Categoria Geral  Noticia Atualizada em 31-07-2014

Juiz da dívida argentina convoca audiência para esta sexta e
Argentina não chegou a acordo com fundos e entrou em situação de calote. Audiência foi marcada para as 12h com a presença das partes.
Juiz da dívida argentina convoca audiência para esta sexta e
Foto: www.maratimba.com

O juiz norte-americano Thomas Griesa, responsável pelo caso da dívida da Argentina, convocou uma nova audiência para esta sexta-feira (1°), em Nova York, com a presença das partes envolvidas.
Nesta quarta (30), a falta de acordo entre o governo argentino e fundos especulativos, que destravaria o pagamento de dívidas, colocou o país em situação de calote.
A audiência acontecerá às 11h (12h de Brasília) no tribunal sul de Manhattan, dois dias após o fim do prazo que a Argentina tinha para pagar parcela de sua dívida reestruturada.


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No dia 26 de junho, a Argentina depositou em Nova York US$ 539 milhões para credores da dívida reestruturada, mas o juiz Griesa bloqueou o dinheiro, vinculando a sua liberação ao pagamento de US$ 1,33 bilhão por bônus exigidos por fundos especulativos. Eles têm títulos de quem rejeitou a renegociação da dívida do país após o megacalote de 2001, e ganharam na Justiça o direito de receber o valor integral dos papéis.
O impasse
Nas discussões dos últimos dias em Nova York, o governo argentino tentou, sem sucesso, convencer os fundos a aceitar o pagamento dos US$ 1,33 bilhão depois do dia 1º de janeiro de 2015, quando expira a cláusula Rufo, que obriga o país a equiparar credores que aceitaram as propostas de reestruturação da dívida a qualquer outro credor que receba melhor tratamento.
Os investidores que aceitaram renegociar as dívidas em 2005 e 2010 recebem, em parcelas, muito menos do que o valor original dos títulos. E é esse total que os "holdouts" querem receber agora.
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A Argentina também tentava obter um "stay" (medida cautelar para suspender a aplicação da decisão) para facilitar as negociações com os fundos envolvendo a cláusula Rufo. O prazo para evitar o calote, entretanto, terminou sem uma saída para o impasse.
Na quarta-feira, cogitou-se a possibilidade de uma proposta para que bancos argentinos comprassem a dívida não reestruturada dos fundos. Mas, segundo a Reuters, essa tentativa de acordo também fracassou.
Antes do anúncio do resultado da reunião com o medidor judicial, a agência de risco Standard&Poors rebaixou a nota da Argentina e considerou que o país já estava em calote.
O "default" de agora, entretanto, é diferente da moratória de 2001 porque dessa vez o país tem o dinheiro para pagar, mas está impedido pela Justiça. A classificação "default seletivo" significa que o governo argentino segue honrando parte de sua dívida, mas não efetuou o pagamento de bônus específicos.
O calote de agora só afeta os US$ 539 milhões que não chegaram a ser efetivados por estarem retidos no Bank of New York Mellon (Bony), por determinação do juiz Griesa.
Argentina culpa os EUA por falta de acordo
Nesta quinta-feira (31), o governo argentino responsabilizou os Estados Unidos pelo fracasso nas negociações nos tribunais de Nova York com os fundos especulativos.
O chefe de gabinete da presidência, Jorge Capitanich, acusou Griesa e o mediador designado por ele, Daniel Pollack de incompetência "por não respeitarem a condição soberana da Argentina, por desconhecerem questões elementares e por não compreenderem o processo".
A Argentina também disse que irá à Corte Internacional de Haya e à Organização das Nações Unidas (ONU) para denunciar os denominados "fundos abutres".

Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Larissa Carrijo    |      Imprimir