outras candidaturas. Paulo Hartung (PMDB) e Roberto Carlos (PT) não informaram sobre as atuações nas redes sociais.

Para o coordenador do Laboratório de Estudos de Imagem e Cibercultura (Labic), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Fabio Malini, as eleições 2014 prometer ser de muito debate na internet, mas também prevê um papel mais emocional, passional na política. "Nas redes, a audiência é muito maior, o que permite criar uma narrativa, uma relação direta com o grupo. As campanhas devem utilizar muito os influentes das redes sociais, que têm relevância no mundo da cultura, da intelectualidade, entre outros", disse.

Durante a campanha, o comitê de Camila Valadão (PSOL) pretende atuar de forma massiva nas redes sociais para ampliar o diálogo com a juventude. "Acreditamos que é o espaço onde podemos conversar quase que diretamente com o eleitor e os cidadãos. Aproveitamos a ferramenta para tornar públicos temas que não recebem muita atenção no debate eleitoral, como os direitos das minorias historicamente oprimidas e pontos que julgamos essenciais no nosso programa de governo", disse.

Nesse sentido, Mauro Ribeiro (PCB) afirmou que vai usar as redes sociais como uma aliada. "É uma aliada para um partido como o nosso que não dispões de recursos financeiros para propagandas. Temos a chance de transmitir a nossa mensagem, de dialogar com os internautas".

De acordo com o comitê de Casagrande (PSB), a presença digital deve ser séria e bem estruturada. "As redes sociais são um canal rápido, fácil e barato de diálogo entre o candidato e os eleitores. E, se usadas de forma criteriosa e transparente, são uma aliada, especialmente para o refinamento de propostas. As interações são uma fonte interminável de sugestões e novos pontos de vista que retroalimentam a campanha", afirmou.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o candidato Roberto Carlos (PT) afirmou que o marketing da campanha ainda está sendo definido. Paulo Hartung (PMDB) também está em processo de definiçao de estratégias.

Boatos e Rumores

Segundo Malini, a história do rumor e do boato já faz parte da política brasileira antes mesmo da criação das redes sociais. "As pessoas antigamente também inventavam informações e contavam histórias que os adversários queriam esconde. É um espaço do senso comum. Muitas vezes o senso comum é formado por informações que vem de diferentes pontos. Rumor falso ou verdadeiro, ou meio falso, é normal que apareçam na internet. Se o rumor é algo que ganha uma proporção, ele também consegue ser desmentido na mesma proporção", disse.
Malini afirmou ainda que vai ser mais difícil esconder fatos nessas eleições. "Quem quiser ocultar coisas, usando a Justiça ou tirando de alguma forma, pode ser considerada uma tentativa de repreensão. Essas informações sobre envolvimento em escândalos, casos de corrupção, uso de drogas, devem aparecer, porque os caras querem ocultar. E nas redes até inocentemente as pessoas divulgam isso e se espalha, crescem, ganhando outras proporções", completou.

Sobre possíveis boatos, a candidata Camila Valadão não tem nenhuma estratégia, porque não espera esse tipo de ataques na campanha. Postagens que contenham palavrões ou ofensas serão imediatamente deletadas. Boatos e acusações que não possuam fundamentos vão ser encaminhados para a Justiça Eleitoral.

O comitê de Casagrande afirmou que uma equipe está preparada para observar possíveis desvios na estratégia de comunicação. "Neste ambiente digital é preciso ter muito discernimento para saber o que é ofensivo ou não. Não há muito espaço para censura nas redes sociais. A assessoria jurídica da campanha está orientada a agir sempre que a honra do governador for atingida de forma grosseira e mentirosa", explicou.

Militância e Internet

Ativos durante as campanhas e com potencial de viralização ampliado pelas redes sociais, a militância dos partidos aparecem com força durante o período eleitoral. Para o professor Malini, os candidatos precisam ficar atentos aos seus militantes para que contribuam de forma positiva para a campanha. "Infelizmente a militância virou um bando de aloprados radicais. Possuem visões míopes, antipolíticas. Hoje, qualquer candidato tem que qualificar a sua militância. Não pode ser bajuladora, é preciso também ter crítica, porque o efeito pode se tornar negativo e os eleitores rejeitarem o candidato", completou.

Fonte: Redação: g1.globo.com
 
Por:  Ana Luiza Schetine    |      Imprimir