Categoria Geral  Noticia Atualizada em 29-07-2014

Durante a Copa do Mundo, 26% dos consumidores usaram água
Crescimento foi detectado na Grande SP entre 15 de junho e 15 de julho. Calor atípico e foco dos consumidores na Copa podem explicar aumento.
Durante a Copa do Mundo, 26% dos consumidores usaram água
Foto: g1.globo.com

Um balanço da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) indica que 26% dos consumidores da região metropolitana de São Paulo aumentaram o consumo de água durante a Copa do Mundo. As medições foram feitas entre 15 de junho e 15 de julho, período aproximado ao da realização da Copa, que foi de 12 de junho a 13 de julho. No mês anterior, 21% dos consumidores haviam usado mais água.

No Sistema Cantareira, conjunto de represas que atende 9 milhões de pessoas na Grande São Paulo e vive uma crise de desabastecimento, o aumento foi ainda mais significativo em pontos percentuais. Durante a Copa do Mundo, 24% dos atendidos pelo sistema passaram a gastar mais água. Em maio, o aumento tinha sido de 14%.
Nesta terça-feira (29), as represas do Sistema Cantareira operavam com 15,7% da capacidade.
Para o professor e membro do departamento de ciências do ambiente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Paulo Roberto Morais, o calor atípico pode explicar o aumento. "Está ligado diretamente ao calor. E as pessoas esqueceram um pouco da crise hídrica durante a Copa", avalia.
Para ele, o uso racional da água deve voltar a preocupar a população. "As pessoas estão bem assustadas com a crise. Não tenho dúvidas de que a população está mais consciente", afirma.
Segundo a Sabesp, 74% dos clientes da Grande São Paulo diminuíram o consumo no período da Copa e 46% receberam desconto na conta por reduzirem o gasto em pelo menos 20%.

Volume morto
A Sabesp pediu aos órgãos reguladores para captar mais 116 bilhões de litros do chamado "volume morto", reserva técnica do Sistema Cantareira, principal fornecedor de água da Grande São Paulo e da capital paulista.
Em nota, a companhia informou que não houve aumento na proposta de uso da segunda parte do volume morto. "A empresa segue em processo de avaliação para definir se o volume será entre 100 e 116 milhões de metros cúbicos", diz a nota. A empresa também afirmou que não há riscos para a represa caso sejam utilizados, de fato, mais de 90 milhões de metros cúbicos. Cada metro cúbico equivale a mil litros de água.
A Sabesp reforçou que a proposta precisa de aprovação da Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, e do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) e da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), do governo paulista.
Em maio, o diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu, afirmou que a água do Cantareira duraria até novembro. "Todos os nossos critérios apontam que nós devemos chegar até 30 de novembro com 50 milhões de metros cúbicos no reservatório, que é 5% do volume útil, dentro do volume morto", afirmou.
"Todos os nossos critérios apontam que nós devemos chegar até 30 de novembro com 50 milhões de metros cúbicos no reservatório, que é 5% do volume útil, dentro do volume morto", afirmou Andreu.



Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir